O crescimento de casos de intolerância religiosa acendeu o sinal amarelo das autoridades de segurança de todo o território brasileiro. Os crimes de incompreensão mais que dobraram em um ano, chamando à necessidade de se combater essa expressão de ódio.
As manifestações de intolerância religiosa se refletem das "piadas" com ar de humor caricato, da invasão de templos (católicos, protestantes, de matriz africana...), agressões físicas e até assassinatos. Já não é mais velada as manifestação contrárias de extremistas. Reflexo de uma sociedade doente? De pessoas que se mantiveram no anonimato ou nas sombras e agora encontram respaldo para ações bizarras?
Muitos acusam as plataformas de relações sociais na Internet como o grande meio de propagação de pensamentos mesquinhos, doentios. Sem o menor pudor, as pessoas são bombardeadas com toda sorte de informações - sem cunho de nenhuma veracidade - e, sem perceberem, tornam-se propagadoras de discursos inadmissíveis em pleno século da comunicação.
Alvo frequente de manifestações de intolerância religiosa, estão as religiões de matriz africana - candomblé, umbanda, jurema, catimbó, terecô, xangô e ainda outras mais - aparecem no topo das perseguições. Composta em sua maioria por pessoas pobres, pouco letradas, negras, seguem na incompreensão histórica da importância que têm os adeptos em suas raízes, na sua ancestralidade.
Sem menos importância, encontram-se nessa esteira a invasão de templos católicos, com os ícones da sua História - as imagens - destruídas. Lideranças e adeptos de religiões protestantes sofrendo ataques verbais. Uma verdadeira Torre de Babel.
A questão da intolerância reverbera em todos os cantos.
Embora o Estado brasileiro traga em sua Lei Maior a laicidade, não é isso que se observa na prática. A coisa pública tem sido tratada como questões religiosas, os exemplos não faltam. Bancada católica, bancada evangélica (tem até a da bala) são demonstrações que não há nada de laico e cada uma dessas bancadas tentam impor suas convicções, suas doutrinas. União, estados e municípios estão longe de cumprirem suas determinações legais.
Resta às pessoas de bom senso, que respeitam o próximo, terem a sensibilidade da propagação de ideias capazes de dirimirem ações voltadas pera o bem estar de todos.