Humorista da geração moderna de autores campo-maiorenses, Edilen, na passagem de mais um ano de nossa história, brinda nossos leitores com mais uma de suas crônicas mais que modernas e atuais.
Confira:
Hoje
acordei mais tarde do que o normal. O display do meu celular estava queimado,
não dava para eu ver a hora (não uso relógio há muito tempo). Por isso segui os
ensinamentos de meus avós que usavam a altura do sol para ter ideia das horas.
Levantei,
olhei para o céu, banhei, escovei os dentes, tomei um copo de água, liguei a
moto e saí em direção ao meu trabalho. Chegando à Praça da Rodoviária, fitei o
olhar no relógio parado. Não lembro em que ano, mês, dia, hora e / ou
administração ele parou, só sei que o descaso fez o pássaro que canta o cuco se
desesperar e voar com ponteiro e tudo sem direção. Uma coruja fez do relógio
seu ninho e sua morada, mas só desperta a população à noite com seu canto e
rasgo que para muitos significam mau agouro.
Seguindo
um pouco mais, cheguei ao prédio da Rodoviária, deteriorado pelo abandono das
administrações, embora as taxas sejam cobradas dos passageiros que, diante
desses cartões postais, são literalmente passageiros, diga-se de passagem.
Automaticamente
vieram à minha memória lembranças da cadeia pública, que foi reformada e
transformada em escola pública, onde agora funciona o CREAS (Centro de
Referência Especializado de Assistência Social ). Vale lembrar que, neste caso,
é melhor prevenir do que remediar. Ressalte-se que “essas reformas” sempre
envolvem investimento de muito dinheiro público, o que facilita a sua saída pelo
ralo... E os bandidos ficam literalmente às soltas. Para que cadeia mesmo ?
Para quem mesmo?
Acelerei
mais um pouco e lembrei-me da velha Câmara Municipal que, tombada, virou Espaço
Cultural, um verdadeiro palco para os “artistas” da terra se promoverem. Avançando
só mais um pouco, vejo na lembrança a história do Campo Maior Clube que se
transformou em Câmara Municipal. Agora aí sim, estão os mais “artistas” da
terra, que se perpetuam no poder e estão sempre colocando a população para
dançar até mesmo sem música e em um passo de mágica puxam sempre uma carta da
manga.
E,
por último, lembrei que tiraram o couro do nosso museu deixando só a carcaça.
E
assim, já eram nossos monumentos históricos, que ficam só na poeira da nossa
memória.
Edilene Pinho.
Um comentário:
Essa é nossa Edilene, a mais querida e patrimônio cultural da nossa cidade maravilhosa. Não deixe que nossa história saia pelo ralo amiga libda 😘
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