Representantes de centenas de terreiros e casas de umbanda de Teresina e do interior do Piauí e Maranhão estiveram presentes na solenidade, que marca um diferencial na nova visão que os religiosas desejam que as pessoas tenham e assim se evite toda forma de preconceito contra a religião de matriz africana.
A celebração teve início com a cerimônia do padê de Exú, às 16h, seguida pela consagração da imagem com oferendas e rituais. O evento incluiu uma grandiosa gira e momentos de bênçãos com a presença do terecô do Maranhão.
O antigo monumento de Iemanjá, intitulado “Rainha do Mar”, datado de 1980, retratava uma figura branca, inspirada em Nossa Senhora dos Navegantes. No entanto, em resposta às demandas do Movimento dos Povos de Matriz Africanas, a representação foi atualizada para refletir a imagem de uma mulher negra, em consonância com as raízes afro-brasileiras.
Mas o que mais vem chamando a atenção é que a imagem está sendo alvo de manifestações de intolerância religiosa e racismo. Nas redes sociais, internautas se manifestaram contra a presença do monumento: “Credo, imagem feia”, disse um.
Pai Rondinelli de Oxum, explica que a escultura anterior de Iemanjá havia sido inaugurada em 1980 e, desde então, já foi alvo de diversos tipos de depredações e passou por mais de 10 reformas.
“Mesmo quando era branca, a imagem era depredada, em qualquer lugar que estivesse. Em 2017, o monumento teve as mãos quebradas, pintaram a imagem e atearam fogo. Esse foi um momento que nos marcou bastante. Chegaram a escrever frases que diziam que a Iemanjá era “coisa do demonio”, além de versos bíblicos. Isso nos deixava muito mal, porque esse é um lugar onde depositamos nossa fé e pedimos proteção”, lembra Rondinelli Santos.
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