terça-feira, 23 de agosto de 2011

LINGUAGEM LITERÁRIA E LINGUAGEM NÃO LITERÁRIA

“Uma coisa é escrever como poeta, outra como historiador: o poeta pode contar ou cantar coisas não como foram, mas como deveriam ter sido, enquanto o historiador deve relatá-las não como deveriam ter sido, mas como foram, sem acrescentar ou subtrair da verdade o que quer que seja.”

(Miguel de Cervantes, escritor espanhol – 1547-1616)

Um assunto recorrente no ENEM diz respeito quanto a importância da linguagem literária e a linguagem não-literária.
Absurdamente nos meios de comunicação ou em meios científicos, vemos com muita frequência o termo literatura (jurídica, médica, física, etc.), para se tratar de livros de uma determinada área do saber.
Ledo engano. Não podemos confundir literatura com bibliografia. Sem nenhuma forma de conceito técnico (a arte da palavra – visão socrática), precisamos apenas entender o conceito de linguagem literária e linguagem não-literária.
Na linguagem literária o autor utiliza uma linguagem puramente conotativa, plurissignificativa. A obra literária permite aos leitores gerar várias ideias e interpretações, pois trabalha a linguagem de forma exclusivamente subjetiva. A linguagem literária é constituída por uma estrutura complexa, pois acrescenta ao discurso linguístico um significado novo, surpreendente; encontrados em poemas, romances literários, contos, novelas, letras de música, peças de teatro, crônicas etc.
Então, bem diferente da linguagem não-literária, que tem como base no texto relações mais restritas, tendo em vista a necessidade de uma informação mais objetiva e direta no processo de documentação da realidade, com predomínio da função referencial* da linguagem, e na interação entre os indivíduos, com predomínio de outras funções, em foco nas notícias e reportagens jornalísticas, textos de livros didáticos, textos científicos em geral, manuais de instrução, receitas culinárias, bulas de remédio, cartas comerciais etc.
Em suma: no texto literário encontramos principalmente a conotação – a palavra é utilizada no sentido diferente da que lhe é comum, do dicionário – e no texto não-literário é quase que exclusiva a palavra no seu sentido denotativo – o que aparece no dicionário.
Portanto, fique atento a esses conceitos, pois são fundamentais para que você deslanche com facilidade essa habilidade tão solicitada no exame.
Psicologia de um vencido
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

*Função Referencial
Quando o objetivo do emissor é informar, ocorre a função referencial, também chamada de denotativa ou de informativa. São exemplos de função denotativa a linguagem jornalística e a científica.
Ex.: Numa cesta de vime temos um cacho de uvas, duas laranjas, dois limões, uma maçã verde, uma maçã vermelha e uma pera.
O texto acima tem por objetivo informar o que contém a cesta, portanto sua função é referencial.

Nenhum comentário: