Há anos estamos nos debatendo quanto a importância da redação nos concursos vestibulares e agora, com a advento do ENEM, é de vital importância nos debruçarmos sobre as técnicas atuais e trabalhar como devemos nos preparar para tal.
Não se exige nas provas, que peneiram os melhores para ingresso nas universidades, a produção de textos literários, onde as palavras devem ser trabalhadas com esmero e dentro de seus mais variados aspectos. O que se pede é que o estudante seja capaz de discutir uma ideia e sobre ela consiga emitir um ponto de vista bem estrutura e com argumentos convincentes.
Se o candidato a uma vaga no universo do pensamento e da pesquisa não é capaz de emitir uma opinião de valor quanto a um assunto que o afeta diretamente, é certo que deva ele procurar outros caminhos após o ensino médio.
Veja a matéria:
Um dos meus grandes prazeres é sempre dizer tudo. No post abaixo, afirmei que o peso da prova de redação no Enem é excessivo. E é mesmo! Vale 50%. Não faz sentido por motivos estruturais e conjunturais. Escrever não é só uma habilidade técnica. Em boa parte, depende de talento. Há notáveis inteligências que são pouco criativas nessa área. Mas podem saber tudo de gramática propriamente, física, química, matemática etc. O peso excessivo dado à redação distorce a realidade das escolas — vale dizer: a avaliação de sua eficiência no ensino do conjunto das disciplinas.
E há os fatores conjunturais. A correção de um texto concentra uma dose imensa de subjetividade e arbítrio. Assim, o conteúdo objetivo ministrado na sala de aula acaba tendo um peso menor do que simples atos de vontade do corretor. Mais ainda: dada a influência das esquerdas na educação — há mais comunistas cretinos nas escolas brasileiras do que em toda a China —, as propostas de redação têm se tornado verdadeiros testes ideológicos. Os alunos são induzidos a produzir catilinárias politicamente corretas. E pobre daquele que não o fizer.
O resultado final do Enem, assim, diz menos do que poderia dizer sobre a eficiência das escolas. Isso não quer dizer, obviamente, que se deva reduzir a carga horária de língua portuguesa. A não ser para a turma do “Nós pega os peixe”. Para esses, as aulas de português podem ser extintas, já que o “importante é nóis se comunicá”.
Por Reinaldo Azevedo
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