EDUCADOR: É HORA DE PENSAR

Realmente há um abismo entre educador e professor. Aquele, crê na escola como um conjunto de fatores; vê o educando em seu contexto social, familiar e cultural. O professor está atento apenas ao seu horário de trabalho; com a quantidade de aulas que deve ministrar; o educando é responsável por todo tipo de fracasso.
Estou entre os primeiros, pois creio que o educando não é apenas aquele que está dentro de uma sala de aula, silencioso, martirizado por um conteúdo que em muito foge da sua realidade. Creio que a escola começa exatamente após o portão, pois é lá que ocorrerá a prova de fogo em relação à preparação que o mesmo deve ter para enfrentar a realidade nua e crua das ruas, da família, da sociedade, dos círculos de amizades.
Já não podemos fazer de conta que o nosso grande desafio é enfrentar a gravíssima epidemia mundial das drogas, principlamente o crack. Já não podemos  achar que nossos educandos não estão à mercê de pessoas mal intensionadas, ou que eles, não, jamais usarão drogas.
Muitos de nós que estamos nas salas de aulas não sabemos como enfrentar o problema; que tipo de abordagem devemos usar para alertar ou inibir o consumo de substâncias que dia-a-dia fazem um tremendo estrago em nossa infância e juventude.
Aqui selecionamos alguns pontos que podem ser o início para quem em 2012 encaremos esse problema que não afeta mais só os grandes centros ou os habitantes citadinos.
Hoje, iniciamos uma série de artigos sobre drogas como subsídio para educadores.

As drogas constituem um dos problemas que mais afligem a sociedade contemporânea, sendo considerada uma epidemia.
A drogadição caracteriza-se por modificações de comportamento na vida do dependente. Uma das principais é um desejo irresistível (compulsão - sensação intensa e desconfortável) e necessidade de realizar o uso imediato da substância, por mais tempo que o programado ou em quantidades maiores do que inicialmente planejado, a fim de encontrar os efeitos psíquicos tão desejados como euforia, prazer intenso, alterações na percepção, sensação de poder e força, etc.

Há um abandono de suas atividades do dia a dia e uma priorização no uso da substância. O adicto (dependente) passa a viver em função da droga.
Um usuário de drogas frequentemente apresenta complicações no seu funcionamento mental:

• Dificuldade de concentração,
• Falta de interesse por assuntos acadêmicos e da vida cotidiana,
• Alterações de memória como lapsos e dificuldade em assimilar novas informações,
• Dificuldade de expressão oral,
• Problemas de comportamento que variam da extrema apatia à violência física e agressividade.
• Labilidade/oscilações do humor,
• Comportamentos estereotipados principalmente quando sob efeito da substância ou em sua abstinência,
• Ideias paranoides e de perseguição,
• Alucinações visuais e auditivas, principalmente no uso prolongado e intenso.

O uso da droga também leva a complicações psiquiátricas, como:

• Prejuízos da capacidade de julgamento,
• Memória e controle do pensamento, além de manifestações psicóticas, como alucinações e delírios.
• Também entram nesse quadro o estado de insônia, ansiedade e depressão.

Tudo isso afeta, inclusive, a vida social do indivíduo:

• Deixa de participar da vida em sociedade,
• Adquire comportamento violento
• Tendências criminosas, entre outros aspectos.

Amanhã abordaremos a Síndrome de Abstinência.