Para a pesquisa que resultou
em livro, a professora Tania Zagury, da Faculdade de Educação da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), realizou 102 entrevistas
com pessoas idosas e familiares. Parte dos entrevistados já atravessa a
quarta idade. “O foco é mostrar a quem está criando os filhos agora o
quanto é importante ter consciência de que a forma pela qual a educação
no presente tem grande influência nas atitudes do futuro, incluindo em
relação aos próprios pais”, explica.
Uma das entrevistas,
médica aposentada, de 63 anos, entristeceu-se ao perceber que os filhos
adultos não atendem suas ligações. “Canso de ligar, ligar e ligar e
sempre cai na caixa postal”, disse em depoimento à pesquisadora.
“De
maneira geral, parte da geração que hoje tem de cerca de 55 a 69 anos
recebeu dos pais uma educação mais dura e restrita. E eles deram mais
liberdade aos filhos, atendendo a todos os desejos possíveis. Foi uma
geração que colocou a criança no centro das prioridades, com menos
hierarquia e com bastante espaço aos filhos”, comenta Tania.
Segundo
a professora, foram comuns os relatos entre os idosos de que os filhos
vão visitá-los somente em datas comemorativas. E são raras as ligações
para saber como estão os pais. “Muitos filhos apenas ligam para os
idosos quando precisam de ajuda — que fique com os netos, por exemplo”.
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