O comerciário Fábio Agnes, 32 anos, esteve casado com uma mulher pelo civil e religioso por aproximadamente dois anos. Foi o tempo necessário para se aceitar e ter convicção de sua opção sexual. Desde cedo o santa-cruzense percebia que era diferente, mas o medo do preconceito protelou suas escolhas. Agora, convicto de quem é, Agnes começou uma nova vida. Na noite de sábado, casou-se com Cassiano Gonçalves, 30 anos, seu companheiro desde maio do ano passado.
O casamento aconteceu na Casa de Religião Africana Nação Ijexá, do Pai Beti de Bará, mesmo templo que realizou a primeira união gay da cidade, em abril do ano passado. Vestidos de branco, sob as bênçãos dos caboclos da umbanda, os dois realizaram o sonho do matrimônio, sem medo de julgamentos. O sim foi testemunhado por familiares, amigos e frequentadores do local. “Ser diferente é normal. O importante é ser feliz, independente das nossas escolhas”, afirma Agnes.
O relacionamento entre Fábio e Cassiano começou por acaso, sem intermediários, no Centro de Santa Cruz. “Quando chegou a hora, nossos caminhos se cruzaram”, relata Gonçalves. Para o frentista, que desde cedo aceitou sua homossexualidade, as pessoas têm apenas uma vida e precisam aproveitar cada minuto ao máximo, sem medo da intolerância. Com o apoio de suas famílias, o casal procurou o suporte da umbanda para formalizar o relacionamento. “Aqui sabemos que não há preconceito”, reforça Fábio Agnes, frequentador da casa há vários anos.
Casados oficialmente no religioso, agora eles planejam a união também no civil e já organizam a lua de mel, que deve acontecer no final do ano. Futuramente, cogitam a possibilidade de adotar uma criança, para a família ficar completa.
“Somos todos iguais, apenas nossas escolhas são diferentes”, reforça Agnes. Diante da recente polêmica gay no País, inflamada pelas declarações do deputado Marco Feliciano (PSC), os recém-casados reforçam que homossexualismo não é doença. “Se as pessoas não nos aceitam, que pelo menos nos respeitem. A sociedade seria muito mais feliz.”
“Somos todos iguais, apenas nossas escolhas são diferentes”, reforça Agnes. Diante da recente polêmica gay no País, inflamada pelas declarações do deputado Marco Feliciano (PSC), os recém-casados reforçam que homossexualismo não é doença. “Se as pessoas não nos aceitam, que pelo menos nos respeitem. A sociedade seria muito mais feliz.”
“As pessoas têm livre arbítrio”
Segundo o pai Beti de Bará (foto), a Casa de Religião Africana Nação Ijexá já realizou três uniões entre casais do mesmo sexo, sendo duas cerimônias. A primeira, no ano passado, casou Caroline Gonçalvez e Eliane Lord. Neste final de semana, foi a vez de Fábio Agnes e Cassiano Gonçalves. “A umbanda nos ensina a amar. Se a gente ama, o preconceito tem que ficar em segundo plano”, opina. Dentro da religião, a comunidade gay encontra apoio e compreensão. “Recebemos todos os casais de braços abertos.”
Na umbanda, as cerimônias de casamento são praticamente iguais às demais, com direito à aliança e certidão de matrimônio. Nesse final de semana, a decoração com flores e bolo garantiu um ar ainda mais especial para a união, prestigiada por convidados dos noivos e frequentadores da casa. “Uma das nossas bandeiras é tentar introduzir a aceitação de tudo e de todos. As pessoas têm livre arbítrio e podem escolher o que é melhor para si”, salienta pai Beti.
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