segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Enem 2013: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias exige intensa leitura


De poesia à redação jornalística, todos os gêneros aparecem na prova

Além dos conteúdos curriculares, o exame exige dos candidatos competências como a capacidade de concentração e de interpretação. De acordo com o coordenador de linguagens do Curso Pré-Enem da Abril Educação, Filipe Couto, a principal característica desta prova é o grande volume de textos que contém.  “É uma prova de intensa leitura, com um texto para cada duas questões, em média, considerando que são 45 questões ao todo, fica bastante extensa, tornando difícil manter a concentração”, explica.

A atenção exigida pelo teste não se limita à leitura das questões. No caso dos idiomas estrangeiros, o aluno deve optar por inglês ou espanhol ao fazer a inscrição do Enem e ter cuidado ao preencher o gabarito. Isso porque os números das cinco primeiras questões da prova se repetem, mas devem ser respondidas apenas as questões relativas ao idioma escolhido, ignorando as outras cinco.

Outra característica marcante da prova é a variedade de formas de linguagem e de gêneros textuais. Os textos apresentados podem ser charges, cartas, matérias jornalísticas, reportagens, músicas, poemas, anúncios publicitários, trechos de obras literárias e até placas de trânsito. A variedade de linguagens está relacionada a outra característica importante, que é a aproximação com o cotidiano. No nosso dia a dia, temos de decodificar diferentes linguagens a todo tempo, e elas não se apresentam separadas em categorias, como ocorre em outras provas.

O que estudar
Para uma prova com exigência tão ampla de conhecimentos, é difícil saber o que será cobrado, mas alguns conteúdos costumam ter presença garantida. A diversificação das disciplinas presentes na prova a tornam mais interessante, e apesar de não existir “fórmula mágica”, os estudantes podem sempre esperar questões ligadas a efemérides, como o centenário do nascimento de Vinicius de Moraes, por exemplo.

Há pontos que não podem faltar no cronograma de estudos dos candidatos. O primeiro deles é o conhecimento de diferentes níveis de linguagem e variações linguísticas. Saber identificar em que situações se usa norma culta, qual é a linguagem típica da internet, de propagandas, de textos jornalísticos, entre outros.

É importante também conhecer as funções da linguagem, mecanismos de coesão e de progressão de texto. Dominar a análise da linguagem conotativa, saber o significado de metáforas, metonímias, antíteses, “ter sensibilidade para perceber os diferentes significados das palavras”. A necessidade de os estudantes conhecerem recursos de argumentação, o que pode ser útil também para a prova de Redação.Tem que saber como se desenvolve a comprovação de ideias, o uso de exemplos, de argumentos de autoridade, de dialética, além de compreender a intertextualidade, como um texto dialoga com outro, como referencia outros textos.

Os estudantes também devem estudar representações artísticas diversas da literatura, como pintura, escultura e música. Conhecer o funcionamento da indústria cultural sem se ater a conceitos antigos. “É preciso ter uma visão ampla da indústria cultural, ver as ligações entre as correntes artísticas do passado e do presente, ver a antropofagia não só na obra dos modernistas, mas na Tropicália, no programa da Regina Casé, no trabalho do Criolo”, explica.

A equipe que produz a prova procura promover a redução de preconceitos linguísticos como uma contribuição à democracia, então é possível que surjam questões relativas às linguagens específicas das diversas redes sociais, em meio a questões sobre clássicos da literatura. Em relação às questões relacionadas à área de educação física e saúde, previstas no edital do exame, que costumam ser mais interpretativas, exigindo apenas o uso de bom senso por parte dos candidatos.


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