Francisco Borges
Todos os educadores têm
como característica o idealismo e a crença na possibilidade de melhorar. A
busca pelo aprimoramento integra a concepção e proposta de sua atividade.
Assim, se ainda estamos na fase do slogan ‘Pátria educadora’, devemos
considerar a capacidade de criação e desenvolvimento de gestores, professores e
alunos para superarmos a crise que atinge todos os segmentos, inclusive o da
Educação.
Ao contrário do que
ocorreu em 2015, o Ministério da Educação mostra clareza e transmite sinais de
continuidade em suas políticas. O Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) tem
suas regras definidas, assim como seu número de vagas.
Em cada microrregião, 70%
das vagas serão distribuídas a três eixos de conhecimento, o que prioriza as
carreiras dadas como estratégicas pelo governo federal: 45% para cursos na área
de Saúde, 35% para cursos de Engenharia e 20% para Pedagogia. Das vagas na área
de Saúde, 15% serão destinadas aos cursos de Medicina. O limite de 350 mil
vagas para novas adesões ao Fies é baixo em relação aos números de 2014, mas
garante estabilidade necessária à política pública de acesso à Educação
Superior.
O mesmo se observa no
Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). A análise quantitativa do número de
participantes, sem alterações significativas, soa, em ano de indicadores tão
ruins, positiva. Dos 7,7 milhões de inscritos, 5,8 milhões de candidatos
participaram do exame em pelo menos uma das provas. Os aprovados, 3,3 milhões,
representam 60,3%. Além do número de participantes e as notas médias
manterem-se estáveis, houve crescimento da faixa de aprovados.
Outro sinal para que haja
retomada do setor educacional é a discussão de nova proposta curricular para o
Ensino Médio. Instituições privadas, governamentais, associações e secretarias
de Educação dos Estados discutem, com grande propriedade, a redução da carga
horária obrigatória das disciplinas essenciais como Português, Matemática,
Lógica, Redação mínima de 2.400 horas anuais para 1.200 horas. O restante seria
destinado a humanas ou biológicas ou exatas ou formação técnica, de acordo com
a opção do aluno, que passaria a se dedicar a temas com os quais possui mais
afinidade, o que motiva a continuidade de aprendizagem e converge para o
cumprimento das metas do PNE (Plano Nacional de Educação).
Com esse quadro, por pior
que seja a crise, pode-se acreditar em evolução social e econômica. A Educação
gera cidadãos mais conscientes, preparados, mais produtivos e capazes de levar
o País à retomada do crescimento.
Francisco Borges é
consultor da Fundação FAT em gestão e políticas públicas voltadas ao ensino
Do Diário do Grande ABC
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