Como sempre, não podemos deixar de compartilhar com nossos leitores - que buscam a boa informação - interessantíssimo artigo do advogado Miguel Dias Pinheiro (Portal AZ) quanto à necessidade de conhecer os profissionais da educaçãso. Boa leitura!
"Fala, Tadeu Gobbi!: “A evolução pelo mérito, comum em sociedades avançadas, parece ter fracassado no país. Somos uma sociedade que dá pouco ou nenhum valor para professores, educadores, cientistas, pesquisadores e todas aquelas profissões nas quais as pessoas têm que estudar muito e dá duro por anos para conquistar alguma coisa. No Brasil tudo tem que ser rápido, sem esforço, porque aqui tudo se ajeita, trabalhar é para os trouxas.
Queremos que nossos filhos tenham boa educação, mas não reconhecemos o valor de nossos professores.
Amamos o policial violento, aquele que mata quem nos incomoda. Não aquele que é eficiente em resolver crimes. Endeusamos jogadores que se dão bem na vida pulando etapas como a educação. Comentamos com regozijo quando, mesmo ganhando fortunas em contratos internacionais, levam nossa malandragem para o exterior e dão golpes nos países que os acolhem.
Não nos incomoda ver políticos e castas do serviço público terem privilégios absurdos e imorais, típicos de republiquetas absolutistas. Aceitamos os serviços degradantes que recebemos apesar de pagarmos absurdamente caro por eles com impostos arrecadados, sobretudo dos mais pobres.
Nossa hipocrisia também é ilimitada. O mesmo empresário que frauda uma licitação e suborna um agente público, impõe em sua empresa regras de compliance rigorosíssimas. O comerciante que embala frutas impróprias para o consumo numa embalagem onde frutas maravilhosas escondem aquelas podres exige que o funcionário orientado a proceder desta forma tenha um comportamento íntegro. O mesmo cidadão que compra CDs e softwares piratas deseja que seu projeto, no qual investiu tempo e esforço, não seja copiado e subtraído. O sujeito que estaciona em vaga de deficiente no shopping é acometido de ira santa se alguém estaciona na frente da sua garagem.
Os exemplos são incontáveis. Invariavelmente quem comete estas infrações goza de prestígio social. Somos um país onde o esperto é ao mesmo tempo otário, porém alienado de sua condição de agente desta cultura e de exercer os dois papéis ao mesmo tempo.
Como nos tornamos tão cínicos e hipócritas é um fenômeno que precisa ser estudado. Tenho dificuldade em viver num país assim. Não questiono minha mãe pelos valores que me transmitiu, mas constato que eles me transformaram num cidadão vulnerável neste tipo de sociedade”.
José Tadeu Gobbi diz que cresceu numa família matriarcal. A mãe dele foi um referencial de pai e mãe ao mesmo tempo. Católica fervorosa, sempre teve valores rígidos. Honestidade para ela nunca teve nuances. Sempre foi parte essencial da conduta dele em tudo na vida, em casa, na escola, no trabalho, no convívio social. Mentir era uma afronta imperdoável!
“Se você quer mudar sua vida, estude, dispute seu espaço com honra. Não inveje teu amigo, nem teu vizinho. Seja melhor que eles com seu esforço. Não faça concessões ao vício. A virtude é sempre o caminho”, orienta o estudioso".
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