Discriminação e preconceito com candomblé e umbanda são históricos no Brasil, mas registros de ataques têm aumentado nos últimos anos. Avanço dos evangélicos neopentecostais preocupa adeptos.
Na manhã deste 2 de fevereiro, milhares de pessoas vão estar dando as boas-vindas aos primeiros raios de sol nas praias de todo o litoral brasileiro. A Festa da Rainha do Mar, celebração em homenagem à divindade do candomblé Iemanjá, é uma tradição de vários municípios brasileiros.
"É mais do que uma festa, é mais do que uma festa do folclore. E, para as pessoas que creem, é uma festa que tem importância religiosa, simbólica e de obrigação", diz Marcelo Nascimento Bernardo da Cunha, diretor do Museu Afro-Brasil, da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
"Não é raro nestas festas ter grupos neopentecostais pregando, demonizando esta festa, dizendo que é um lugar do pecado", frisa Cunha, acrescentando que esse tipo de distúrbio já é antigo. "É o de sempre. No século 19 já existiam esses ataques", lamenta.
Naquela época, o próprio Estado oprimia a cultura trazida pelos escravos vindos da África. "Eram política e cultura forjadas pelo Estado. Os terreiros eram controlados. Foi o Estado que tornou algo natural que esses lugares fossem atacados", afirma.
Diariamente, vê-se na imprensa casos de intolerância religiosa, algumas manifestações chegam até mesmo à violência física. Isso traz uma preocupação muito grande para os adeptos das religiões de matriz africana e requer de toda a sociedade grande mobilização para que se estanque esse tipo de violência.
A Agência Brasil traz interessante matéria sobre o assunto.
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