“Quando o bode vira camaleão: da oposição feroz ao joinha governista em tempo recorde. Na sala do Karnak, todo mundo vira parceiro — ao menos até a próxima eleição.” |
O prefeito Joãozinho Félix resolveu dar uma voltinha pelos salões do Palácio de Karnak e saiu de lá todo sorridente ao lado do governador Rafael Fonteles e dos deputados Flávio Nogueira pai e filho. Nas palavras do próprio, a conversa foi “produtiva”, com direito a promessas de asfalto, parcerias na educação e até apoio à cultura. Mas, nos bastidores da política campo-maiorense, o clima não é de festa — muito pelo contrário.
Petistas históricos da cidade, hoje com pouquíssimo espaço político, estão à beira de um ataque de nervos. Vêem com desconfiança esse novo “namoro” de Félix com o governo estadual. Para eles, tudo não passa de mais uma manobra do prefeito para atrair ações do Estado, carimbar como se fosse obra sua e, depois, dar o famoso “calote” político — como já teria feito em outras ocasiões. Um veterano político da terra dos carnaubais não poupou palavras: “É só enrolação”.
O cenário ganha ainda mais tensão com os rumores de uma possível “chapinha” governista para deputado estadual. Caso se confirme, os “bodes” (como são chamados os aliados de Félix) podem ganhar força e até tomar a vaga de algum representante da esquerda — o que seria uma ironia amarga, já que Félix é cria da direita e defensor fervoroso do bolsonarismo, tendo herdado os votos do ex-prefeito César Melo.
Nas eleições de 2018 e 2022, o prefeito não economizou nas críticas aos governos petistas, chamando-os de ineficientes e corruptos. Agora, tenta posar de aliado em potencial. A pergunta que fica é: o bode mudou de pele ou só aprendeu a pastar em novos terrenos?
Uma coisa é certa: em Campo Maior, o jogo político continua sendo jogado com gosto. E os petistas que se cuidem — o bode está solto.
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