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QUANDO O PODER IGNORA A PRÓPRIA RESPONSABILIDADE

Joãozinho Félix no deboche Foto: Instagran  É cada vez mais evidente a sensação de que não há cerca que contenha a cobiça atribuída ao pref...

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Entre gestos e interesses: a reconciliação que divide opiniões

Joãozinho Félix X Conceição Lima:
Quando o perdão é mais político do que humano

    Durante as eleições de 2020, a professora e vereadora Conceição Lima foi alvo de ataques que ultrapassaram o campo da disputa política. O embate eleitoral foi marcado pelos discursos de Joãozinho Félix que feriram não apenas sua trajetória pública, mas também sua dignidade como mulher, educadora e gestora. Termos pejorativos como "Coruja" e insinuações sobre sua conduta - especulação de compra de votos - circularam amplamente, transformando o debate de ideias em um palco de agressões pessoais.
    Hoje, ao reaparecerem lado a lado em um vídeo que exalta o “clima republicano”, prefeito e vereadora simbolizam uma trégua política. No entanto, para parte da população, o gesto ainda carrega a lembrança das feridas abertas naquele processo eleitoral. Decisões administrativas posteriores, como o fechamento da Escola Dr. Milton Soldane Afonso, que se transformou na vingança mais perversa e odiosa do prefeito, que em entrevistas dizia que a vereadora queria ganhar R$ 60.000,00 do Município, são interpretadas por muitos como movimentos estratégicos, revestidos de cordialidade, mas guiados por interesses políticos.
    O reencontro público, portanto, vai além da reconciliação pessoal: ele revela as complexas relações de poder que marcam a política de Campo Maior, onde o perdão e a conveniência parecem caminhar lado a lado e muitas pessoas não conseguem viver longe das mamatas que o lado mandante oferece.
    Entre a cruz e a espada, Conceição e o esposo Edvaldo Lima, são fortes no Governo do Estado. Conceição tem o mando das vagas da Penitenciária Regional José Arimateia Barbosa Leite (onde indica e desindica servidores contratados) e Edvaldo é Diretor Regional da Saúde, cargo que agrega grande importância estratégica na região.  

segunda-feira, 6 de outubro de 2025

O veneno que escapa à fiscalização


    As recentes ocorrências de intoxicação por metanol em bebidas destiladas revelam, mais uma vez, a alarmante fragilidade da legislação e da fiscalização no Brasil. Enquanto o país contabiliza mortes e internações, o comércio clandestino de bebidas adulteradas continua a agir impunemente, explorando brechas legais e a lentidão do poder público. Não é de hoje que o mercado ilícito de destilados prospera à sombra da negligência estatal. Falta rigor na rastreabilidade da produção, na concessão de licenças e no controle da circulação do etanol industrial, frequentemente desviado para uso criminoso.
    Os alertas do Ministério da Saúde e as ações emergenciais do governo, embora necessárias, chegam tarde para as vítimas. A ausência de políticas preventivas e de fiscalização contínua torna as medidas reativas e insuficientes. Além disso, a desarticulação entre os órgãos responsáveis — Receita Federal, Anvisa, Ministério da Justiça e secretarias estaduais — cria um vácuo de responsabilidade que favorece o crime e põe em risco a saúde pública.
    Urge uma reforma profunda na política de controle de bebidas alcoólicas. É preciso fortalecer os sistemas de monitoramento, endurecer as penas para adulteração e garantir a presença do Estado nas etapas de produção e distribuição. Enquanto o lucro fácil falar mais alto que a vida, e o Estado permanecer inerte, o copo do brasileiro seguirá exposto ao risco de conter veneno em vez de celebração.