quinta-feira, 31 de julho de 2014

Marido é condenado por estuprar a própria esposa


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A 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina manteve a condenação de um homem que estuprou a esposa, fixando pena de nove anos de reclusão, em regime fechado. O crime deu-se na comarca de Balneário Piçarras, litoral norte do Estado. 

No primeiro grau, o réu fora condenado em 12 anos e três meses de reclusão, por estupro e cárcere privado. O TJSC ajustou a pena referente ao estupro e desconsiderou o segundo delito. Todo o restante da decisão permaneceu.

No apelo, o réu alegou que o promotor não poderia ter deflagrado a ação porque não houve representação da esposa. Disse não haver prova da materialidade e autoria do crime, e que a sentença baseou-se, apenas, nas palavras da vítima. Alternativamente, requereu a fixação da pena no mínimo legal.

"É suficiente a demonstração inequívoca do interesse do ofendido ou de seu representante legal. Qualquer manifestação da vítima ou de seu representante legal que espelhe o desejo de processar deve ser aceito para efeito de representação. Nos crimes de ação penal pública condicionada, a representação da vítima prescinde de qualquer formalidade, sendo necessário apenas a vontade inequívoca da vítima ou de seu representante legal, mesmo que realizada na fase policial.", explicou o desembargador Torres Marques, relator da matéria.
As provas constantes dos autos, inclusive declarações da filha do casal, dão conta de ameaças vigorosas do réu para conseguir seu intento. O réu, ao chegar em casa, passou a agredir e ofender verbalmente a esposa, obrigando-a, ainda, a manter com ele relação sexual, tudo mediante violência física e grave ameaça.

Após a noite de intensa violência, com espancamentos e sufocação, a vítima saiu de casa na companhia de sua filha e comunicou os fatos à autoridade policial. A votação foi unânime. 

Templo da Igreja Universal no Brás reafirma poder evangélico no Brasil

A réplica do Templo de Salomão, que levou quatro anos para ficar pronta e custou cerca de US$ 300 milhões (R$ 670 milhões), é um testemunho do vertiginoso crescimento da fé evangélica no Brasil

Templo da Igreja Universal no Brás reafirma poder evangélico no Brasil (© Daniel Kfouri The New York Times)

SÃO PAULO – O imóvel ocupa uma quadra inteira do limitado espaço da cidade: um recinto com 10 mil lugares chamado Templo de Salomão.
Erguido como uma forma brusca de oposição aos prédios cobertos de pichações das redondezas, ele ostenta blocos de pedras monumentais importadas de Israel e as bandeiras de dezenas de países nos quais sua proprietária, a Igreja Universal do Reino de Deus, alimenta um império evangélico e cristão.

Um helicóptero que pousa no pátio permite que o bispo Edir Macedo, o magnata de mídia de 69 anos que fundou a Igreja Universal em uma funerária do Rio de Janeiro em 1977, dê seu sermão. O complexo de 11 andares tem ainda outros encantos, como um oásis de oliveiras similar ao jardim Getsêmani, que fica próximo a Jerusalém, e mais de 30 colunas que ascendem na direção dos céus.

“A Igreja Universal não poupou gastos”, declarou Rogério Araújo, arquiteto do projeto que inaugura esta quinta-feira (31) em São Paulo. Em um passeio pelo local, ele acrescentou: “tivemos a intenção de construir um colosso, algo que faria as pessoas pararem para olhar, e foi isso o que fizemos”.

A réplica do Templo de Salomão, que levou quatro anos para ficar pronta e custou cerca de US$ 300 milhões (R$ 670 milhões), é um testemunho do vertiginoso crescimento da fé evangélica no Brasil. Apesar de a maioria de seus 200 milhões de habitantes ainda ser de católicos apostólicos romanos, um número maior que qualquer outra nação, o número de evangélicos brasileiros saltou para 22% dos cidadãos em 2010, tendo sido de 15% em 2000, segundo números do Censo.

As grandes igrejas evangélicas, particularmente as instituições pentecostais, como a Igreja Universal, também estão reivindicando uma maior importância política em todo o Brasil, articulando um considerável bloco evangélico de votos no Congresso Nacional e motivando os esforços dos candidatos em todo o espectro político do país a tentar agradar os eleitores evangélicos nas próximas eleições deste ano.

A presidente petista Dilma Rousseff deve estar presente na cerimônia de inauguração desta quinta-feira, enfatizando o quanto ela angaria apoio para a sua coalizão de governo a partir de um bloco de líderes evangélicos conservadores, incluindo o sobrinho de Edir Macedo, Marcelo Crivella, um pastor da Universal e cantor gospel que recentemente foi ministro da Pesca.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Globo constrói novo alvo: a "Dilma bolivariana"

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Manchete do jornal da família Marinho alimenta a tese de que o governo Dilma embarcou num projeto bolivariano, de inspiração chavista, ao repreender empresas privadas por suas opiniões contrárias à política econômica; segundo O Globo, os bancos brasileiros farão autocensura e análises mais conservadoras temendo represálias do Planalto; no entanto, até agora, a única represália sofrida pela analista que distribuiu uma opinião particular a clientes de alta renda do banco partiu do presidente Emilio Botín, que disse que a demitiu "porque fez coisa errada"; reportagem do Globo só tem fontes anônimas (em off) e ainda compara Dilma a Cristina Kirchner, que censuraria dados de inflação; não é por acaso


Confira a matéria na íntegra 

Olé de Dilma no Santander reanima militância do PT

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Tempestade perfeita na qual o banco Santander está mergulhado não tem hora para terminar; militantes do PT fazem movimento por fechamento de contas correntes; CUT aprova crítica da presidente Dilma Rousseff ao relatório do Santander que associou crescimento dela nas pesquisas ao agravamento da situação econômica; prefeito de Osasco, Jorge Lapas recebe apoio ao descredenciar banco de convênio municipal, por má prestação de serviços; ex-presidente Lula aumentou a pressão sobre banqueiro Emílio Botín; capo espanhol admitiu que responsável por relatório foi demitido porque "fez a coisa errada", deixando na mão colunistas conservadores como Merval Pereira, Reinaldo Azevedo e Rodrigo Constantino; eles se apressaram em justificar posição do banco, mas o próprio banco admitiu ter errado em prever o pior a seus clientes ricos; súditos mais realistas que o rei.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Dilma afiada usa estilo ‘bateu, levou’ em campanha


A presidente Dilma Rousseff deixou no cabide o figurino de candidata vestido em 2010, quando venceu a disputa usando um modelito do melhor estilo 'paz e amor'. Protegida pelo então presidente Lula, ela não precisou entrar em bolas divididas com o adversário José Serra e flanou sobre o eleitorado enquanto seu padrinho político se encarregava de comprar suas brigas.
Agora é diferente, já se viu na longa entrevista à mídia tradicional concedida ontem pela presidente. Diante de uma certa pressão nas perguntas, o que se viu foi uma Dilma segura, objetiva e nada disposta a aceitar calada as críticas feitas ao seu governo. Ela igualmente não se incomodou em deixar, com frases curtas e palavras fortes, suas posições sobre temas do momento.
Essa Dilma que parece à vontade no chamado estilo 'bateu, levou' surge nitidamente em suas posições a respeito dos ataques desferidos, diariamente, à gestão da política econômica:
- O pessimismo da fase pré-Copa passou para a política econômica, afirma a presidente, ganhando com a frase a manchete desta terça-feira 29 do jornal Folha de S. Paulo. A se considerar o tom das últimas notícias destacadas no mesmo espaço pela publicação da família Frias, Dilma conseguiu o melhor momento para o seu governo, ali, em semanas.
A presidente também não ficou nem por um minuto quieta diante da gafe cometida pelo banco espanhol Santander no Brasil, com o relatório para clientes de alta renda com a associação nominal da presidente ao fracasso econômico futuro.
- Bancos interferirem na política é inadmissível, rebateu uma Dilma, como se diz, curta e grossa.
A ênfase de Dilma vai sendo apurada, no tocante a efeitos eleitorais, em pesquisas feitas por sua equipe de campanha. O que se sabe, inicialmente, é que pouca gente vai estranhar uma candidata que avança pela linha do 'fala o que pensa', uma vez que Dilma nunca foi dada, no governo, a floreios sobre suas posições. Em outras palavras, a Dilma 'bate, levou' combina mais com o momento atual da presidente, cercada por ataques nas frentes econômica e política, do que a Dilma 'paz e amor'.
No governo, o momento da presidente tem levado, também, à tomada de posições claras e objetivas. Depois de se fortalecer com a reunião dos Brics, realizada no Brasil, e a aproximação com a Unasul, Dilma posicionou o Brasil na linha de frente à oposição à Israel, na faixa de Gaza:
- O que há da parte de Israel não é um genocídio, e sim um massacre, atalhou a presidente diante de uma das perguntas que lhe foram dirigidas ontem. Dilma não se intimidou com a postura crítica à decisão brasileira de censurar o governo de Benjamin Netanyahu pelo "uso desproporcional" da força na faixa de Gaza.
A Dilma afiada, com respostas na ponta da língua, sem medo de devolver perguntas difíceis com respostas desconcertantes pela clareza, é que está entrando em campo para a disputa pela reeleição. Osso duro.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Aécio Neves e a sua "Bolsa família"

Aécio e sua “bolsa família”: Parasitismo estatal para si, liberalismo para os outros (Luis Carlos da Silva)
Do Viomundo
Em várias declarações já ouvimos Aécio dizer que os petistas não podem perder a presidência da República, dentre outros motivos, para não ver cair seu padrão de vida. Provocação barata que ocupa o espaço dos debates estruturais que deveriam presidir uma disputa eleitoral da magnitude desta que temos à frente.
Mas, entremos no clima por ele proposto.

Aécio, de fato, não precisa se preocupar com seu padrão de vida. Ganhando ou perdendo eleições. Aliás, nunca se preocupou. Descendente das oligarquias conservadoras mineiras, que foram geradas nas entranhas do Estado, desde o império, ele não tem a menor ideia do que seja empreender na iniciativa privada. Do que seja arriscar em negócios e disputas de mercado. Do que seja encarar uma falência, uma cobrança bancária, uma perda de patrimônio.

Pasmem: é esse o candidato que faz apologia do livre mercado, da iniciativa individual como base para a ascensão social e da ideia do “cada um por si” como critério de sobrevivência na selva do capitalismo contemporâneo.

Até sua carreira eleitoral tem como fato gerador a agonia terminal do avô, cuja morte “coincidiu” com o dia de Tiradentes . Seu primeiro cargo eletivo é tributário disso: em 1986 ele obteve mais de 200 mil votos para deputado federal sem lastro político próprio. Quatro anos mais tarde, distante do “fato gerador”, ele se reelegeu com magros 42.412 votos.

Reitera-se: trata-se de um “diminuto resumo”. A história de seus avós paternos e maternos é a reprodução integral de como foram formadas as elites mineiras: indispensável vínculo estatal (cargos de confiança no Executivo, cartório e muita influência no Judiciário), formação de patrimônio fundiário à base da incorporação de terras devolutas e estreitas ligações com carreiras parlamentares.

O pai, Aécio Cunha, por exemplo, morava no Rio de Janeiro quando,  em 1952 retorna a Belo Horizonte e, com 27 anos de idade, em 1954,  “elegeu-se deputado estadual, pela região do Mucuri e do Médio Jequitinhonha, ainda que pouco conhecesse a região (…)” conforme descrição no Wikipédia. Seus oito mandatos parlamentares nasceram de sua ascendência oligarca. Do avô materno, Tancredo, dispensa-se maiores apresentações. Atípico sobrevivente de várias crises institucionais que levaram presidentes à morte, à deposição e ao exílio, Tancredo Neves sempre esteve na “crista da onda”. Nunca como empresário. Quase sempre como interlocutor confiável dos que quebravam a normalidade democrática.

Aécio Neves, por sua vez, era um bon vivant quando passa a secretariar o avô, governador de Minas Gerais, a partir de 1983. Nunca foi empresário, nunca prestou concurso público, nunca chefiou nenhum empreendimento privado. Sua famosa rádio “Arco Íris” foi um presente de José Sarney e Antônio Carlos Magalhães. Boa parte de seu patrimônio é herança familiar construída pelo que se relatou anteriormente. O caso do aeroporto do município mineiro de Cláudio é apenas mais uma ponta do iceberg.

Enfim, ele é isso: um produto estatal que prega liberalismo, competição, livre mercado… para os outros. Uma contradição em movimento. Herdeiro, portanto, de uma típica “bolsa família”; só que orientada para poucos.

Aliás, esse parasitismo estatal é característico da maior parte das elites brasileiras. Paradoxal é defenderem os valores neoliberais.

Luis Carlos da Silva é sociólogo e assessor do bloco Minas Sem Censura

A dificuldade de ser negro no Brasil, por Sebastião Nunes

Enviado por Romério Rômulo
do jornal O Tempo
O poeta Adão Ventura morreu em junho de 2004, e de lá para cá sua poesia vem sumindo. Que autores sejam apagados do mapa da história literária não é incomum, ao contrário. A imensa maioria despenca no abismo sem fundo do ostracismo apenas alguns anos depois da morte. É engano imaginar que o “gênio” louvado hoje pelo imediatismo da mídia mereça o rótulo de ótimo ou de bom depois de amanhã. Mesmo ser chamado de ruim é ainda “menos pior” do que inexistente. E a grande maioria não resiste sequer a uma década de desprezo. Vira sombra de sombra de sombra.

NEGRO? PIOR AINDA
 
Sempre me espantou a segurança com que Maria Mazzarello Rodrigues, a Mazza, trilhou sua caminhada de militante e editora. Negra ela mesma, acreditou que a cor da pele não inferiorizava ninguém e foi em frente, desde a década de 1960, pelo menos, quando as pessoas tinham vergonha da própria cor.

Alguma coisa mudou deste então, principalmente a visão de cada um como ser humano, mas não mudou muito, principalmente em cidades marcadamente racistas, tipo São Paulo e Belo Horizonte. Na época a que me referi, antes da revolução cultural pop, ser negro era quase como ser leproso. Vivia-se em guetos e os pretos conheciam seu lugar na pirâmide, ou seja, no degrau mais baixo, condenados à inferioridade social do nascimento à morte.

NEGRO E CAPIAU
 
No poema “Viagem à capital”, Adão se descreve assim: “Eu, menino/ enfatiotado,/ roupa domingueira,/ botina nova/ vindo do Serro/ e, puxado por minha mãe,/ Sebastiana de José/ do Teodoro,/ desço da jardineira/ e entro no Bar/ e Restaurante Chapéu de Sol.”.

Os nomes revelam muito. O avô paterno era Teodoro da Fazenda. O pai, José Ferreira dos Reis. A mãe, Sebastiana. Daí Sebastiana de José do Teodoro, forma comum em comunidades pequenas de nomear as pessoas pela ascendência.
O espantoso, no caso de Adão, é que o negrinho enfatiotado de botina nova, neto pobre de escravo, tenha se tornado grande poeta.

ESCASSEZ

No site “Recanto das letras”, Nelson Marzullo Tangerini escreve que “a poesia negra brasileira não cessou com Luís Gama”, quase como se quisesse dizer que só houve poesia negra antes e logo após o Abolicionismo. Mas ele mesmo quase confirma o que insinua, ao nomear apenas, no século XX, dois poetas-papel, Cruz e Souza e Solano Trindade, e a seguir uma série de letristas e compositores populares, às vezes forçando a barra com o famoso “tinha sangue negro”, como se ter sangue negro ou índio não fosse comum a pelo menos 70% da população brasileira.

CONVÍVIO
 
O que livrou Adão de ser apenas mais um preto-pobre foi a inteligência aguda, uma excepcional intuição estética e a vontade de sair do submundo. Tais atributos não são comuns, motivo pelo qual a imensa maioria dos pobres continua sendo pobre e a imensa maioria dos negros continua sendo preto-pobre.

Escapar dessa armadilha socioeconômica exige pelo menos duas das qualidades acima. Para, além disso, se tornar um grande poeta, é preciso acrescentar o terceiro ingrediente, a intuição estética aguçada.

Foi assim que Adão saiu do limbo social e se tornou amigo dos escritores jovens (e brancos, naturalmente) que gravitavam em torno de Murilo Rubião, no Suplemento Literário de Minas Gerais, ainda na década de 1960.

VIAGENS
 
A democratização crescente do país e a elevação da renda, principalmente nas classes mais pobres, permitiu que viagens de lazer e estudos se tornassem muito mais frequentes do que naquela época. Um programa como o “Ciência Sem Fronteiras”, criado no governo Dilma, tem permitido que milhares de estudantes brasileiros sem recursos cruzem o mundo em busca de conhecimentos até então reservados a poucos.

O jovem Adão não teve essas regalias. Viajar para o exterior era privilégio de ricos e da classe média alta. Enquanto seus colegas abonados da faculdade de direito desfrutavam mordomias em Paris, seu lugar era aqui, e já estava mais do que bom.

VOA O CORVO
 
Persistência não faltava ao jovem Adão. A vantagem de ser artista ou atleta em qualquer lugar é a relativização da discriminação racial. Nas profissões de ponta (medicina e engenharia principalmente) a segregação tem origem nos requisitos prévios para ingressar na faculdade: pais capazes de bancar horários integrais. 

Filho de Sebastiana de José do Teodoro da Fazenda, tudo o que Adão podia fazer era teimar e insistir. E tanto insistiu que, mesmo desconhecendo inglês, conseguiu ser escolhido para lecionar literatura brasileira nos Estados Unidos.

No mês anterior à viagem, passava os dias com um exemplar do “Grande Sertão” debaixo do braço. Eu brincava dizendo – acho que já contei isso – que ele lia por osmose. E lá se foi o poeta, tropeçando no espanhol, que também não dominava.

NEGRO, ENFIM

Já não se enforcavam negros em árvores nos EUA e os movimentos civis iam de vento em popa, reivindicando e crescendo. No Brasil, o racismo continuava o mesmo: enrustido, dissimulado e escorregadio, como até hoje.

Mas foi assim que Adão se compreendeu negro, na profunda solidão vivida lá fora. Pela primeira vez, já com dois livros surrealistas publicados, entendeu que não era branco. Foi então que nasceu “A Cor da Pele”, seu grande-pequeno livro confessional.

Enquanto viveu aqui, Adão era negro e não sabia.
 
Crédito da matéria e fotos: 
http://jornalggn.com.br
 

domingo, 27 de julho de 2014

Aloísio Martins quer fortalecimento do municipalismo

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Na inauguração de seu comitê na cidade de Pedro II, Aloísio Martins (PT) falou da importância do fortalecimento do municipalismo e por isso tem um dos pilares de sua candidatura a defesa dos municípios.

Acompanhado da prefeita Neusa Café PT) Aloísio Martins falou para o grupo da prefeita que o apoia para deputado estadual, Aloísio deu o tom de como será sua atuação na Assembleia Legislativa do Piauí, enfocando as ações desenvolvidas pelo município em seus projetos de desenvolvimento.

Dentro da linha de atuação Aloísio enfatiza a importância do empreendedorismo como forma de desenvolver econômica e socialmente os municípios, pois são través dessas ações que as pessoas encontram dignidade.

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Fotos by Jonas Sousa

Qual o interesse de uma empresa estrangeira se meter no processo eleitoral brasileiro?

247 - Depois de obter do comando do Santander um pedido de desculpas e a demissão dos responsáveis por um relatório que previa caos econômico em caso de reeleição da presidente Dilma Rousseff, o PT comemorou, neste domingo, uma nova vitória. Por determinação da Justiça Eleitoral, o Google retirará do ar todas as peças publicitárias da empresa de análise de ações "Empiricus Research", que, segundo o PT, também faziam "terrorismo econômico".
Os slogans da Empiricus, que se alastravam pela internet, eram polêmicos. Um deles dizia "Como se proteger da Dilma". Outro foi um dos primeiros a comparar a derrota da seleção brasileira na Copa por 7 a 1 para a Alemanha com dados econômicos (7% de inflação, 1% de crescimento), numa metáfora que, logo depois, foi usada por adversários da presidente Dilma na disputa eleitoral. O relatório mais fala até no "fim do Brasil". Isso mesmo, o fim do Brasil.

Conheça aqui quem faz a Empiricus e leia abaixo postagem do site Muda Mais sobre a determinação do TSE:
Saiba como proteger da Empiricus: TSE determina retirada de propaganda irregular

No último dia 25 de julho, a campanha de Dilma Rousseff entrou com uma representação judicial junto ao TSE contra a Empiricus Consultoria & Negócios(link is external),Aécio Neves e o Google por propaganda eleitoral irregular. Hoje (27), a justiça determinou que o o google retire imeditatamente do ar toda e qualquer propaganda irregular da Empiricus.

Nós já dissemos aqui como funciona a atuação da Empiricus, empresa que se define como “casa independente de análise de ações” e oferece recomendações sobre o mercado financeiro. Já explicamos aqui como as consultoras e empresas do ramo têm usado a especulação eleitoral para criar um cenário de terror nestas eleições de 2014.

Pois bem, ao contrário da oposição – que entra com representações judiciais a cada passo da Presidenta da República (link is external)– nós respeitamos o direito de livre expressão, conforme previsto no Marco Civil da Internet - a legislação mais avançada no que diz respeito à rede no mundo todo e que o governo federal, em parceria com a sociedade civil, tornou possível.

Acontece que o conteúdo divulgado pela Empiricus em sites de grande circulação como os dos jornais O Estado de Minas(link is external) e Correio Braziliense(link is external) ultrapasa os limites da liberdade de informação e fere o que está previsto na legislação eleitoral. Ao anunciar formas de “proteger o seu patrimônio da Dilma”, a empresa cria um cenário de terror creditando à reeleição da presidenta uma possível oscilação (normal, diga-se de passagem) do mercado financeiro. Tal qual fez o banco Santander nesta semana, como noticiamos aqui.

Além da propaganda contrária à Dilma, a empresa ainda criou chamadas favoráveis ao candidato da oposição, Aécio Neves. Ao abrir uma página vinculada a um anúncio da Empiricus e clicar em uma notícia sobre política, você corre o risco de se deparar com a seguinte mensagem: "E se o Aécio Neves Ganhar? Que ações devem subir se o Aécio Ganhar a Eleição? Descubra Aqui, já".

Nós somos a favor da liberdade de expressão e, mais ainda, do jogo limpo – dentro e fora de campanha. ADilminha é Paz e Amor, mas respeito é bom e a gente gosta. Empiricus, chega de propaganda eleitoral irregular!

Crédito da matéria: brasil247.com
 

CATADOR DE LIXO VIRA MÉDICO

Inspirado nos livros do lixo, ex-catador virou médico

Jornal GGN - Ex-catador, Cícero Batista sonhou em entrar para a carreira de medicina com livros que encontrava no lixo. Livros de biologia e ciências eram os que deixava Cícero mais feliz. Pegava o que podia no lixo para ganhar algum dinheiro, somado ao trabalho de vigiar carro e vender latinhas. "Diante da minha situação social eu não tinha escolha. Era estudar ou estudar para conseguir sair da miséria extrema", conta.
O dia seis de junho de 2014 é uma data muito importante para Cícero Pereira Batista, 33. É data da sua formatura, quando ele fez o "Juramento de Hipócrates" e jurou fidelidade à medicina. O diploma na tão sonhada carreira foi um investimento de quase oito anos da vida do ex-catador.
Natural de Taguatinga, cidade satélite a 22,8 km de Brasília, Cícero nasceu em família pobre e precisou de muita perseverança para alcançar a formação em uma das carreiras mais concorridas nos vestibulares. Ele só começou a fazer a graduação aos 26 anos.
"Minha família era muito pobre. Já passei fome e pegava comida e livros do lixo. Para ganhar algum dinheiro eu vigiava carro, vendia latinha. Foi tudo muito difícil pra mim, mas chegar até aqui é uma sensação incrível de alívio. Eu conseguir superar todas as minhas dificuldades. A sensação é de que posso tudo! A educação mudou minha vida, me tirou da miséria extrema", conta Cícero.
O histórico familiar de Cícero é complicado: órfão de pai desde os três anos e com mãe alcoólatra, o médico tinha dez irmãos. Dois dos irmãos foram assassinados.
Quando tinha 5 anos, o menino pegava o que podia ser útil no lixo. Inclusive livros, apesar de não saber ler. Com o tempo, conta o ex-catador, eles foram servindo de inspiração. Ficava mais feliz quando encontrava títulos de biologia, ciências. Certa vez encontrou alguns volumes da Enciclopédia Barsa e "descobriu Pedro Álvares Cabral, a literatura, a geografia".
Cícero é o único da família que concluiu o ensino médio e a graduação. Para ele, a educação era a única saída: "Diante da minha situação social eu não tinha escolha. Era estudar ou estudar para conseguir sair da miséria extrema". Ele terminou o ensino fundamental na escola pública em 1997 -- na época as séries iam do 1º ao 8º ano. Entre 1998 e 2001, fez o ensino médio integrado com curso técnico em enfermagem.
Ajuda dos professores e colegas
"Quando eu fazia o ensino médio técnico eu morava em Taguatinga e estudava na Ceilândia. Não tinha dinheiro para o transporte e nem para a comida. Andava uns 20 km, 30 km a pé. Muitas vezes eu desmaiava de fome na sala de aula", explica.
Ao perceber as dificuldades do rapaz, professores e colegas começaram a organizar doações para Cícero de dinheiro, vale-transporte e mesmo comida. "Eu era orgulhoso e nem sempre queria aceitar, mas, devido à situação, não tinha jeito. Eu tinha muita vergonha, mas nunca deixei de estudar", conta.
Na época da faculdade, Cícero também recebeu abrigo de um amigo quando passou em medicina numa instituição particular em 2006 em Araguari (MG), a 391 km de Brasília. "Frequentava as aulas durante a semana em Minas e aos finais de semana vinha para Brasília para trabalhar. Era bem corrido", diz. Ele conseguiu segurar as contas por um ano e meio. "Eu ganhava cerca de RS 1.300 e pagava RS 1.400 [de mensalidade]. Até cheguei a pedir o Fies [Fundo de Financiamento Estudantil] por seis meses, mas no fim as contas foram apertando ainda mais e parei".
Ao voltar para Brasília decidiu fazer Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) para conseguir uma bolsa do Prouni (Programa Universidade para Todos). Estudou por conta própria, fez a prova no final de 2007 e conseguiu uma bolsa integral em uma universidade particular de Paracatu (MG), a 237,7 km de Brasília. Foram mais seis meses -- e Cicero voltou a Brasília mais uma vez.
No ano seguinte, fez o Enem mais uma vez. Ele queria estudar mais perto de casa por causa do trabalho -- ele era técnico de enfermagem concursado -- e da família. Com sua nova nota do Enem, ele conseguiu uma vaga com bolsa integral na Faciplac (Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central), na unidade localizada na cidade satélite Gama, 34,6 km de Brasília.
"Tive que começar tudo zero novamente. Tive vontade de desistir na época. Poxa, já tinha feito um total de dois anos do curso de medicina, mas não consegui reaproveitar nenhuma matéria. Mas no fim deu certo", conta o médico que enfrentou os anos da faculdade também com a ajuda dos livros do projeto Açougue Cultural, uma iniciativa que empresta livros gratuitamente nas paradas de ônibus de Brasília.
Atualmente, Cícero é diretor clínico de um hospital municipal e trabalha em outros dois. O momento para ele agora é o de "capitalizar" [ganhar dinheiro] para melhorar de vida e ajudar a família. Cursar um doutorado fora do Brasil também está entre seus planos.
"Não há desculpa para não seguir os sonhos. É preciso focar naquilo que se quer. Não é uma questão de inteligência e sim de persistência. A educação mudou a minha vida e pode mudar a de qualquer pessoa", conclui.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Qual a capital do Ceará? Aécio não sabe!










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Ao interagir com usuários da fanpage do candidato, assessores do presidenciável cometem erro geográfico
A assessoria de comunicação do candidato à presidência da República Aécio Neves (PSDB), ao interagir com seguidores do presidenciável em sua página oficial no Facebook, cometeu erro crasso de geografia. Um morador de Fortaleza postou agradecendo a visita do presidenciável a sua cidade. Ao agradecer a felicitação, a assessoria escreveu: “Obrigado pelo apoio… Um abraço a todos de Pernambuco”. Porém, Fortaleza é a capital do Ceará.

A postagem foi delatada da página oficial do candidato tucano. Vale lembrar que, apesar da tentativa de estabelecer uma interface digital com os apoiadores de sua candidatura, Aécio Neves não tem um bom histórico com a comunicação em redes, visto que já moveu processos para remover conteúdo do Google e do Facebook relacionados a ele.

Neste momento, o candidato do PSDB se vê envolvido em outra polêmica. Em 2009, o governador Aécio Neves aplicou R$ 13,9 milhões na construção do aeroporto onde antes havia apenas uma pista de terra, na cidade de Cláudio, mas o local ainda não tem autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para funcionar. Conforme matéria publicada pela Folha de São Paulo, no entanto, o candidato à presidência já pousou e decolou dali inúmeras vezes, e é o tio-avô do presidenciável que teria as chaves do aeroporto em seu poder.




CAMPO MAIOR TERÁ 10ª JORNADA ESPÍRITA

O Centro Espírita Caridade e Fé, de Campo Maior, realizará a 10ª edição da Jornada Espírita, um evento dedicado a expandir o conhecimento dos postulados espíritas, promover esclarecimentos e oferecer consolações, através de palestras proferidas por valorosos estudiosos do Espiritismo.
Neste ano o tema central do evento é a celebração do sesquicentenário de lançamento do livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, como uma forma de reconhecer a grande contribuição desta obra para a disseminação de idéias renovadoras e para o alívio das dores morais da humanidade.
A 10ª Jornada Espírita de Campo Maior ocorrerá entre 14 e 16 de agosto, a partir das 19h30, na sede do Centro Espírita Caridade e Fé, de acordo com a seguinte programação:
Quinta-feira (14/08/2014)
Tema: Jesus - Guia e Modelo da Humanidade
Palestrante: Evany Gomes
 
Sexta-feira (15/08/2014)
Tema: Caridade, Fé e a Vivência do Evangelho
Paletrante:Luís Henrique Canuto
 
Sábado (16/08/2014)
Tema: Fora da Caridade Não Há Salvação
Palestrante: Osnir Moritz

quinta-feira, 24 de julho de 2014



247 – A colunista Eliane Cantanhêde segue teoria levantada pelo 247 de que a presidente Dilma Rousseff trocou de lugar com a oposição na berlinda. “Mais uma inversão na balança de uma eleição em tudo emocionante”, diz a jornalista.

Ela relaciona a decisão favorável do TCU a presidente Dilma Rousseff sobre a compra de Pasadena às denúncias contra o aeroporto feito por Aécio Neves em Minas Gerais e sobre a suposta tentativa de suborno do PSB para o apoio do candidato de Eduardo Campos ao governo de Pernambuco.
“Aécio entrou na berlinda por reagir mal, em nota demasiadamente enxuta e entrevistas balbuciantes, à notícia de que usou quase R$ 14 milhões, quando governador de Minas, numa pista de pouso que lhe serve de acesso a uma fazenda da família”, diz. Já Campos, “se vê no meio do mundo nebuloso da palavra de um (a do deputado José Augusto Maia, do Pros) contra outro (a do seu partido, o PSB), sobre compra de apoios”
Crédito da matéria: 
http://www.brasil247.com

'Ibope e Datafolha: alguém erra feio no 2º turno'


247 - O jornalista Ricardo Kotscho avalia que há "diferenças estranhas" nas simulações de segundo turno realizadas pelos institutos Datafolha e Ibope, divulgadas com um intervalo de quatro dias. Enquanto o primeiro registra empate técnico entre a presidente Dilma Rousseff e o tucano Aécio Neves, o segundo prevê vitória com larga vantagem da petista. Em seu blog, Kotscho cobra que os responsáveis pelas pesquisas venham a público "para explicar as possíveis razões de números tão divergentes".

Leia mais na matéria publicada ontem pelo 247 sobre o tema: O que explica a diferença entre Ibope e Datafolha?

Abaixo, o post de Ricardo Kotscho:

Ibope e Datafolha: alguém está errando feio no 2º turno
Ainda nem sabemos se vamos ter segundo turno nas eleições. Até aqui, Dilma vem mantendo um empate técnico com a soma de todos os demais candidatos no primeiro turno, qualquer que seja a pesquisa. Quando se trata das projeções para o segundo turno, porém, as diferenças são estranhas, fora das margens de erro, tanto do Datafolha como do Ibope.
No novo levantamento publicado pelo Ibope, na noite de terça-feira (22), o primeiro após a Copa, mostrando mais uma vez que não houve interferência do futebol da seleção na campanha eleitoral, o instituto aponta vitória folgada de Dilma contra Aécio, caso tenhamos um segundo turno: 41% a 33%, uma vantagem de oito pontos. Para o primeiro turno, os números estão bem próximos, como mostra a matéria do R7.
Já no Datafolha, divulgado no fim da semana passada, a diferença ficou em 4 pontos (44% a 40%), o que permitiu ao jornal do mesmo grupo publicar manchete sobre um empate técnico no segundo turno, no limite da margem de erro.
Como as duas pesquisas foram divulgadas com o intervalo de apenas quatro dias, e nada de importante aconteceu neste período, alguém está errando feio nas projeções para o segundo turno. É muita diferença para o mesmo momento da mesma eleição.
Seria interessante para a lisura da campanha e a saúde da democracia brasileira que os responsáveis pelas pesquisas dos dois institutos viessem a público para explicar as possíveis razões de números tão divergentes.
Os leitores sabem que não faço parte da turma do Fla-Flu que sempre levanta suspeitas quando os números não são favoráveis ao seu candidato. A princípio, confio em todas as pesquisas dos dois institutos, até porque, não disponho de outras para confrontar, mas estas últimas deixaram dúvidas que só os próprios especialistas podem esclarecer. Com a palavra, Carlos Augusto Montenegro, do Ibope, e Marco Paulino, da Folha.
Os valentes comentaristas do Balaio também podem me ajudar a entender este estranhamento provocado pelos últimos números divulgados.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

"Não tenho medo da morte. Na minha terra, a morte é uma mulher e se chama Caetana. E o único jeito de aceitar essa maldita é pensando que ela é uma mulher linda."






 "Quando eu morrer, não soltem meu cavalo nas pedras do meu pasto incendiado: fustiguem-lhe seu dorso alardeado, com a espora de ouro, até matá-lo."(No poema "Lápide"). 

A morte de Ariano Suassuna, aos 87 anos, no Recife, priva a sociedade brasileira de um personagem ao mesmo tempo singular e polêmico: escritor, teórico, homem de um nacionalismo apaixonado e de uma aversão epidérmica às influências estrangeiras na cultura nacional. Um escritor de grande ambição artística e de fina e metódica construção literária. E um professor/palestrante tão entusiasmado e hábil em tecer causos que bem poderia ser chamado de "showman" – se esse termo tão estrangeiro não fosse, com certeza, desagradar o próprio Ariano, que certa vez disse, textualmente, em Porto Alegre:

– Para mim essa coisa de Xô era a palavra que a gente usava para espantar galinha.

Fim de crise para Dilma. Não para Aécio e Campos



No sobe e desce da eleição, presidente sai por cima em caso da compra da refinaria de Pasadena, que consumiu rios de tinta da mídia tradicional; senador tucano é surpreendido por denúncia de aeroporto feito em fazenda de seu tio-avô, em Cláudio, Minas; ex-governador de Pernambuco sofre com investigação da PGR sobre relação entre o PSB e o Pros, sob suspeição de propina; TCU isentou Dilma Rousseff por negócio feito por diretores da Petrobras; Aécio Neves se bate para explicar plenamente decisão tomada como governador de Minas Gerais; Eduardo Campos experimenta revés em seus domínios; mudanças contínuas. 

terça-feira, 22 de julho de 2014

Índice Band: Dilma tem 50% dos votos válidos; Aécio, 27%


247 - A cobertura da disputa eleitoral pela emissora de TV Bandeirantes tem uma ferramenta especial em 2014, para ajudar o eleitor a entender como anda a evolução dos candidatos. Trata-se do Índice Band, novidade do "Band Eleições", programa que estreou nesta segunda-feira (22) e irá ao ar todas as segundas-feiras, após o CQC. O índice vai mostrar semanalmente a evolução de votos na disputa presidencial com base nos dados de vários institutos de pesquisa.
Na primeira análise, o índice aponta que, se a eleição fosse hoje, a presidente Dilma Rousseff (PT) teria 50% dos votos válidos. Aécio Neves (PSDB) teria 27% do total das urnas, enquanto Eduardo Campos (PSB) ficaria com 14% da preferência dos eleitores e o Pastor Everaldo (PSC), 4%.
O responsável pelo Índice Band é o cientista político Antonio Lavareda, que analisa as pesquisas registradas e divulgadas, sempre fazendo uma média ponderada – ou seja, sintetizando todos os dados em um único índice, apenas com os votos que seriam válidos.
Crédito da matéria: 
http://www.brasil247.com

segunda-feira, 21 de julho de 2014

O que Aécio não diz sobre o aeroporto de R$ 14 mi em área de familiar

Jornal GGN - Aécio Neves (PSDB) ganhou a primeira bordoada da Folha de S. Paulo enquanto candidato a presidente no domingo (20). Na edição dessa segunda-feira (21), o periódico destina uma página inteira às explicações do tucano sobre a denúncia envolvendo a construção de um aeroporto de pequeno porte na cidade mineira de Cláudio. A obra é da época em que o Estado era comandado pelo presidenciável. Quase R$ 14 milhões foram gastos pelo poder público no equipamento localizado em terreno pertencente ao tio-avô de Aécio, Múcio Guimarães Tolentino.
Segundo revelou a Folha, são familiares de Aécio quem, na prática, comandam o entra e sai no aeroporto ainda não regularizado pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). O jornal da família Frias publicou uma segunda reportagem com a versão do candidato (“Aeroporto não beneficiou familiares, diz Aécio”), e proveu espaço extra para algo difícil de um alvo de reportagem escandalosa conseguir sem ter de recorrer à Justiça: a publicação da nota de esclarecimento de Aécio na íntegra.
Segundo a assessoria do mineiro, a reportagem-denúncia da Folha (“Governo de Minas fez aeroporto em terra de tio de Aécio”) contém “equívocos” dignos de lamentação e reparo. Mas a explicação de Aécio também. A começar pelo fato de o tucano afirmar que não houve, em seu governo, a construção de "um novo aeroporto na cidade de Cláudio". "Como parte do programa Pro-Aéreo, o governo de Minas investiu em melhorias das condições da pista de pouso já existente no local", diz a nota.
Ao contrário disso, há evidências de que o que se deu, na verdade, foi a construção de um aeroporto num município de 25 mil habitantes, que hoje é utilizado para pouso de aviões particulares e eventos de aeromodelismo (veja vídeo). Um dos índícios é o edital do Departamento de Obras Públicas (Deop) de Minas Gerais, que aponta que a licitação aberta pelo Estado mineiro tinha como finalidade a “construção do aeroporto de Cláudio”. A publicação da homologação aconteceu em 2008:
Publicação do Diário do Comércio, de janeiro de 2009, afirma que o Deop havia autorizado, na época, “o início das obras de reforma e melhoramentos em oito aeroportos do interior do Estado, além do início da construção do terminal aeroportuário de Claúdio”. No total, R$ 70 milhões em investimentos foram anunciados pelo governo de Minas à imprensa.
“Em Cláudio está prevista a construção total do aeroporto, com pista de mil metros por 30 de largura, taxi way, estacionamento de aeronaves, terminal de passageiros, equipamentos para operação 24 horas e alambrado cercando a área patrimonial. Na pista poderão pousar aeronaves com capacidade para transportar até 50 passageiros”, diz o jornal. O veículo também publicou mais detalhes sobre o Pro-Aéreo (leia a íntegra aqui).
O Google Street View também fornece registro de área próxima ao aeroporto, que data de 2011, onde havia sido instalado um painel publicitário (já em ruínas) noticiando o investimento. A obra, de acordo com a Folha, foi concluída em 2010, mas nunca foi inaugurada. Aécio não comentou os motivos.
Segundo a assessoria do tucano, a manchete de capa da Folha comete um erro ao afirmar que o terreno do aeroporto é de um parente de Aécio. "Não foi feita nenhuma obra na fazenda de familiares”. A área foi desapropriada antes pelo Estado. Inclusive, "o antigo proprietário da área não concordou com a desapropriação e contesta suas bases na justiça. Até hoje ele não recebeu nenhum centavo”. O valor da indenização pago em conta judicial ao tio-avô de Aécio pela desapropriação gira em torno de R$ 1 milhão, sustenta o jornal. A família de Aécio tenta, pelas vias legais, um valor maior. Esse pagamento, na visão do grupo de Aécio, entretanto, não configura nenhum “favorecimento” aos membros da Família Neves.
Aécio ainda reforça que o investimento no aeroporto faz parte do pacote de melhorias em outros equipamentos do tipo espalhados por Minas Gerais, o chamado Pro-Aéro. Segundo o tucano, o aeroporto de Cláudio foi obra da gestão do avô Tancredo Neves, em 1983. O pedido para regularização junto à Anac foi enviado ainda em 2011. A Agência afirma que faltam documentos.
Sem comentários
Aécio também não rebateu a Folha no tocante às chaves do aeroporto. Segundo o jornal, um repórter foi enviado à Prefeitura de Cláudio, com a identidade profissional em segredo, alegando que gostaria de utilizar o equipamento. Soube pelo chefe de gabinete do Paço, José Vicente de Barros, que os interessados no aeroporto precisavam se reportar à Fernando Tolentino, filho de Múcio. O primo de Aécio disse à Folha, por sua vez, que o presidenciável sempre usa a pista de pouso quando visita a cidade onde passou a infância. Aécio não entrou em detalhes sobre o assunto.
O candidato ainda afirmou que o local do aeroporto foi escolhido por critérios técnicos, jogando a responsabilidade, indiretamente, sobre o primeiro escalão de seu antigo governo. Mas não entrou no mérito de o equipamento ter sido fixado em uma cidade que fica a poucos quilômetros de dois outros municípios populosos e com aeroportos também reformados pelo Estado: Divinópolis e Oliveira.
O candidato à Presidência também destacou que vários outros aeroportos de pequeno e médio porte receberam investimentos do governo estadual, mas tangenciou o fato de, aparentemente, ser prática de longa data a instalação desse tipo de aparelho, de uso quase que privado, nas proximidades de terras pertencentes a políticos poderosos.
É o caso das incontáveis fazendas - uma delas, a Veredão, com pista própria de pouso - do empresário Newton Cardoso (PMDB), ex-deputado federal e governador de Minas entre 1987 e 1991. 
O também ex-governador mineiro Helio Garcia, que assumiu o Palácio da Liberdade pela primeira vez em 1987, em substituição a Tancredo Neves, possui patrimônio com pelo menos sete fazendas interligadas (alvo de disputa entre os herdeiros), sendo uma conhecida, a Fazenda Santa Clara, em Santo Antônio do Amparo. O município sedia o Aeroporto Julio Garcia. O espaço também é utilizado para shows de aeromodelismo, alguns patrocinados pela Prefeitura em época de festividades.
No caso da cidade de Cláudio, o aeroporto fica a 6 quilômetros da Fazenda da Mata, propriedade da família de Aécio, e à distância ainda mais inferior da Fazenda Santa Izabel, do tio-avô do presidenciável. Mata, segundo a assessoria do postulante à Presidência, está no espólio de Risoleta Neves, avó de Aécio, e pertence, portanto, aos três filhos dela.