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Todos sabiam, mas ninguém tomou providência Hytalo Santos - Foto Instagram |
Até quando seguiremos fechando os olhos para os absurdos que acontecem diante de nós? A prisão de Hytalo Santos é apenas a ponta de um iceberg que revela uma realidade dolorosa e de extrema complexidade. A cada dia, crianças são exploradas sexualmente, adultizadas precocemente ou submetidas a violências diversas. E nós, enquanto sociedade, permanecemos calados, muitas vezes fingindo não ver o que está diante de nossos olhos.
No nosso município, a situação é ainda mais alarmante. As políticas públicas que deveriam proteger a infância são frágeis, acanhadas, burocratizadas e, por vezes, reduzidas a meros registros fotográficos em redes sociais, sem efetividade real. Quantas campanhas de prevenção são de fato realizadas ao longo do ano? Quantas orientações chegam até as famílias, as escolas, as igrejas e os demais espaços coletivos?
A omissão também se estende a órgãos que deveriam atuar de forma incisiva. Onde está o Conselho Tutelar, que deveria ser a linha de frente na defesa dos direitos das crianças? Onde está o Ministério Público, que tem a obrigação legal de cobrar providências e fiscalizar a execução das políticas públicas?
A verdade é que vivemos em uma rede de silêncios. Silêncio das autoridades, silêncio das instituições, silêncio de uma sociedade que prefere não se incomodar. Enquanto isso, vítimas inocentes crescem marcadas por traumas irreparáveis.
Não basta prender um ou outro acusado. É necessário um enfrentamento coletivo, sério e constante. Precisamos de campanhas permanentes, de políticas públicas efetivas e de instituições que funcionem de fato. A infância não pode continuar sendo negligenciada. O futuro exige coragem — e coragem começa pelo fim da omissão.