Mais uma denúncia, desta vez resultando em prisão em flagrante, sobre um médico que só comparecia ao posto público de saúde onde “trabalhava” apenas para bater o ponto.
O Dr. Jetson Luís Franceschi chegava às sete da manhã, estacionava
seu BMW, junto da Unidade Básica de Saúde do Bairro Faculdade, em
Cascavel (PR). batia o ponto e saía para atender em sua clínica
particular. Perto de dez da amanhã, voltava ao posto, passava algum
tempo e saía.
Não fez isso eventualmente, para atender algum compromisso, uma emergência, como poderia acontecer e seria até compreensível. Era sistemático, diário. O mês inteiro.
O Dr. Jetson mantém uma página no Facebook. Nela, quase todos os dias, posta fotos e textos atacando o “Mais
Médicos”, o governo e a qualidade dos médicos estrangeiros, em especial
os cubanos. O Dr. Jetson pode ser um bom médico e tem o direito, querendo, de ser médico apenas em consultório particular. Mas não tem o direito de ocupar “ausente” um lugar que precisa ser
ocupado por alguém que possa estar presente para atender mulheres – e
gestantes, ainda por cima. E muito menos de criticar e agredir quem está disposto a fazê-lo.
Menos ainda de, com um caso destes, ajudar a formar na população um
conceito sobre os médicos que eles – inclusive a maioria dos que são
contra o Mais Médicos – não merecem. O problema da saúde brasileira não é o de médicos “picaretas”. Muito
do que dizem os adversários do Mais Médicos sobre precariedades na rede
de Saúde é verdade e é um déficit histórico que vai custar a ser
resolvido. E um bons caminhos é que haja médicos nas Unidades Básicas de Saúde como aquela em que o Dr. Jetson deixava abandonada.
Por: Fernando Brito
tijolaço.com.br
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