sexta-feira, 19 de abril de 2024

Pastor ofendeu religião de matriz africa e poderá ir para a cadeia pelo crime de intolerância religiosa

O milionário mercenário da fé Felippe Valadão

Esse povo evangélico jura que pode mandar e escrachar com as religiões de matriz africana. O conhecido e rico pastor protestante Felippe Valadão, da Igreja Lagoinha, em Niterói, região metropolitana do Rio, foi indiciado pelo crime de intolerância religiosa. Ele começou a ser investigado depois de fazer discurso, em um evento oficial da Prefeitura de Itaboraí, em maio de 2022, que também foi transmitido pelas redes sociais.

Na ocasião, o pastor ameaçou acabar com terreiros de umbanda do município e disse que converteria à sua religião os dirigentes desses locais. Ao microfone, Valadão reclamou, sem provas, da existência de oferendas espalhadas pelas ruas e chamou de “endemoniados” os adeptos da umbanda. Ele foi mais além ao afirmar que “o tempo da bagunça espiritual acabou”. E até ameaçar fechar centros de umbanda da cidade.  

Durante as investigações, a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância concluiu que não houve alteração no conteúdo do vídeo, anexado ao inquérito.  

No relatório encaminhado ao Ministério Público do Rio de Janeiro, a polícia informou que ficou comprovada a prática de intolerância religiosa.

Na época, ao se defender, Valadão disse que proferiu palavras em defesa da própria fé, acreditando que pessoas de religiões de matriz africana poderiam se converter a fé cristã.  Ele explicou ainda que muitos centros de umbanda seriam fechados, como consequência direta dessa conversão. O Pastor disse que nunca incitou a violência contra terreiros ou devotos de religiões de matriz africana. 

A prefeitura de Itaboraí informou à época, após o discurso do pastor evangélico, durante as comemorações dos 189 anos da cidade, que as declarações dos convidados e artistas eram de inteira responsabilidade deles, e que o governo municipal não apoia nenhum tipo de intolerância religiosa.  

Nós não conseguimos retorno da defesa do pastor até o fechamento desta reportagem. 

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