segunda-feira, 5 de março de 2012

Elmano e Wilsão não sabem resolver greve dos professores

Só sobra para o 'povão'
Prefeito e governador dizem que existe motivações políticas para as greves
     A greve dos professores das escolas públicas, tanto da rede Municipal em Teresina, como na rede estadual, em todo o Piauí, aumenta a crise na Educação pública do Piauí e entra, nesta segunda-feira, dia 5, na sua segunda semana. São alunos prejudicados, que esperavam ter começado o período letivo no início de março, e que não veem resolutividade por parte do prefeito Elmano Ferrer (PTB) e do governador Wilson Martins (PSB).
     Em Teresina, segundo o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Teresina Sinésio Soares, o secretário Paulo Machado não recebe os grevistas na SEMEC. “Queríamos entregar um documento para o secretário, mas pela terceira vez não quis nos receber. O nosso próximo passo é ir até a prefeitura protocolar o documento e solicitar uma reunião para falarmos com o próprio prefeito, Elmano Ferrer”, diz Sinésio Soares.
     Os professores reivindicam o aumento do piso salarial dos professores e a eleição direta dos diretores das escolas municipais da capital. De acordo com Sinésio Sores, a prefeitura está desrespeitando as leis propostas: “Sempre elegemos nossos diretores, e agora o prefeito suspendeu as eleições e está colocando pessoas indicadas por ele, isso não é certo. Além disso, ainda tem o piso salarial que esta sendo descumprida. Deveria ser pago aos professores R$ 1.937,26 reais o que não está acontecendo. Hoje recebemos apenas R$ 1.187,00 reais, o que fere mais uma lei” afirma o presidente.
     Para o secretário não há diálogo porque os manifestantes se mostram agressivos. "A greve está virando briga partidária. Sou advogado dos professores e se eles (os professores) quiserem estou a disposição sempre, mas não vou receber pessoas que querem me ‘agredir’, não vou falar com manifestantes baderneiros. Fui agredido moralmente. Sou um empresário de respeito e não preciso de holofotes, eles é que precisam, não vou aceitar que eles sujem a minha imagem. Fiz um boletim de ocorrência contra os manifestantes que me agrediram. Eles me chamaram de todo nome: vagabundo, empresário ladrão e vários outros palavrões que não quero citar”, lamentou Paulo Machado, que é dono da Facid e levou 'ovadas' por parte dos manifestantes no início da semana passada.
     Já na rede estadual, a crise só aumenta. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Piauí (SINTE) defende reajuste de 22% para os professores ativos e inativos. O governo alega que não tem como bancar o aumento para todas as classes. A greve acontece por tempo indeterminado. O secretário estadual de Educação Átila Lira disse que o Estado vai pagar o piso nacional dos professores a partir do mês de maio de 2012. Na oportunidade, o Governo do Estado promete ainda um reajusta geral para a categoria de 6%. Para completar, não é só a greve dos professores que está dificultando o início das aulas na rede estadual.     
     As obras de reforma de escolas em Teresina se arrastam há quase dois anos. Há contratos que já estão no 4º termo aditivo, nos quais o Governo do Estado prorroga o prazo para a conclusão das obras que se arrastam há mais de 200 dias, período idêntico ao do ano letivo. São, ao todo, 67 escolas com obras de reforma concluídas ou em fase de execução, sendo 23 em Teresina e 44 no interior, segundo a Secretaria Estadual de Educação. No total, as obras estão consumindo R$ 34,397 milhões. Há contratos que foram firmados ainda em 2009, em alguns deles estão envolvidos recursos federais. 

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