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domingo, 24 de março de 2019

Armar professores é uma “aberração”

A escola é tida como um local seguro, em que os pais podem deixar os filhos para que eles recebam uma educação adequada. Porém, alguns fatos recentes, como o que aconteceu no dia 13 de março, na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, São Paulo, mostram alguns problemas presentes em algumas das escolas do país: falta de segurança, livre acesso, bullying e ausência de apoio emocional.

O assunto foi tema de debate na Super Manhã, desta quinta-feira (21). Os debatedores foram: o secretário de Educação de Pernambuco Fred Amâncio, o secretário de Segurança Urbana do Recife Murilo Cavalcanti, a psicopedagoga Jojemima Mesquita e o presidente do Sintepe Fernando Melo.

Fazendo um comparativo com o caso ocorrido em Suzano, Fernando Melo, destacou como os jovens podem ser afetados pela família, a escola e a sociedade. “Você tem a escola que não tem a segurança na questão do ambiente, tem a família que coloca o seu filho na escola, que traz essa carga negativa e tem a sociedade que faz um discurso, fica indignada, mas na própria sociedade incentiva muito mais o ter do que o ser, incentiva muito mais ao jovem de não ter o limite”, afirmou.

Estudante de 14 anos é esfaqueado em sala de aula

Imagem ilustrativa: https://sites.google.com/site/grupoe8dnaus/fotos-educacao-ambie

A cada dia aumenta a preocupação das famílias, educadores, gestores escolares e toda a comunidade quanto à violência crescente nas escolas de todo o Brasil. A chacina na Escola Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo, foi apenas a visibilidade midiática de um fato silencioso que ocorre diariamente- claro que em menores proporções.

Um estudante de 14 anos foi esfaqueado, na manhã da última sexta-feira (22), dentro da sala de aula de uma escola estadual em Abreu e Lima, no Grande Recife. O aluno teria sido agredido nas costas por uma colega de 15 anos, segundo a Polícia Militar, que enviou uma equipe do 17º Batalhão para a Escola Estadual Stela Maria dos Santos Pinto de Barros, no bairro do Timbó.

Causa estranheza não ter sido constatado qualquer histórico de rivalidade entre os adolescentes envolvidos", informou a polícia em nota. Também por meio de nota, a Secretaria Estadual de Educação afirmou ter acionado o Conselho Tutelar para que providências fossem tomadas.

O órgão também informou que “repudia todo e qualquer tipo de violência” e reafirmou o “compromisso de promover ações pedagógicas voltadas para a inclusão e fomento da cultura de paz dentro das unidades de ensino”.

Sempre é dessa forma: espera-se que os fatos aconteçam para depois tomar providências. Prática que tem demonstrado sua ineficácia. As ações de combate à violência devem ser antecipadas. Precisa-se de práticas permanentes e que possam ter resultados positivos. Precisa-se do envolvimento de toda a comunidade escolar. Quem sabe até mesmo a inclusão de uma Disciplina que tenha foco específico nesse tema.

Confira a repercussão e as matérias completas em:

sábado, 24 de maio de 2014

A cachaça de maconha febre no sertão

DANIEL CARVALHO, DE CABROBÓ (PE)

Encravado no “polígono da maconha”, região pernambucana famosa pela produção da erva em áreas irrigadas pelo rio São Francisco, o município de Cabrobó (a 531 km do Recife) vem se tornando conhecido por um “souvenir” peculiar: uma cachaça artesanal com raiz de maconha, a “Pitúconha”.
É fácil encontrá-la em bares e carrinhos que vendem espetinhos de carne.
Os interessados encontram o produto tanto em dose (R$ 1) como em garrafa. Com o rótulo que se apropria da tradicional marca pernambucana de aguardente Pitú, essa caninha sai por R$ 30.

“Aguardente de cana adoçada com raiz de maconha”, informa, sem pudor, o rótulo da garrafa de 965 ml. “O Ministério do Transporte adverte: o perigo não é um jumento na estrada. O perigo é um burro no volante”, completa, em tom jocoso, o aviso da embalagem.

Cachaça de maconhA

A Folha conversou com um servidor municipal que, aos finais de semana, vende doses de cachaça de maconha em seu carrinho de churrasco.
Ele diz que algumas pessoas coletam as raízes que sobram das operações policiais de erradicação dos pés de maconha e vendem para os produtores de cachaça. Um saco de 30 kg sai a R$ 100.

O servidor, que vende a cachaça há cinco anos, afirma que chega a comercializar até seis garrafas por semana. “Já virou souvenir. Tem um pessoal do banco que compra de carrada. O pessoal tem muito interesse de conhecer. Houve até um leilão na capital. Saiu por R$ 200″, afirma.

ILEGAL
Segundo a Polícia Federal, ainda não há clareza sobre a situação legal da bebida. Perícia feita pela PF no ano passado indicou pequenas concentrações de THC (tetrahidrocanabinol), o princípio ativo da maconha, nas raízes.

Desde o início do ano, policiais federais e colaboradores que participam das operações de erradicação de plantações da droga foram proibidos de trazer e distribuir as raízes, que, ao contrário do restante da planta, não são incineradas.

“Se você for levar ao pé da letra, seria crime [a comercialização da raiz e, consequentemente, da bebida] porque tem o princípio ativo. Só que a concentração é baixíssima. É uma questão que ainda não se tem uma posição definida”, afirma Carlo Correia, chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal em Pernambuco.

De acordo com o artigo 2º da lei 11.343/2006, “ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem como o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas”.

A exceção é para autorizações legais e para o que estabelece a Convenção de Viena (1971) a respeito de plantas de uso “ritualístico-religioso”.

“A lei não especifica a quantidade de THC. A questão é de ordem prática: a concentração é muito pequena. Não existe uma repressão sistematizada até hoje”, diz o delegado.
Correia afirma que há quem peça raízes aos policiais para tratar dor na coluna, problemas de estômago e asma. “Não existe nenhuma comprovação científica de que a raiz de maconha tenha alguma função terapêutica”, diz o delegado.

PITÚ
Em nota enviada à Folha no final da tarde desta sexta-feira (23), a empresa pernambucana Pitú informou ter tomado conhecimento da bebida “Pitúconha” e “do uso indevido de sua marca”. “A Pitú tomará todas as medidas cabíveis contra a violação dos seus direitos de propriedade intelectual.”