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quinta-feira, 18 de junho de 2020

Matéria boa, copiamos: Aluna cega do interior do PI não desiste de estudar, aos 63 anos, apesar da pandemia: ‘aprendendo mais’

Maria do Desterro, estudante com deficiência visual  — Foto: Arquivo Pessoal/Maria do Desterro
Maria do Desterro, estudante com deficiência visual — Foto: Arquivo Pessoal/Maria do Desterro
A quarentena devido à pandemia da Covid-19, doença causada pelo coronavírus, afetou a rotina da
estudante Maria do Desterro dos Santos, de 63 anos, mas não a impediu de seguir com as aulas.

Deficiente visual desde que tinha 1 ano de idade, a aluna do 3º ano do Ensino Médio do Centro Educacional de Jovens e Adultos Professora Mulata Lima, em Campo Maior, cidade a 81 km de Teresina, passou a realizar as atividades em casa por causa do isolamento social. A superação da estudante empolgou os professores e virou um exemplo.

A estudante mora sozinha. Maria decidiu retomar os estudos após um longo período sem estudar por causa da deficiência visual e das constantes mudanças de cidade que tinha que realizar para acompanhar seus pais. Depois de um longo período, ela decidiu voltar a estudar.

"Na infância eu desisti de estudar por causa de mudanças frequentes que eu tinha que fazer para acompanhar meus pais quando eles viajavam para Teresina. Eu passei um tempo sem estudar e aí voltei depois que consegui me estabelecer na cidade”, explicou.

De acordo com Lia Raquel Medeiros, uma das professoras responsáveis por elaborar as atividades de Maria, a estudante é exemplo de dedicação e realiza as atividades como se estivesse na escola.

“Produzo o material em braile na escola, e ela faz as atividades. Como todos os outros alunos, ela tem um prazo de recebimento. É um momento novo, um trabalho desafiador, mas tudo vai passar e no fim tudo dará certo”, relatou.

As atividades de Maria do Desterro são elaboradas pelas professoras do CEJA e repassadas para as professoras da Associação dos Deficientes Visuais de Campo Maior, entidade beneficente sem fins lucrativos que atua no atendimento de ensino especializado e presta atendimento para pessoas cegas e de baixa visão.


domingo, 27 de janeiro de 2019

Estudante da Rede Pública com paralisia cerebral é aprovado na Unifap

Superação é uma palavra constante na vida de Jadison Costa da Costa, de 19 anos, que enfrenta muitas dificuldades físicas. Portador de paralisia cerebral e usuário de cadeira de rodas, o jovem realizou mais um sonho: foi selecionado para cursar licenciatura em história na Universidade Federal do Amapá (Unifap).

Estudante da Escola Estadual José Ribamar Pestana, do município de Santana, a 17 quilômetros de Macapá, ele está prestes a concluir o ensino médio. Para ser aprovado, ele fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ao lado de um auxiliar.

Concorrendo através da cota destinada a estudantes deficientes físicos da rede pública de ensino, com renda familiar inferior à um salário-mínimo e meio, o nome dele era um dos que saíram na lista dos aprovados na quinta-feira (24).

O dia foi de inteiro de comemoração. Jadison estava em sala de aula, com amigos, professores e familiares, quando soube da classificação.

Achou interessante e motivador?

domingo, 29 de janeiro de 2017

Bailarina norte-americana com hidrocefalia faz sucesso na internet

Uma história de superação e lição de vida tomou conta das redes sociais nas últimas semanas. Um vídeo da bailarina norte-americana com hidrocefalia Lizzy Howell, de apenas 15 anos, fazendo uma série perfeita de fouettés (piruetas que exigem bastante técnica) já foi visto mais de 100 mil vezes e comentado por mil e duzentos usuários. Mesmo com as curvas bem diferentes do que estamos acostumadas, ela é um sucesso.

Ao site "Boa forma", Lizzy contou que já ficou internada várias vezes e ficou triste por não poder dançar. Entretanto, ela nunca desistiu do amor que tem pela dança que, inclusive, ajudou na recuperação da depressão que enfrentou durante o agravamento de um quadro de ansiedade.
A jovem contou ainda que dança há dez anos e reforça que ser uma dançarina acima do peso é algo bem difícil de encarar. Porém ela resolveu não ligar para os "padrões" e seguir em frente.
O sucesso de Lizzy é tamanho que ela foi chamada para ser a embaixadora do projeto "Dancing For You", que é uma campanha que estimula a prática de diversas modalidades de dança por crianças e jovens portadores de necessidades especiais.
A jovem já tem mais de 60 mil seguidores em seu Instagram

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Cortador de cana diploma-se médico

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Milagre é explicado como algo extraordinário, admirável, espantoso. Acontecimento que chama a atenção, que desperta interesse, que faz o povo ficar surpreso. Aos 30 anos, Jonas Lopes da Silva é sinônimo disso. Perseverança e coragem e firmeza foram virtudes que o ajudaram a transformar seu destino.

Combustível para que o ex-cortador de cana, engresso da Zona da Mata pernambucana, estivesse entre os 74 jovens que colagram grau na 95ª turma de medicina da Universidade de Pernambuco (UPE) no Teatro Guararapes, em Olinda, no Grande Recife, na noite desta quarta-feira (29/06).

O reconhecimento pela sua difícil trajetória até conseguir tão sonhado diploma foi louvado pelos colegas, que decidiram homenageá-los. Aplaudido, Jonas ficou surpreso. Não esperava tamanha consideração. Tímido, chorou ao ficar de pé, em destaque, entre os demais (agora) médicos.

"Não existem vidas comuns. Apesar de termos tantos milagres hoje a contar, a tuma 95 escolheu um desses milagres para receber o grau (de médico) em nome de todos nós. Antes de ser estudante de medicina ele lutou contra a exploração de mão de obra infantil nas usinas de cana-de-açúcar, no interior de Pernambuco", discursou a oradora, Débora Lima, assim que a solenidade começou.

"Nascido em Palmares, criado em Joaquim Nabuco, foi cortador de cana até os 15 anos. Aos 24, o quinto dos sete filhos de seu José Lopes e dona Edileusa chega à universidade. Hoje nossa turma pede que Jonas Lopes da Silva, de pé, para receber nosso aplauso e reconhecimento" completou Débora.

Para testemunhar esse momento, uma pequena caravana saiu de Joaquim Nabuco, a 113Km de Recife.



domingo, 27 de julho de 2014

CATADOR DE LIXO VIRA MÉDICO

Inspirado nos livros do lixo, ex-catador virou médico

Jornal GGN - Ex-catador, Cícero Batista sonhou em entrar para a carreira de medicina com livros que encontrava no lixo. Livros de biologia e ciências eram os que deixava Cícero mais feliz. Pegava o que podia no lixo para ganhar algum dinheiro, somado ao trabalho de vigiar carro e vender latinhas. "Diante da minha situação social eu não tinha escolha. Era estudar ou estudar para conseguir sair da miséria extrema", conta.
O dia seis de junho de 2014 é uma data muito importante para Cícero Pereira Batista, 33. É data da sua formatura, quando ele fez o "Juramento de Hipócrates" e jurou fidelidade à medicina. O diploma na tão sonhada carreira foi um investimento de quase oito anos da vida do ex-catador.
Natural de Taguatinga, cidade satélite a 22,8 km de Brasília, Cícero nasceu em família pobre e precisou de muita perseverança para alcançar a formação em uma das carreiras mais concorridas nos vestibulares. Ele só começou a fazer a graduação aos 26 anos.
"Minha família era muito pobre. Já passei fome e pegava comida e livros do lixo. Para ganhar algum dinheiro eu vigiava carro, vendia latinha. Foi tudo muito difícil pra mim, mas chegar até aqui é uma sensação incrível de alívio. Eu conseguir superar todas as minhas dificuldades. A sensação é de que posso tudo! A educação mudou minha vida, me tirou da miséria extrema", conta Cícero.
O histórico familiar de Cícero é complicado: órfão de pai desde os três anos e com mãe alcoólatra, o médico tinha dez irmãos. Dois dos irmãos foram assassinados.
Quando tinha 5 anos, o menino pegava o que podia ser útil no lixo. Inclusive livros, apesar de não saber ler. Com o tempo, conta o ex-catador, eles foram servindo de inspiração. Ficava mais feliz quando encontrava títulos de biologia, ciências. Certa vez encontrou alguns volumes da Enciclopédia Barsa e "descobriu Pedro Álvares Cabral, a literatura, a geografia".
Cícero é o único da família que concluiu o ensino médio e a graduação. Para ele, a educação era a única saída: "Diante da minha situação social eu não tinha escolha. Era estudar ou estudar para conseguir sair da miséria extrema". Ele terminou o ensino fundamental na escola pública em 1997 -- na época as séries iam do 1º ao 8º ano. Entre 1998 e 2001, fez o ensino médio integrado com curso técnico em enfermagem.
Ajuda dos professores e colegas
"Quando eu fazia o ensino médio técnico eu morava em Taguatinga e estudava na Ceilândia. Não tinha dinheiro para o transporte e nem para a comida. Andava uns 20 km, 30 km a pé. Muitas vezes eu desmaiava de fome na sala de aula", explica.
Ao perceber as dificuldades do rapaz, professores e colegas começaram a organizar doações para Cícero de dinheiro, vale-transporte e mesmo comida. "Eu era orgulhoso e nem sempre queria aceitar, mas, devido à situação, não tinha jeito. Eu tinha muita vergonha, mas nunca deixei de estudar", conta.
Na época da faculdade, Cícero também recebeu abrigo de um amigo quando passou em medicina numa instituição particular em 2006 em Araguari (MG), a 391 km de Brasília. "Frequentava as aulas durante a semana em Minas e aos finais de semana vinha para Brasília para trabalhar. Era bem corrido", diz. Ele conseguiu segurar as contas por um ano e meio. "Eu ganhava cerca de RS 1.300 e pagava RS 1.400 [de mensalidade]. Até cheguei a pedir o Fies [Fundo de Financiamento Estudantil] por seis meses, mas no fim as contas foram apertando ainda mais e parei".
Ao voltar para Brasília decidiu fazer Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) para conseguir uma bolsa do Prouni (Programa Universidade para Todos). Estudou por conta própria, fez a prova no final de 2007 e conseguiu uma bolsa integral em uma universidade particular de Paracatu (MG), a 237,7 km de Brasília. Foram mais seis meses -- e Cicero voltou a Brasília mais uma vez.
No ano seguinte, fez o Enem mais uma vez. Ele queria estudar mais perto de casa por causa do trabalho -- ele era técnico de enfermagem concursado -- e da família. Com sua nova nota do Enem, ele conseguiu uma vaga com bolsa integral na Faciplac (Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central), na unidade localizada na cidade satélite Gama, 34,6 km de Brasília.
"Tive que começar tudo zero novamente. Tive vontade de desistir na época. Poxa, já tinha feito um total de dois anos do curso de medicina, mas não consegui reaproveitar nenhuma matéria. Mas no fim deu certo", conta o médico que enfrentou os anos da faculdade também com a ajuda dos livros do projeto Açougue Cultural, uma iniciativa que empresta livros gratuitamente nas paradas de ônibus de Brasília.
Atualmente, Cícero é diretor clínico de um hospital municipal e trabalha em outros dois. O momento para ele agora é o de "capitalizar" [ganhar dinheiro] para melhorar de vida e ajudar a família. Cursar um doutorado fora do Brasil também está entre seus planos.
"Não há desculpa para não seguir os sonhos. É preciso focar naquilo que se quer. Não é uma questão de inteligência e sim de persistência. A educação mudou a minha vida e pode mudar a de qualquer pessoa", conclui.