
Sua opinião sobre o sistema de cotas para ingresso nas Universidades Públicas brasileiras é baseada em que estudo científico? Ah! É apenas achismo ou segue a avalanche dos racistas e preconceituosos com relação ao ensino público?
O sistema de cotas gerou no país um discussão enorme o que o fez parar na análise do Superior Tribunal de Justiça, por conta da onda de mau humor que assolou donos de escolas particulares e sistemas estrangeiros de educação. Inclui-se, aqui, a ira dos "bem-nascidos" que se consideravam donos das vagas do ensino superior público. Afinal, esse proprietários dessas vagas faziam investimentos altíssimos nos ensinos infantil, fundamental e médio para depois ingressarem na universidade pública.
Uma opinião dessa envergadura, deve, no mínimo, basear-se em estudos científicos que possam abalizar a formação de um "juízo de valor", despido do ranço dos que geram informações sem sentido ou bases sólidas para o benefício pessoal. Opinar, é, necessariamente, construir um pensamento onde apareçam os prós e os contras, sem a interferência de quem macula a verdade por se considerar privilegiado.
Trago nesse "post" um interessante Artigo, assinado por um dos mais renomados pesquisadores brasileiros, Rodrigo Zeidan*, que mostra através de fatos concretos e resultados devidamente apurados, sobre as evidências do sistema de cotas. O pesquisador, que é economista e participante de inúmeras instituições internacionais de pesquisa, afirma que as"cotas são importante mecanismo de justiça social e NÃO PREJUDICAM os alunos que são deslocados por elas (os que entrariam nas universidades no lugar de estudantes negros e de colégios públicos).
Para ele, "alunos que tem diferença grande inicialmente acabam recuperando boa parte dela ao longo do curso. Não conheço nenhum artigo científico que mostra que cotas gerem distorções no sistema de ensino (pode existir, é claro).
“Cotistas” não jogam a qualidade do ensino pra baixo. É ciência, não ideologia. Os resultados são bem consistentes. Cotas são relevantes como mecanismo de acesso, sem causar distorções", complementa.
*Rodrigo Zeidan é economista. Doutor em economia pela UFRJ, é professor associado da New York University Shanghai (China), da Copenhagen Business School (Dinamarca) e da Fundação Dom Cabral.