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quinta-feira, 18 de abril de 2024

Yemanjá ganha Monumento na Av. Mal. Castelo Branco em Teresina


Adeptos e simpatizantes do Candomblé, Umbanda e demais Religiões de Matriz Africana homenagearam no último domingo, 14 de abril, a Deusa das Águas. O detalhe considerado importante é que a imagem é de uma Yemanjá negra, bem diferente do 
 que as pessoas estão acostumadas a ver.

Representantes de centenas de terreiros e casas de umbanda de Teresina e do interior do Piauí e Maranhão estiveram presentes na solenidade, que marca um diferencial na nova visão que os religiosas desejam que as pessoas tenham e assim se evite toda forma de preconceito contra a religião de matriz africana.

A celebração teve início com a cerimônia do padê de Exú, às 16h, seguida pela consagração da imagem com oferendas e rituais. O evento incluiu uma grandiosa gira e momentos de bênçãos com a presença do terecô do Maranhão.

O antigo monumento de Iemanjá, intitulado “Rainha do Mar”, datado de 1980, retratava uma figura branca, inspirada em Nossa Senhora dos Navegantes. No entanto, em resposta às demandas do Movimento dos Povos de Matriz Africanas, a representação foi atualizada para refletir a imagem de uma mulher negra, em consonância com as raízes afro-brasileiras.

Mas o que mais vem chamando a atenção é que a imagem está sendo alvo de manifestações de intolerância religiosa e racismo. Nas redes sociais, internautas se manifestaram contra a presença do monumento: “Credo, imagem feia”, disse um.

Pai Rondinelli de Oxum, explica que a escultura anterior de Iemanjá havia sido inaugurada em 1980 e, desde então, já foi alvo de diversos tipos de depredações e passou por mais de 10 reformas. 


“Mesmo quando era branca, a imagem era depredada, em qualquer lugar que estivesse. Em 2017, o monumento teve as mãos quebradas, pintaram a imagem e atearam fogo. Esse foi um momento que nos marcou bastante. Chegaram a escrever frases que diziam que a Iemanjá era “coisa do demonio”, além de versos bíblicos. Isso nos deixava muito mal, porque esse é um lugar onde depositamos nossa fé e pedimos proteção”, lembra Rondinelli Santos.



sábado, 2 de fevereiro de 2019

Religiões afro-brasileiras sofrem com a violência e intolerância


Discriminação e preconceito com candomblé e umbanda são históricos no Brasil, mas registros de ataques têm aumentado nos últimos anos. Avanço dos evangélicos neopentecostais preocupa adeptos.

Na manhã deste 2 de fevereiro, milhares de pessoas vão estar dando as boas-vindas aos primeiros raios de sol nas praias de todo o litoral brasileiro. A Festa da Rainha do Mar, celebração em homenagem à divindade do candomblé Iemanjá, é uma tradição de vários municípios brasileiros.
"É mais do que uma festa, é mais do que uma festa do folclore. E, para as pessoas que creem, é uma festa que tem importância religiosa, simbólica e de obrigação", diz Marcelo Nascimento Bernardo da Cunha, diretor do Museu Afro-Brasil, da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
"Não é raro nestas festas ter grupos neopentecostais pregando, demonizando esta festa, dizendo que é um lugar do pecado", frisa Cunha, acrescentando que esse tipo de distúrbio já é antigo. "É o de sempre. No século 19 já existiam esses ataques", lamenta.
Naquela época, o próprio Estado oprimia a cultura trazida pelos escravos vindos da África. "Eram política e cultura forjadas pelo Estado. Os terreiros eram controlados. Foi o Estado que tornou algo natural que esses lugares fossem atacados", afirma.
Diariamente, vê-se na imprensa casos de intolerância religiosa, algumas manifestações chegam até mesmo à violência física. Isso traz uma preocupação muito grande para os adeptos das religiões de matriz africana e requer de toda a sociedade grande mobilização para que se estanque esse tipo de violência.
A Agência Brasil traz interessante matéria sobre o assunto.