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segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Intolerância religiosa na política encoraja cidadão ao ódio, diz líder religioso

Uma senhora idosa durante ritual religioso de matriz africana.
Foto: Solon Neto

A Organização das Nações Unidas ratificou neste ano o dia 22 de agosto como o Dia Internacional de Homenagem às Vítimas de Intolerância Religiosa. A Sputnik Brasil ouviu uma liderança religiosa brasileira para entender por que a intolerância segue avançando no país, e como isso se relaciona com a política e o tráfico de drogas.
A medida da ONU veio através de um documento na Assembleia Geral e é co-patrocionada por Polônia, Brasil, Canadá, Egito, Iraque, Jordânia, Nigéria, Paquistão e Estados Unidos.
No Brasil, as principais vítimas de intolerância religiosa são os cultos de matriz africana, como a Umbanda e o Candomblé, alvos de ataques de fanáticos e também de traficantes - o que tem crescido.
Para analisar a questão, a Sputnik Brasil conversou com o professor doutor babalaô Ivanir dos Santos,  interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa da ONU. O babalaô foi homenageado em julho em Washington por com Prêmio Internacional de Liberdade Religiosa, recebido das mãos do secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo.
Ivanir aponta que o Brasil assinou a recomendação preocupado com os povos cristãos no mundo, e diz que acha estranho que não haja menção às religiões de matriz africana no documento pelo país.


quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Record terá que exibir programas sobre religiões de matriz africana após ser condenada


Após um longo processo judicial de 15 anos, Record TV e Record News entraram em acordo com o Ministério Público Federal, que moveu uma ação junto ao Instituto Nacional de Tradição e Cultura Afro-Brasileira (Itecab) e o Centro de Estudos das Relações de Trabalho e da Desigualdade (Ceert).

Condenados por terem veiculado agressões a religiões de matriz africana, o canal pago de Edir Macedo terá que exibir três programas educativos sobre as religiões e um com teor documental – os quatro terão 20 minutos cada, informou o jornal O Globo.

Itecab e o Ceert serão responsáveis pela criação do material, que será bancado pelo Grupo Record. Além disso, o Grupo terá que pagar R$ 300 mil para cada um dos órgãos, totalizando R$ 600 mil de penalidade.
Os programas terão que passar pela aprovação da companhia antes de irem ao ar. Cada um será transmitido três vezes. A Record TV não terá que exibir o material, o que antes era umas das exigências da ação.

sábado, 11 de maio de 2013

Umbanda abençoa a união entre casal homossexual


O comerciário Fábio Agnes, 32 anos, esteve casado com uma mulher pelo civil e religioso por aproximadamente dois anos. Foi o tempo necessário para se aceitar e ter convicção de sua opção sexual. Desde cedo o santa-cruzense percebia que era diferente, mas o medo do preconceito protelou suas escolhas. Agora, convicto de quem é, Agnes começou uma nova vida. Na noite de sábado, casou-se com Cassiano Gonçalves, 30 anos, seu companheiro desde maio do ano passado.
O casamento aconteceu na Casa de Religião Africana Nação Ijexá, do Pai Beti de Bará, mesmo templo que realizou a primeira união gay da cidade, em abril do ano passado. Vestidos de branco, sob as bênçãos dos caboclos da umbanda, os dois realizaram o sonho do matrimônio, sem medo de julgamentos. O sim foi testemunhado por familiares, amigos e frequentadores do local. “Ser diferente é normal. O importante é ser feliz, independente das nossas escolhas”, afirma Agnes.
O relacionamento entre Fábio e Cassiano começou por acaso, sem intermediários, no Centro de Santa Cruz. “Quando chegou a hora, nossos caminhos se cruzaram”, relata Gonçalves. Para o frentista, que desde cedo aceitou sua homossexualidade, as pessoas têm apenas uma vida e precisam aproveitar cada minuto ao máximo, sem medo da intolerância. Com o apoio de suas famílias, o casal procurou o suporte da umbanda para formalizar o relacionamento. “Aqui sabemos que não há preconceito”, reforça Fábio Agnes, frequentador da casa há vários anos.
Casados oficialmente no religioso, agora eles planejam a união também no civil e já organizam a lua de mel, que deve acontecer no final do ano. Futuramente, cogitam a possibilidade de adotar uma criança, para a família ficar completa.
“Somos todos iguais, apenas nossas escolhas são diferentes”, reforça Agnes. Diante da recente polêmica gay no País, inflamada pelas declarações do deputado Marco Feliciano (PSC), os recém-casados reforçam que homossexualismo não é doença. “Se as pessoas não nos aceitam, que pelo menos nos respeitem. A sociedade seria muito mais feliz.”
“As pessoas têm livre arbítrio”
Segundo o pai Beti de Bará (foto), a Casa de Religião Africana Nação Ijexá já realizou três uniões entre casais do mesmo sexo, sendo duas cerimônias. A primeira, no ano passado, casou Caroline Gonçalvez e Eliane Lord. Neste final de semana, foi a vez de Fábio Agnes e Cassiano Gonçalves. “A umbanda nos ensina a amar. Se a gente ama, o preconceito tem que ficar em segundo plano”, opina. Dentro da religião, a comunidade gay encontra apoio e compreensão. “Recebemos todos os casais de braços abertos.”
Na umbanda, as cerimônias de casamento são praticamente iguais às demais, com direito à aliança e certidão de matrimônio. Nesse final de semana, a decoração com flores e bolo garantiu um ar ainda mais especial para a união, prestigiada por convidados dos noivos e frequentadores da casa. “Uma das nossas bandeiras é tentar introduzir a aceitação de tudo e de todos. As pessoas têm livre arbítrio e podem escolher o que é melhor para si”, salienta pai Beti.