As notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) são calculadas a
partir da teoria de resposta ao item (TRI). O cálculo final não soma a
quantidade de respostas certas, mas a "qualidade" destas respostas. Na
TRI, o foco é no item, como é chamada cada questão. A teoria é o
conjunto de modelos que relacionam uma ou mais habilidades com a
probabilidade de a pessoa acertar a resposta. Assim, dois candidatos
podem acertar o mesmo número de questões, mas terão pontuações
diferentes de acordo com quais questões ele acertou.
De acordo com o Inep, a TRI qualifica o item de acordo com três
parâmetros: o poder de discriminação, que é a capacidade de um item
distinguir os estudantes que têm a proficiência requisitada daqueles
quem não a têm; o grau de dificuldade da questão; e a possibilidade de
acerto ao acaso (chute).
Pela teoria, o número de questões por nível de dificuldade em cada
prova e as demais características dessas questões afetam o resultado.
Assim, um candidato que acertar 40 questões não necessariamente terá uma
nota final maior de outro que acertar 35.
“A TRI supõe que um aluno que acerte as questões mais difíceis deva
acertar também as mais fáceis; se o candidato acertou as mais difíceis
sem ter acertado outras mais fáceis, essa característica pode ser
considerada como um ‘acerto no chute’. Já questões não respondidas são
consideradas erradas e os acertos ao acaso, ou no ‘chute’, geram nota
maior que o simples erro”, explica o diretor pedagógico do Sistema COC
de Ensino, Zelci Clasen.
A professora Laura Pereira Aguiar, do Cursinho Popular da Universidade
Federal de Juiz de Fora, dá a dica: “O candidato não deve perder tempo
com as questões complicadas, e precisa ter a máxima atenção para não
errar as questões de nível fácil e intermediário”.
Redação tem cálculo diferente
No Enem, somente a correção da prova de redação não é feita com base na TRI. A partir deste ano, a redação será corrigida por dois corretores de forma independente, sem que um conheça a nota atribuída pelo outro. A nota final é composta de cinco notas, que avaliam competências específicas do candidato.
No Enem, somente a correção da prova de redação não é feita com base na TRI. A partir deste ano, a redação será corrigida por dois corretores de forma independente, sem que um conheça a nota atribuída pelo outro. A nota final é composta de cinco notas, que avaliam competências específicas do candidato.
A nota final corresponde à média aritmética simples das notas
atribuídas pelos dois corretores. Caso haja discrepância de 200 pontos
ou mais na nota final atribuída pelos corretores (em uma escala de 0 a
1.000), ou de 80 pontos ou mais em pelo menos uma das competências, a
redação passará por um terceiro corretor, em um mecanismo que o Inep
chama de "recurso de oficio".
Se a discrepância persistir, uma banca certificadora composta por três
avaliadores examinará a prova. Os candidatos poderão solicitar vistas da
correção, porém não poderão pedir a revisão da nota.
Fonte: G1 Educação
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