Aécio Neves (PSDB) faz campanha em Minas Gerais. (Foto: Flavio Tavares/Estadão Conteúdo)
Mais do que as intenções de voto, porém, o instituto aponta um quadro um pouco mais confortável para a petista nesta reta final: a aprovação do seu governo chegou a 42%, o melhor desempenho desde os protestos de junho de 2013, quando o índice despencou para 30%. A reprovação também caiu para 20%.
A leitura mais óbvia é a seguinte: funcionou o esforço para reforçar o caráter plebiscitário da disputa. A estratégia ficou clara sobretudo no debate de domingo, na TV Record, pautado na comparação de números entre os governos petista e tucano. Dilma usou o espaço para enfatizar os programas populares como o Prouni, o Pronatec e o Minha Casa Minha Vida. E colocou em dúvida o futuro dos bancos públicos, chamados por ela de motores do desenvolvimento, em caso de vitória tucana.
A aprovação ao governo é captada por uma série de manifestações em apoio à petista nesta reta final, após um silêncio quase constrangido de quem, até a data final, se negava a defender publicamente a candidata - entre os quais personalidades como Chico Buarque. Coincide ainda com o aumento da artilharia sobre o candidato tucano, hoje mais rejeitado que a rival (40% contra 39%).
Aécio passara batido nas críticas mais contundentes durante boa parte do primeiro turno em razão do favoritismo de Marina Silva, até então a inimiga declarada do Planalto. Com as críticas centradas nela, o senador mineiro ficava ileso – em um dos debates, foi praticamente ignorado pelas então favoritas.
No início do segundo turno, ele ameaçou abrir vantagem sobre a presidenta após o anúncio do apoio da família de Eduardo Campos e da ex-candidata do PSB. Mas jamais ampliou a distancia para além da margem de erro. Pelo contrário: o potencial de transferência de votos de Marina, até o momento, tem sido menor do que o esperado.
Agora, a cinco dias da eleição, o desempenho de Aécio como governador de Minas, entre 2003 e 2010, é escrutinado pela campanha rival. No debate realizado um dia antes da divulgação da pesquisa, Dilma acusou Aécio de não ter investido o percentual mínimo exigido pela Constituição em Saúde – a compra de vacina para cavalos foi computada como investimento na área, citou a petista – e disse que sua única obra era a construção de um centro administrativo que custou quase o triplo da projeção inicial. As críticas pegaram no contrapé o discurso apresentado pelo tucano até então: a de que, caso eleito, levaria um modelo de gestão eficiente ao plano federal.
Antes, no debate SBT/Radio Jovem Pan/UOL de quinta-feira, o candidato se viu obrigado a falar sobre a construção de um aeroporto com dinheiro público em um terreno desapropriado da família. E a se explicar sobre o fato de não ter feito o teste de bafômetro quando parado em uma blitz da Lei Seca no Rio de Janeiro.
A troca de acusações pessoais desgastou a imagem dos dois candidatos, que tiveram de rever a estratégia no duelo seguinte. O fato é que Dilma, mais conhecida e, portanto, com apoio mais cristalizado entre os que já votavam nela, colocou os deslizes do adversário na vitrine e deixou com ele o trabalho de se explicar. Ele optou por chama-la de mentirosa e de promover a mais baixa campanha desde a reabertura democrática.
Dilma recebeu críticas pesadas pelo tom apelativo do discurso, inclusive deste blogueiro, mas de certa forma saía da defensiva sobre o caso Petrobras. Isso em um momento em que o nome do ex-presidente do PSDB, Sergio Guerra, aparecia entre os supostos favorecidos no esquema de propina da estatal.
Era o prenúncio de que as cartas sobre corrupção se anulariam. E que a ampliação da vantagem desenhada pelo candidato tucano após o apoio de Marina começava a arrefecer. Em vez disso, a campanha promete seguir disputada palmo a palmo até domingo. Qualquer deslize, a partir de agora, pode ser definitivo. Esta eleição, está bem claro, será decidida pelo voto da rejeição.
Crédito da matéria: br.noticias.yahoo.com/
Pela
primeira vez neste segundo turno, Dilma Rousseff aparece numericamente à
frente do tucano Aécio Neves em uma pesquisa Datafolha. A candidata à
reeleição soma agora 52% dos votos válidos, contra 48% do rival. Apesar
da mudança de posição, eles ainda estão tecnicamente empatados pela
margem de erro, de dois pontos percentuais.
Mais do que as intenções de voto, porém, o instituto aponta um quadro um pouco mais confortável para a petista nesta reta final: a aprovação do seu governo chegou a 42%, o melhor desempenho desde os protestos de junho de 2013, quando o índice despencou para 30%. A reprovação também caiu para 20%.
A leitura mais óbvia é a seguinte: funcionou o esforço para reforçar o caráter plebiscitário da disputa. A estratégia ficou clara sobretudo no debate de domingo, na TV Record, pautado na comparação de números entre os governos petista e tucano. Dilma usou o espaço para enfatizar os programas populares como o Prouni, o Pronatec e o Minha Casa Minha Vida. E colocou em dúvida o futuro dos bancos públicos, chamados por ela de motores do desenvolvimento, em caso de vitória tucana.
A aprovação ao governo é captada por uma série de manifestações em apoio à petista nesta reta final, após um silêncio quase constrangido de quem, até a data final, se negava a defender publicamente a candidata - entre os quais personalidades como Chico Buarque. Coincide ainda com o aumento da artilharia sobre o candidato tucano, hoje mais rejeitado que a rival (40% contra 39%).
Aécio passara batido nas críticas mais contundentes durante boa parte do primeiro turno em razão do favoritismo de Marina Silva, até então a inimiga declarada do Planalto. Com as críticas centradas nela, o senador mineiro ficava ileso – em um dos debates, foi praticamente ignorado pelas então favoritas.
No início do segundo turno, ele ameaçou abrir vantagem sobre a presidenta após o anúncio do apoio da família de Eduardo Campos e da ex-candidata do PSB. Mas jamais ampliou a distancia para além da margem de erro. Pelo contrário: o potencial de transferência de votos de Marina, até o momento, tem sido menor do que o esperado.
Agora, a cinco dias da eleição, o desempenho de Aécio como governador de Minas, entre 2003 e 2010, é escrutinado pela campanha rival. No debate realizado um dia antes da divulgação da pesquisa, Dilma acusou Aécio de não ter investido o percentual mínimo exigido pela Constituição em Saúde – a compra de vacina para cavalos foi computada como investimento na área, citou a petista – e disse que sua única obra era a construção de um centro administrativo que custou quase o triplo da projeção inicial. As críticas pegaram no contrapé o discurso apresentado pelo tucano até então: a de que, caso eleito, levaria um modelo de gestão eficiente ao plano federal.
Antes, no debate SBT/Radio Jovem Pan/UOL de quinta-feira, o candidato se viu obrigado a falar sobre a construção de um aeroporto com dinheiro público em um terreno desapropriado da família. E a se explicar sobre o fato de não ter feito o teste de bafômetro quando parado em uma blitz da Lei Seca no Rio de Janeiro.
A troca de acusações pessoais desgastou a imagem dos dois candidatos, que tiveram de rever a estratégia no duelo seguinte. O fato é que Dilma, mais conhecida e, portanto, com apoio mais cristalizado entre os que já votavam nela, colocou os deslizes do adversário na vitrine e deixou com ele o trabalho de se explicar. Ele optou por chama-la de mentirosa e de promover a mais baixa campanha desde a reabertura democrática.
Dilma recebeu críticas pesadas pelo tom apelativo do discurso, inclusive deste blogueiro, mas de certa forma saía da defensiva sobre o caso Petrobras. Isso em um momento em que o nome do ex-presidente do PSDB, Sergio Guerra, aparecia entre os supostos favorecidos no esquema de propina da estatal.
Era o prenúncio de que as cartas sobre corrupção se anulariam. E que a ampliação da vantagem desenhada pelo candidato tucano após o apoio de Marina começava a arrefecer. Em vez disso, a campanha promete seguir disputada palmo a palmo até domingo. Qualquer deslize, a partir de agora, pode ser definitivo. Esta eleição, está bem claro, será decidida pelo voto da rejeição.
Crédito da matéria: br.noticias.yahoo.com/
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