Caiu o número de mortes por Aids no Brasil, mas
aumentou a incidência de casos entre homens jovens de 15 a 24
anos, segundo dados do Boletim Epidemiológico HIV-Aids divulgados nesta
segunda-feira (1º), Dia Mundial de Luta contra a aids.
De acordo com o boletim, houve uma queda de 13% na
mortalidade por aids no Brasil entre 2000 e 2013. Do total de mortes em
decorrência da doença ocorridas no período, 198.534 (71,3%) ocorreram entre
homens e 79.655 (28,6%) entre mulheres.
O coeficiente de mortalidade por aids caiu 67,3%
nos últimos 10 anos, passando de 6,1 casos de mortes por 100 mil habitantes em
2004, para 5,7 casos em 2013.
Aumento de casos entre jovens
De acordo com o novo boletim epidemiológico, cerca
de 734 mil pessoas vivem com HIV e aids hoje no país. Deste total, 80% (589
mil) foram diagnosticadas. Desde os anos 80 foram notificados 757 mil casos de
aids no país.
A epidemia no Brasil está estabilizada, com taxa de
detecção em torno de 20,4 casos, a cada 100 mil habitantes. Isso
representa cerca de 39 mil casos de aids novos ao ano.
O Rio Grande do Sul mostrou número de casos acima
da média nacional, enquanto no Nordeste houve aumento de casos e, no geral,
houve aumento de casos entre homens jovens entre 15 e 24 anos.
"É fundamental criar estratégias e uma
abordagem corajosa envolvendo os jovens e os meninos gays que de fato dialoguem
com a realidade e com a forma como eles se comunicam, e com organizações não
governamentais parceiras", disse o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
Segundo o boletim, houve queda de 35,7% em
transmissão vertical nos últimos 10 anos em crianças menores de 5 anos e o
coeficiente de mortalidade por aids caiu 67,3% no mesmo
período. Passando de 6,1 casos de mortes por 100 mil habitantes em
2004, para 5,7 casos em 2013.
Em 2013, cresceu 29% o número de pessoas em tratamento
de aids no Brasil, comparado com o ano anterior. De janeiro a outubro, 61.221
iniciaram a terapia para controlar o HIV, de acordo com o Ministério da Saúde.
No entanto, segundo Chioro, 200 mil pessoas ainda não têm acesso ao tratamento.
E 150 mil pessoas têm HIV positivo, mas não sabem que têm a doença.
O governo aproveitou a ocasião para lançar uma
campanha com foco nos jovens incentivando o uso da camisinha e o teste rápido
que detecta o vírus HIV em poucos minutos, com material segmentado para gays e
travestis.
Fundo para organizações sociais
O Ministério da Saúde também lançou nesta
segunda-feira o Fundo Nacional de Sustentabilidade às Organizações da Sociedade
Civil destinado às organizações que trabalham no campo das doenças sexualmente
transmissíveis, aids e hepatites virais. O fundo tem como meta arrecadar
recursos da iniciativa privada para financiar projetos sociais de organizações
da sociedade civil ligadas aos temas. Atualmente, existem no 350 organizações
desta natureza no Brasil.
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