domingo, 21 de abril de 2013

Marmotas da educação


Título bastante sugestivo, temos aqui em nosso 'blog' questionado os vários problemas  relativos à educação. Pelo visto, o país inteiro está contaminado de problemas que infestam os dados de forma negativa...


"A palavra "marmota" tem, no vocabulário popular do Ceará, entre outras, a acepção de "coisa desarrumada ou fora de lugar". Pois é assim que se acha a educação no Brasil. Nos últimos anos registraram-se avanços na área, como a criação de novas universida-des e institutos federais no país e um recente Pacto Nacional pela Alfabetização na Ida-de Certa, instituído pelo governo federal com base em experiência pioneira no Estado. 
Por outro lado, é inconcebível a média de 117 alunos para cada professor na rede municipal de ensino, ou que professores de Fortaleza tenham que reprovar um número limitado de alunos diante de uma realidade muito maior de candidatos à reprovação, apenas para cumprir, artificialmente, "metas" fixadas pelas autoridades da área. Isto, sem se falar no tão polêmico Enem, que em várias edições registrou problemas e fraudes absurdas. 

Mais recentemente, até a aprovação de candidatos com nota máxima nas provas de redação, mesmo apresentando imperdoáveis erros de ortografia em seus textos. Ou, ainda, a inclusão de alunos com necessidades especiais em sala de aula, junto aos demais, que é salutar sob o ponto de vista da socialização, mas que, na prática, coloca de novo, sobre os ombros do professor - já extremamente oprimidos - uma missão que deveria ser partilhada com terapeutas ocupacionais e psicólogos, entre outros profissionais. 

Aqui tudo é muito bonito, mas apenas no papel. A realidade de nossa educação está distante do minimamente desejável. Falta estrutura física à maioria das escolas, bem como a implantação de um sistema educacional em tempo integral, para manter os alunos afastados do risco das drogas, dando-lhes ensino de qualidade e atividades complementares. O Enem deve ser revisto para que sejam evitados os absurdos durante a correção de provas, notadamente nas de redação. 

Muitas também são as famílias que jogam unicamente para as escolas e os professores a responsabilidade pela educação de seus próprios filhos, quando deveriam envolver-se neste processo. São muitas as distorções a serem corrigidas para que tenhamos concretamente uma educação eficaz, de qualidade, neste país."

Gilson Barbosa
jornalista
 

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