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domingo, 7 de setembro de 2014

Investimentos federais em Educação cresceram 223% nos últimos 12 anos

O Governo Federal diz que valoriza o papel fundamental da democratização da Educação no exercício da cidadania. Nos últimos 12 anos, o investimento do Orçamento Federal no setor passou de R$ 18 bilhões, em 2002, para R$ 112 bilhões em 2014, um crescimento real de 223%. E para garantir o futuro das políticas públicas para a Educação, a presidenta Dilma Rousseff, candidata à reeleição, sancionou, em julho, o Plano Nacional de Educação (PNE), que garante investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em Educação, que consta entre as 20 metas e estratégias traçadas para o setor para os próximos 10 anos.

“Nós aumentamos os investimentos em Educação a cada ano do meu governo, mas vamos fazer muito mais com os recursos dos royalties do petróleo e do Fundo Social. Isto será possível porque, em 2013, tivemos uma vitória histórica da Educação brasileira, que foi a aprovação, no Congresso, da lei que propusemos e que destina 75% dos royalties do petróleo para investimentos em Educação”, destaca Dilma.

As metas do PNE para a Educação compreendem erradicação do analfabetismo entre a população com 15 anos ou mais, a universalização da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, a elevação da escolaridade média da população entre 18 e 29 anos para o tempo mínimo de 12 anos de estudo.

Em vigor desde 2007, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) atende toda a Educação Básica – creche, Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos – e valoriza os profissionais da Educação. Formado por recursos provenientes dos impostos e transferências dos estados e municípios, o Fundeb recebe anualmente uma complementação federal, que cresceu de R$ 2 bilhões em 2007 para R$ 10,2 bilhões em 2013.

Educação Infantil
O Governo Federal vai garantir a todas as crianças, desde cedo, os estímulos pedagógicos e cuidados necessários à sua formação. Com isso, os municípios passaram a ser apoiados no processo de expansão de vagas para a Educação Infantil.

No governo Dilma, pela primeira vez, o Governo Federal estabeleceu uma política de construção de creches. No governo Lula, foi contratada a construção de 2.543 creches e, no governo Dilma, até maio de 2014, mais 6.036 creches tiveram recursos autorizados pelo Governo Federal. Além disso, reduziu de sete para seis anos a obrigatoriedade do início da escolarização. A partir de 2016, a idade cairá de seis para quatro anos.

Dados do Censo Escolar da Educação Básica 2013, mostram que, entre 2012 e 2013, o aumento foi de 7,5% na quantidade de matrículas na Educação Infantil. Ou seja, o total de crianças atendidas passou de 2,5 milhões para 2,7 milhões no ano passado.

A expansão da educação em tempo integral nas escolas públicas tornou-se prioridade para o Governo Federal, que lançou, em 2007, o programa Mais Educação. A proposta é contribuir para a melhoria da aprendizagem com a ampliação do tempo de permanência na escola pública para o mínimo de sete horas diárias, com atividades orientadas no contraturno e reforço escolar.  Ao final do governo Lula, 10 mil escolas já ofereciam educação em tempo integral. No governo Dilma já são 49 mil escolas. Segundo o Censo Escolar 2013, o número de matrículas nesta modalidade cresceu 45,2% no último ano no Ensino Fundamental. Se observado desde 2010, o crescimento é de 139%, alcançando 3,1 milhões de alunos matriculados nessa modalidade.

Alfabetização
Garantir que todas as crianças estejam alfabetizadas até os 8 anos de idade é o objetivo do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, lançado em novembro de 2012 pelo governo Dilma. O compromisso foi firmado entre governo federal, prefeituras, governos estaduais e do Distrito Federal, com adesão de todas as secretarias estaduais de educação e de mais de 5,4 mil municípios. Pelo pacto, aos oito anos, todas as crianças devem ter fluência de leitura e domínio de estratégias de compreensão e produção de textos escritos. O Governo Federal investe R$ 1,6 bilhão até 2014, em capacitação, material didático e bolsas para 314 mil professores alfabetizadores.

Na última década, os governos Lula e Dilma construíram uma forte política de combate ao analfabetismo, com o apoio de estados e municípios. O Programa Brasil Alfabetizado garante recursos suplementares para a formação dos alfabetizadores e aquisição e produção de material pedagógico, além de alimentação escolar e transporte dos alunos. O resultado destas e outras ações foi a redução do analfabetismo de jovens e adultos de 11,5% em 2004 para 8,7% em 2012. Na faixa de 15 a 19 anos, a taxa é atualmente de apenas 1,2%, muito inferior à média geral, o que demonstra a eficácia das políticas para a educação básica. A partir de 2011, o Programa Brasil Alfabetizado se integra ao Brasil Sem Miséria, alfabetizando pessoas em situação de extrema pobreza e reduzindo diferenças econômicas e sociais.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Por que o pré-sal não pode ficar em segundo plano

Paulo  Teixeira
PAULO TEIXEIRA
O pré-sal é um dos maiores patrimônios e uma das maiores conquistas do Brasil. Nada mais coerente do que continuar a explorá-lo
Não é à toa que Marina Silva já esteja sendo chamada de candidata ioiô. Depois de defender a criminalização da homofobia e voltar atrás, condenar a produção de transgênicos e voltar atrás, discursar contra o agronegócio e voltar atrás, a candidata também recuou no que diz respeito à exploração de petróleo na camada pré-sal. É importante que todos saibam os riscos de colocar o pré-sal em segundo plano. Como deputado federal, pude me debruçar largamente sobre o tema ainda em 2009, quando fui relator do caderno "Os desafios do pré-sal", publicado pelo Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica da Câmara com coordenação do consultor legislativo Paulo César Ribeiro Lima. Em seguida, apresentei ao Governo Federal a proposta de substituir o sistema de concessão pelo sistema de partilha, o que garantiu ao Estado a manutenção da propriedade do petróleo explorado e maior controle sobre o ritmo de produção.
Essa experiência me permite afirmar que, se o pré-sal não for priorizado, não haverá Plano Nacional de Educação, por exemplo. Essa importante conquista minguará por inanição sem o devido aporte de receitas proveniente dos royalties do petróleo. O baque não se resume a isso. Com o pré-sal ignorado ou colocado em segundo plano, o Brasil será duramente afetado em pelo menos sete eixos estratégicos. Vamos a eles:
1. Educação: Legislação específica definiu que 75% dos royalties do pré-sal destinados à União devem ser usados exclusivamente na Educação. Isso significa quase R$ 200 bilhões nos próximos 10 anos, sem os quais será inviabilizada boa parte dos avanços previstos no Plano Nacional de Educação.
2. Saúde: Os 25% dos royalties do pré-sal destinados por lei à Saúde permitem recompor as perdas orçamentárias provocadas pelo fim da CPMF.
3. Indústria Naval: Os contratos já firmados de exploração do pré-sal provocaram a ressurreição da indústria naval brasileira nos últimos anos. Há mais de 10 estaleiros funcionando a todo vapor na produção de embarcações utilizadas no transporte de pessoal e carga entre as plataformas. Ficarão sem demanda.
4. Tecnologia. Com a mudança do regime de concessão para regime de partilha, proposto por mim na Câmara, ficou estabelecido um mínimo de 60% de componentes nacionais na atividade de exploração do pré-sal, o que ajuda a alavancar a transferência de tecnologia para o Brasil, além de trazer mais empresas e mais empregos.
5. Municípios. Após o longo processo de negociações que culminou com a redistribuição dos royalties do petróleo entre os diferentes Estados e Municípios, e não mais somente para as localidades onde é feita a extração, deixar o pré-sal em segundo plano significa tirar recursos principalmente das prefeituras. Pode ser fatal para muitos municípios.
6. Fronteiras. Desmobilizar a estrutura policial e demais forças de vigilância permanentemente instaladas nas porções da costa brasileira onde há plataformas de petróleo significa fragilizar o controle sobre nossas fronteiras molhadas.
7. Meio ambiente. Por mais que o Brasil invista em fontes alternativas de energia, a principal matriz mundial continuará sendo o petróleo, que terá de ser produzido em algum lugar. O pré-sal implica menos impacto ambiental do que a exploração do petróleo pesado na Venezuela, das areias oleosas no Canadá ou do gás de folhelho (ou xisto) nos Estados Unidos.
Em resumo, o pré-sal é um dos maiores patrimônios e uma das maiores conquistas do Brasil. Graças ao pré-sal, a produção de petróleo cresceu 14,8% em 12 meses e atingiu o recorde de 2,267 milhões de barris por dia em julho. A expectativa é de que a produção chegue a 5 milhões de barris diários em 2020, e que sua exploração traga mais de R$ 1 trilhão para o país nas próximas três décadas.
Seu impacto será enorme, não apenas na indústria de combustíveis, mas também na produção de plástico, tintas, pneus, medicamentos e muitos outros produtos derivados do petróleo. Nada mais coerente do que continuar a explorá-lo, sempre em paralelo com o aproveitamento cada vez maior das fontes alternativas de energia, como a solar e a eólica, hoje em plena expansão.

ESCÂNDALO NA POLÍTICA BRASIELEIRA


Setubal, do Itaú, assume torcida e voto em Marina

Na festa de 90 anos de fundação do banco Itaú Unibanco, a maior instituição financeira do País, presidente Roberto Setubal assume seu lado; "Estamos diante de uma eleição presidencial que mudará os rumos do país", saudou ele, deixando claro seu voto em Marina Silva, do PSB,
: "O país não aguenta mais gestões medíocres e populistas", continuou o banqueiro, em referência aos governos dos presidentes Fernando Henrique, do PSDB, e Lula, do PT; Setubal tem na irmã Neca a responsável pelo programa de governo de Marina e braço direito da candidata; o pai deles, Olavo Setubal, foi prefeito de São Paulo por indicação do regime militar e ministro no governo Sarney; política no sangue; eventual vitória de Marina será, assim, vitória do titular e da herdeira do Itaú; em tempo: na gestão Dilma Rousseff, banco foi autuado pela Receita Federal em R$ 18 bilhões por sonegação de imposto.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Ministro da Educação diz reprovação em uma ou duas matérias não deve levar aluno a repetir ano

O  ministro da Educação, Henrique Paim, informou hoje (2) que será lançada ainda neste ano a primeira audiência pública para discutir mudanças na grade curricular do ensino médio. A proposta está em elaboração e deve ser discutida com as redes de ensino de todo o país. Para o ministro, alterar a grade é fundamental para atacar o problema da evasão escolar.

”É preciso que haja mais flexibilidade do currículo, de modo que o estudante não precise repetir o ano toda a vez que é reprovado em uma ou duas disciplinas”, disse Paim, após participar, em São Paulo, do Fórum Nacional de Educação.

Paim destacou a evolução brasileira em medidas para aproximar os estudantes do ensino médio dos cursos profissionalizantes, mas disse que é preciso avançar mais. De acordo com o ministro, o acesso à profissionalização passou de 3% para 10%, mas a taxa ainda está bem abaixo da de outros países, como a Alemanha, cujo percentual é 55%.

Perguntado sobre o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), o ministro disse que o governo está aguardando relatórios sobre o uso dos recursos pelas escolas  em torno da Prova Brasil. “Temos uma preocupação muito grande com os recursos, em saber o que as escolas estão fazendo em relação à Prova Brasil e, tão logo seja concluído esse processo, faremos a divulgação”, informou Paim. Segundo ele, o presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep), Chico Soares, está tratando do assunto.

Henrique Paim destacou ainda que o número de vagas nas universidades brasileiras praticamente triplicou em relação às oportunidades criadas por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e que o Fundo de Financiamento Estuda

Marina Silva pode ser deposta em dois anos, diz Cid Gomes



Governador do Ceará chamou a candidata pessebista de “reacionária” e diz que governo dela não duraria “nem dois anos”
Por Redação
Ex-PSB, Cid Gomes critica Marina Silva: “Será deposta”Em um evento realizado em Fortaleza nesta segunda-feira (1), o governador do Ceará, Cid Gomes (Pros), não economizou críticas à candidata do PSB à presidência da República, Marina Silva. Cid, que já foi do PSB, disse que vê com preocupação o crescimento da ex-senadora nas pesquisas de intenção de voto. “Eu me preocupo muito porque a Marina parece às pessoas uma liderança progressista, mas tem tido um prática completamente conservadora. Eu diria até reacionária”, afirmou.
O governador defendeu que o eleitorado de Marina é formado por jovens induzidos pela mídia e por cidadãos de classe média alta acomodados. Prova disso, segundo ele, é que a candidata lidera em locais com maior poder aquisitivo como São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. No Ceará, ele reforça que a candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, tem ampla vantagem. A última pesquisa Datafolha, divulgada na sexta-feira (29), mostrou que, no Nordeste, a presidenta apresenta 47% da preferência do eleitorado, contra 31% da pessebista.
Os comentários de Cid Gomes se estenderam à área econômica. Segundo ele, não há futuro em um eventual mandato da candidata. “Eu não dou dois anos de governo para Marina. Ela será deposta, pode escrever o que estou dizendo. Me impressiona a proposta de autonomia do Banco Central. Sabe o que significa? Entregar aos bancos o poder de arbitrar os juros. Dizer quanto o capital financeiro quer ganhar”, criticou.
Para ele, é preciso analisar o que um governo como esse representaria para o Brasil. “Se as pessoas não se tocarem, vão eleger a Marina presidente da República. Meu Deus! Nada contra a pessoa da Marina, mas essas coisas não são assim. A gente não pode [fazer isso] num gesto de protesto, e é um protesto assim meio alienado, porque induzido pela grande mídia, que afinal quer combater o PT, porque esse sistema é mais progressista, distribui renda e eles querem é concentrar renda, querem dar dinheiro para banqueiro, para meia dúzia de poderosos”, destacou.
Foto de capa: José Cruz/ABr

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Jorge Furtado: Um voto “contra tudo isso que está aí”!

Se alguém me dissesse, em 2004 – quando o primeiro governo Lula sofria a oposição feroz de toda a mídia brasileira e tinha pouco ou nada para mostrar de resultados – que em dez anos o segundo turno da eleição presidencial seria disputado entre duas ex-ministras do governo Lula, uma pelo Partido dos Trabalhadores e uma pelo Partido Socialista Brasileiro, eu diria ao meu suposto interlocutor que a sua fé na democracia era um comovente delírio. A provável ausência, pela primeira vez no segundo turno das eleições presidenciais, de candidatos da direita autêntica, do PSDB, do DEM e do PTB, é mais uma boa notícia que a democracia nos traz. Imagina-se que, vença quem vença, muitos dos derrotados voltarão correndo para os braços confortáveis do novo governo, esta é a má notícia.
Tenho familiares e bons amigos que vão votar na Marina e também no Aécio. Eu vou votar na Dilma. Acho que foi o Todorov quem disse (mais ou menos assim) que a democracia nos reúne para que a gente resolva qual é a melhor maneira de nos separar. Não sou nem nunca fui filiado a qualquer partido, já votei em vários, tenho amigos em alguns. Neste que é o maior período democrático da nossa história (25 anos, sete eleições consecutivas), o Brasil não parou de melhorar e não há nada que indique que vá parar de melhorar agora.
Votei no Lula, desde sempre até ajudar a elegê-lo em 2002, com o palpite de que um governo popular, o primeiro em 502 anos, talvez pudesse enfrentar com mais vigor o grande problema brasileiro: a desigualdade social. Achei que, talvez, substituindo a ideia de que o bolo deve primeiro crescer para depois ser divido pela ideia de incentivar o crescimento do país com melhor distribuição de farinha, ovos, manteiga, fogões, casas com luz elétrica, empregos e vagas nas escolas e nas universidades, finalmente poderíamos começar a nos livrar da nossa cruel e petrificada divisão entre a casa grande e a senzala. Meu palpite estava certo. A desigualdade brasileira continua grande e cruel mas está, finalmente, diminuindo.
Voto, ainda, primeiro contra a desigualdade social, ainda o maior problema do país, um dos mais injustos do planeta, em poucos lugares há uma diferença tão grande entre pobres e ricos. A elite brasileira (sim, ela existe, esta aí), fundada e perpetuada no escravismo, luta para manter seus privilégios a qualquer custo. Eles são donos dos bancos, das grandes construtoras, fábricas e empresas, das tevês, rádios, jornais e portais da internet e defendem ferozmente sua agradável posição. A única maneira de enfrentar seu enorme poder é no voto.
Voto contra o poder crescente do capital sobre as políticas públicas. Quem vive de rendas pensa sempre mais no centro da meta da inflação e menos nos níveis de emprego, mais na taxa dos juros e menos no poder aquisitivo dos salários. O poder do capital especulativo, rentista, é gigante, mora na casa dos bilhões de dólares. Voto contra, muito contra, a autonomia do Banco Central, que tira do governante, eleito pelo nosso voto, o poder de guiar o desenvolvimento segundo critérios sociais, protegendo o país do ataque de especuladores e garantindo renda e empregos, e entrega este poder ao tal mercado, hereditário e eleito por si mesmo, sempre predador e zeloso em garantir a sua parte antes de lamentar os danos sociais causados por seus lucros. (Ver Espanha, Grécia, EUA, Finlândia, etc.)
Voto contra submeter os critérios de uso dos nossos recursos naturais não renováveis, como o petróleo, ao interesse de grandes empresas estrangeiras. O petróleo brasileiro e seu destino é o grande assunto não mencionado nas campanhas eleitorais. Os ataques contra a Petrobras, que acontecem invariavelmente às vésperas de cada eleição, atendem interesses das grandes empresas petroleiras, especialmente as americanas, que querem a volta do velho e bom sistema de concessões na exploração dos campos de petróleo, sistema que, na opinião delas, deveria ser extensivo às reservas do pré-sal. Aqui o interesse chega na casa do trilhão. Garantir que o uso da riqueza proveniente da exploração de nossos recursos não-renováveis tenha critérios sociais, definidos por governantes eleitos, me parece uma ideia excelente da qual o país não deveria abrir mão.
Voto contra o poder crescente das religiões sobre a vida civil. Respeito inteiramente a fé e a religião de cada um, gosto de muitos aspectos de várias religiões, sei do importante trabalho social de várias igrejas, mas não aceito o uso de argumentos ou critérios religiosos na administração pública. Mesmo para os que professam alguma fé religiosa a divisão entre os poderes da terra e do céu deveria ser clara. Diz a Bíblia, em Eclesiástico, XV, 14: “Deus criou o homem e o entregou ao poder de sua própria decisão”. (Esta é a versão grega, a versão latina fala em “de sua própria inclinação” ou “ao seu próprio juízo”.) Erasmo faz uma boa síntese desta ideia: “Deus criou o livre-arbítrio”. Ele, se nos criou a sua imagem e semelhança e criou também as árvores, haveria de imaginar que, criadores como ele, criaríamos o serrote, e com ele cadeiras, mesas e casas, e ainda, Deus queira!, a ciência que nos permita usar com sabedoria os recursos naturais e viver bem, com saúde. O poder crescente das igrejas, com suas tevês e bancadas no congresso, deve ser contido por um estado laico.
Voto contra o preconceito contra os homossexuais. O estado não tem nada a ver com o desejo dos indivíduos. Ninguém (seriamente) está falando que o sacramento religioso do casamento, em qualquer igreja, deva ser definido por políticas públicas, mas os direitos e deveres sociais devem ser iguais para todos, ponto. Os preconceituosos e mistificadores, que vendem a cura gay ou bradam sua lucrativa intolerância contra os homossexuais, devem ser combatidos sem vacilação ou mensagens dúbias.
Voto contra a criminalização do aborto. A hipocrisia brasileira concede às filhas da elite o direito ao aborto assistido por bons médicos, em boas condições de higiene, e deixa para as filhas dos pobres os métodos cruéis e o risco de vida, milhares de meninas pobres morrem de abortos clandestinos todos os anos. A mulher deve ter direito ao seu corpo, independente de vontades do estado ou de dogmas religiosos.
Voto contra o obscurantismo que impede avanços científicos. Há quem se compadeça com os embriões que serão jogados no lixo das clínicas de fertilização e ignore o sofrimento de milhares de seres humanos, portadores de doenças graves como a distrofia muscular, a diabetes, a esclerose, o infarto, o Alzheimer, o mal de Parkinson e muitas outras, cuja esperança de cura ou melhor qualidade de vida está na pesquisa com as células tronco.
Voto contra palavras vazias. Nossa era da mídia transformou a oralidade num valor em si, esquecendo que há canalhas articulados e bem falantes e pessoas de bem e muito competentes que são de pouca conversa, ou até mesmo mudas. Tzvetan Todorov: “A democracia é constantemente ameaçada pela demagogia, o bem-falante pode obter a convicção (e o voto) da maioria, em detrimento de um conselheiro mais razoável, porém menos eloquente”. (1) Há quem diga de tudo e também o seu oposto, dependendo do público ouvinte a quem se pretende agradar, há quem decore frases feitas repetíveis em qualquer ocasião, há quem não fale coisa com coisa. Prefiro julgar os governantes e aspirantes a cargos públicos menos por suas palavras e mais por seus atos, seus compromissos e sua capacidade de trabalho em equipe, ninguém governa sozinho.
Voto contra os salvadores da pátria. Pelo menos em duas ocasiões o Brasil apostou em candidatos de si mesmos, filiados a partidos nanicos, sem base parlamentar, surfando numa repentina notoriedade inflada pela mídia e alimentada pelo discurso “contra a política”, prometendo varrer a corrupção e as “velhas raposas”. No primeiro caso, a aventura personalista de Jânio Quadros acabou num golpe militar e numa ditadura que durou 25 anos. No segundo, a aventura personalista de Fernando Collor, sem base parlamentar e passada a euforia inicial, terminou em impeachment, bem antes do fim de seu mandato.
Voto na Dilma e contra tudo isso que ainda está aí: a desigualdade social, o poder crescente do capital, a cobiça sobre nossos recursos naturais, o preconceito contra os homossexuais, a criminalização do aborto, o obscurantismo que impede avanços científicos, a criminalização da política, as palavras vazias, os salvadores da pátria. Com a direita autêntica fora do jogo podemos, sem grandes riscos de voltar ao passado, debater o melhor caminho para seguir avançando. Ponto para a democracia.
(1) Tzvetan Todorov, Os inimigos íntimos da democracia, tradução Joana Angelica DÁvila Melo, Companhia das Letras, 2012.

Doutor em educação defende Sistema Nacional de Educação

Quando as ações governamentais para a área de educação são baseadas mais em programas do que em políticas de Estado, o prejuízo é evidente porque há uma pulverização dos recursos, já que a cada troca de governo, esses programas são alterados. A afirmativa foi do professor doutor José Luiz Sanfelice, da Universidade Estadual de Campinas, em conferência no encerramento do 14º Seminário Interdisciplinar de Pesquisa em Educação (Seinpe), da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), que teve como tema “A formação do professor e pesquisador da Amazônia”.
Sistema
Para o professor, o que falta ao Brasil é a construção de um Sistema Nacional de Educação. Reivindicado e “perseguido” pelos educadores comprometidos desde a década de 1930 do século passado, o sistema daria uma diretriz mais geral para que cada estado e município pudessem executá-la dentro das especificidades e características de cada local. A dificuldade para implementar esse sistema, na avaliação do professor, vem da concepção federativa do Brasil, que nem sempre entende a federação com os associados mais livres para suas ações, mas quer todos voltados para finalidades nacionais. “Precisa-se construir algo em termos de nacional, mas pode ter muitos caminhos”, argumentou.
Projetos fracionam recursos federais
Na conferência de encerramento do seminário, deominada “A pesquisa e a formação de professores na pós-graduação em educação: programas e orientações governamentais”, José Luiz Sanfelice citou que a existência de centenas ou milhares de programas educacionais implementados no Brasil demonstra que não estamos parados. Mas esse excesso causa o que chama de super fracionamento dos recursos destinados eles, muitos dos quais criados por interesses de grupos de pressão ou de políticos que se assenhoreiam desses programas e menos para atender ao interesse público real.
Ao destacar que muitas experiências vêm acontecendo no País, o que não nos deixa parados, Sanfelice insiste na temática do Sistema Nacional de Educação.  “Precisamos de diretrizes em âmbito nacional e para isso os órgãos gestores teriam que dividir responsabilidades com seus estados e municípios para que o recurso que efetivamente é liberado para a educação se converta em recursos da educação”, afirmou ele, criticando o fato disso não ser verdade hoje. Segundo o professor, nem sempre o dinheiro é usado para aquilo que foi determinado, já que há artifícios políticos para isso, o que é lamentável.
Utopia
Mesmo assim, Sanfelice prega a manutenção da utopia, no sentido positivo, de querer aquilo que não existe e que queremos conquistar. Esse sentimento, ele traduz na área da educação para a defesa de uma educação pública, gratuita, de qualidade e emancipadora, capaz de ajudar a desalienar os indivíduos. “Por isso precisamos enquanto educadores manter a utopia”, argumentou.
Para José Luiz Sanfelice, o Estado de São Paulo não pode ser exemplo de boa educação no Brasil. Lá existem os maiores comprometimentos em relação a formação de professores e de salários, pois eles trabalham hoje com contratos precários e baixos salários quando comparados nacionalmente e a ausência de um Plano Estadual de Educação, que são questões essenciais, não solucionadas pelos últimos governos. Outro sintoma da gravidade dos problemas da educação paulista é a crise de recursos nas três universidades públicas, nas quais não se cria um programa para a carreira dos professores na rede e são os últimos em salário.

Parabéns, Educador Físico

A comemoração do dia do professor de educação física acontece no dia 1º de setembro, em razão de a profissão ter sido regulamentada através da lei federal de número 9.696/98 e publicada na mesma data.
A ideia da data surgiu na comemoração de São Cosme e São Damião, pois nesse dia os professores de educação física organizavam brincadeiras para divertir a garotada, entregando-lhes várias guloseimas e doces.
Quatrocentos e cinquenta anos antes de Cristo, o grego Miron criou o símbolo das práticas esportivas, o Discóbolo, um arremessador de disco; o que comprova que os esportes existiam desde os tempos mais antigos.
No Brasil, historicamente falando, consideram que desde o período da colonização a educação física era praticada em nossas terras.
Os índios corriam atrás de suas caças, nadavam, atiravam arco e flecha e dançavam, jogavam peteca, lutavam entre si e brincavam de corrida dos troncos. Já os negros africanos, que vieram como escravos para o Brasil, dançavam a capoeira e faziam as lutas corporais, aprendidas através da observação dos animais em seu país de origem.
Mas somente em 1851, através da lei nº 630, que a ginástica foi incluída nos currículos das escolas primárias e secundárias, onde eram praticadas quatro vezes por semana.
Na década de oitenta, após o período da ditadura militar, a prática de esportes passou a ser vista de forma mais ampla, formando-se os primeiros grupos profissionais. Para isso, eram necessárias empresas que patrocinassem os atletas e a manutenção dos times e equipes. Foram os primeiros passos para iniciar as formações esportivas de qualidade no país, de onde colhemos os frutos plantados por longos anos, obtendo grandes conquistas para o país em campeonatos mundiais.
O campo de trabalho dos profissionais de educação física cresceu bastante nos últimos anos, deixaram de ser apenas professores de escolas ou academias, estendendo seu campo de atuação.
Hoje trabalham como “personal trainers”, desenvolvem programas de emagrecimento para crianças e adultos, organizam trabalhos de acréscimo muscular, que são muito valorizados em razão da população cultuar o aspecto físico, estar mais vaidosa, buscando um corpo belo, cheio de formas e músculos aparentes.
Os professores de educação física são responsáveis por observar um aluno durante a prática de exercícios físicos, os orientam a fazer alongamentos para aquecer a musculatura e evitar que se machuquem, corrige a postura durante a realização dos exercícios, confere os batimentos cardíacos dos atletas, verifica a respiração e o cansaço dos mesmos, não permitindo que ultrapassem seus limites.
O melhor para esses profissionais é trabalhar com o aspecto lúdico, ajudando as pessoas a liberarem suas tensões e se tornarem mais felizes.