Como aprendemos a gostar de certas comidas, de algumas músicas e não de outras, de determinadas manifestações culturais? O que influi em nossas preferências? Certamente não se dão ao acaso, por pura e simples decisão individual. De que modo, então, aprendemos a gostar ou a não gostar de ler?
Maria Helena Braga, Supervisora
Pedagógica de Programas do Instituto Qualidade no Ensino (IQE), acredita que para crianças e adolescentes
gostarem de ler, é preciso que os adultos, educadores de leitura, sejam,
também, leitores. “E bons leitores!”, afirma. Mas, ler, por quê? “É uma
pergunta que comumente encontramos nos mais variados círculos de convivência,
inclusive entre professores. Ler requer motivação, tempo, dedicação e esforço,
condições de que muitos não usufruem ou cultivam.”, responde.
A especialista pontua que ler é um ato social e
revolucionário, a ser exercido por todos que buscam a compreensão e a
transformação de um mundo profundamente caótico. “É o que nos possibilita compartilhar
sentimentos, anseios e experiências. O que nos constitui como fruto e semente
da história humana,
e que nos faz sentir pertencentes ao que há de mais intrínseco em nossa
espécie”, ressaltou Maria Helena Braga.
Para gostar de ler, segundo a
supervisora do IQE, é preciso que haja professores que gostem de ler. “Que manifestem,
pelo olhar, a emoção que se atualiza na interlocução com as obras literárias, a
satisfação resultante do enfrentamento dos desafios antepostos a sua
competência leitora, a iniciativa de questionar e buscar conhecimento nos
textos escritos. Professor leitor é condição necessária para a construção de
alunos leitores”, concluiu.
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