A Universidade Estadual do Piauí (Uespi), em convênio com o Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), irá oferecer três
cursos de graduação para jovens adultos camponeses. Os cursos serão
oferecidos por meio do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária
(Pronera), inicialmente em Teresina, Esperantina e São João do Piauí.
Os cursos de Geografia, Agronomia, com ênfase em Agroecologia e
Pedagogia da Terra, serão realizados em regime de alternância, com Tempo
Escola e Tempo Comunidade, de acordo com cada etapa de realização. “No
Tempo Escola, o grupo estará reunido para o estudo dos componentes
curriculares, ministrados pelos professores ao longo de aproximadamente
40 dias, com aulas pela manhã e tarde. No Tempo Comunidade, cada
educando vivenciará a pesquisa e aprofundamento dos estudos em seus
locais de moradia, organização e trabalho”, explica a professora
Lucineide Barros, uma das coordenadoras pedagógicas do projeto.
Cada curso ofertará 50 vagas, e os editais de seleção serão lançados
nos próximos dias. O projeto tem por objetivo a superação da
desigualdade entre campo e cidade, e da baixa escolarização das
populações do meio rural brasileira. Dados da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (PNAD) indicam que a taxa média de escolarização
da população de 15 anos ou mais residente no campo gira em torno de 4,5
anos, enquanto no meio urbana, a mesma faixa representa 7,8 anos de
estudo.
Para o reitor da Uespi, Nouga Cardoso, a expectativa é de que, com o
tempo, o número de cursos e beneficiados seja ampliado. “A estimativa é
de que cerca de 35 mil assentados sejam beneficiados inicialmente. É uma
demanda importante, pois permitirá a formação do camponês sem que ele
se afaste do local onde mora; esperamos que essa política de
desenvolvimento seja expandida, para melhoria de vida da população
camponesa”, enfatiza.
De acordo com Lucineide Barros, os cursos também pretendem desafiar
os gestores a promoverem políticas de ampliação da rede de escolas e
oferta dos níveis e modalidades de ensino no campo, especialmente na
educação infantil e ensino médio, em condições pedagógicas e estruturais
adequadas, impedindo, por um lado, a produção crescente de mão de obra
barata e, por outro lado, o esvaziamento do campo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário