sexta-feira, 11 de julho de 2014

De boia-fria aos R$ 600 milhões: “Não tinha dinheiro para almoçar todos os dias”

Se soubesse a importância que o curso de datilografia teria na sua vida, talvez a trajetória de Aparecido Viana, empresário do ramo imobiliário, não tivesse sido tão bem-sucedida.
Onde vivia, não havia uma só máquina de escrever no começo da década de 1960, mas a mãe de Viana queria porque queria que o menino aprendesse a datilografar. Até hoje ele agradece. “Minha mãe era pobre, não tinha ensino, mas era visionária”, lembra.
Para aprender datilografia, Viana ia todos os dias para Mirassol (SP), fosse pendurado no trem ou com alguma carona conquistada na beira da estrada. O destino era a cidade grande mais próxima à pequena Bálsamo, que tinha oito mil habitantes e 150 quilômetros quadrados. Experimente perguntar a Viana onde fica seu município de origem: “Bálsamo é a capital da grande Microrregião de São José do Rio Preto”, brinca
Viana era o segundo de cinco irmãos – eles e seus pais trabalhavam na roça. No interior de São Paulo, eram todos boias-frias. A nomenclatura não incomoda nada o empresário. “Trabalhamos em tudo que é lida que você possa imaginar, menos cana-de-açúcar. Subia no caminhão de madrugada e ia para a roça antes de amanhecer”, conta. Aos quatro anos já estava na labuta com a família. “Fazia as coisas que dava para criança fazer na lida, como limpar o pé de café ou levar o caldeirão para os pais e irmãos na lida na hora do almoço”, conta.
Aos 14 anos, a datilografia levou o empresário à São Caetano do Sul (Grande São Paulo), onde iniciou sua jornada na cidade grande. Começou numa metalúrgica e logo passou para o primeiro cartório de notas da cidade, onde começou a ter contato com o ramo imobiliário. “Não tinha dinheiro para almoçar todos os dias, então acabava ficando muitas horas lá no cartório, trabalhando e sempre disponível”, conta.
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