quinta-feira, 31 de julho de 2014

Templo da Igreja Universal no Brás reafirma poder evangélico no Brasil

A réplica do Templo de Salomão, que levou quatro anos para ficar pronta e custou cerca de US$ 300 milhões (R$ 670 milhões), é um testemunho do vertiginoso crescimento da fé evangélica no Brasil

Templo da Igreja Universal no Brás reafirma poder evangélico no Brasil (© Daniel Kfouri The New York Times)

SÃO PAULO – O imóvel ocupa uma quadra inteira do limitado espaço da cidade: um recinto com 10 mil lugares chamado Templo de Salomão.
Erguido como uma forma brusca de oposição aos prédios cobertos de pichações das redondezas, ele ostenta blocos de pedras monumentais importadas de Israel e as bandeiras de dezenas de países nos quais sua proprietária, a Igreja Universal do Reino de Deus, alimenta um império evangélico e cristão.

Um helicóptero que pousa no pátio permite que o bispo Edir Macedo, o magnata de mídia de 69 anos que fundou a Igreja Universal em uma funerária do Rio de Janeiro em 1977, dê seu sermão. O complexo de 11 andares tem ainda outros encantos, como um oásis de oliveiras similar ao jardim Getsêmani, que fica próximo a Jerusalém, e mais de 30 colunas que ascendem na direção dos céus.

“A Igreja Universal não poupou gastos”, declarou Rogério Araújo, arquiteto do projeto que inaugura esta quinta-feira (31) em São Paulo. Em um passeio pelo local, ele acrescentou: “tivemos a intenção de construir um colosso, algo que faria as pessoas pararem para olhar, e foi isso o que fizemos”.

A réplica do Templo de Salomão, que levou quatro anos para ficar pronta e custou cerca de US$ 300 milhões (R$ 670 milhões), é um testemunho do vertiginoso crescimento da fé evangélica no Brasil. Apesar de a maioria de seus 200 milhões de habitantes ainda ser de católicos apostólicos romanos, um número maior que qualquer outra nação, o número de evangélicos brasileiros saltou para 22% dos cidadãos em 2010, tendo sido de 15% em 2000, segundo números do Censo.

As grandes igrejas evangélicas, particularmente as instituições pentecostais, como a Igreja Universal, também estão reivindicando uma maior importância política em todo o Brasil, articulando um considerável bloco evangélico de votos no Congresso Nacional e motivando os esforços dos candidatos em todo o espectro político do país a tentar agradar os eleitores evangélicos nas próximas eleições deste ano.

A presidente petista Dilma Rousseff deve estar presente na cerimônia de inauguração desta quinta-feira, enfatizando o quanto ela angaria apoio para a sua coalizão de governo a partir de um bloco de líderes evangélicos conservadores, incluindo o sobrinho de Edir Macedo, Marcelo Crivella, um pastor da Universal e cantor gospel que recentemente foi ministro da Pesca.

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