quinta-feira, 24 de julho de 2014

'Ibope e Datafolha: alguém erra feio no 2º turno'


247 - O jornalista Ricardo Kotscho avalia que há "diferenças estranhas" nas simulações de segundo turno realizadas pelos institutos Datafolha e Ibope, divulgadas com um intervalo de quatro dias. Enquanto o primeiro registra empate técnico entre a presidente Dilma Rousseff e o tucano Aécio Neves, o segundo prevê vitória com larga vantagem da petista. Em seu blog, Kotscho cobra que os responsáveis pelas pesquisas venham a público "para explicar as possíveis razões de números tão divergentes".

Leia mais na matéria publicada ontem pelo 247 sobre o tema: O que explica a diferença entre Ibope e Datafolha?

Abaixo, o post de Ricardo Kotscho:

Ibope e Datafolha: alguém está errando feio no 2º turno
Ainda nem sabemos se vamos ter segundo turno nas eleições. Até aqui, Dilma vem mantendo um empate técnico com a soma de todos os demais candidatos no primeiro turno, qualquer que seja a pesquisa. Quando se trata das projeções para o segundo turno, porém, as diferenças são estranhas, fora das margens de erro, tanto do Datafolha como do Ibope.
No novo levantamento publicado pelo Ibope, na noite de terça-feira (22), o primeiro após a Copa, mostrando mais uma vez que não houve interferência do futebol da seleção na campanha eleitoral, o instituto aponta vitória folgada de Dilma contra Aécio, caso tenhamos um segundo turno: 41% a 33%, uma vantagem de oito pontos. Para o primeiro turno, os números estão bem próximos, como mostra a matéria do R7.
Já no Datafolha, divulgado no fim da semana passada, a diferença ficou em 4 pontos (44% a 40%), o que permitiu ao jornal do mesmo grupo publicar manchete sobre um empate técnico no segundo turno, no limite da margem de erro.
Como as duas pesquisas foram divulgadas com o intervalo de apenas quatro dias, e nada de importante aconteceu neste período, alguém está errando feio nas projeções para o segundo turno. É muita diferença para o mesmo momento da mesma eleição.
Seria interessante para a lisura da campanha e a saúde da democracia brasileira que os responsáveis pelas pesquisas dos dois institutos viessem a público para explicar as possíveis razões de números tão divergentes.
Os leitores sabem que não faço parte da turma do Fla-Flu que sempre levanta suspeitas quando os números não são favoráveis ao seu candidato. A princípio, confio em todas as pesquisas dos dois institutos, até porque, não disponho de outras para confrontar, mas estas últimas deixaram dúvidas que só os próprios especialistas podem esclarecer. Com a palavra, Carlos Augusto Montenegro, do Ibope, e Marco Paulino, da Folha.
Os valentes comentaristas do Balaio também podem me ajudar a entender este estranhamento provocado pelos últimos números divulgados.

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