domingo, 21 de fevereiro de 2016

Opinião

Temos tido aqui neste espaço, a preocupação em valorizar determinados temas. Entendo que a minha missão é fazer repercutir e refletir temas como educação, violência contra a mulher, direitos humanos e outros temas de envergadura.

Quando analiso determinados dados e olhos para os lados e vejo a inércia de determinados atores - entes do poder público, educadores, formadores de opinião, dentre outros - como se as coisas ruins não pudessem nos acontecer, sinto um arrepio percorrer minha espinha.

Creio ser dever de todos, analisar, divulgar, refletir e compartilhar informações que possam engrandecer nossa sociedade, uma vez que o que vemos hoje é uma verdadeira bestialização de nossos atos.

Transcrevo na íntegra matéria publicada no Jornal O Dia, de Teresina, sobre um tema que nos ronda em nossos ambiente de trabalho, em nossas relações de amizades e em pessoas bem próximas a nós.

"A droga está associada a todo tipo de crime", pontua comandante

No Piauí, a maior parte dos homicídios está ligada, de forma direta ou indireta, ao tráfico de entorpecentes.

Hoje (20) é comemorado o Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo. A  data visa conscientizar a população brasileira sobre os riscos e consequências do consumo desse tipo de substâncias. Muito além da saúde, o consumo de entorpecentes também traz consequências não apenas para a vida do usuário, mas para vários setores da sociedade.
Já é consenso entre as autoridades de Segurança Pública que o tráfico de drogas tem relação direta com os índices de crimes violentos em todo o país; não apenas nas comunidades de baixa renda, mas em todos as classes sociais e econômicas.
Em parte dos casos, o vício faz com que o dependente  químico, ao não encontrar alternativas de sustentá-lo, cometa crimes, como assaltos e furtos. Uma realidade que é cada vez mais presente, inclusive no Piauí. De acordo com o comandante de Policiamento da Capital, coronel Wagner Torres, a maior parte dos homicídios no Estado está ligada, de forma direta ou indireta, ao tráfico de entorpecentes.
“A droga está associada a todo tipo de crime, principalmente homicídios, roubos e assaltos. O sujeito, quando está roubando, pega o celular ou relógio, para trocar na boca de fuma. É um problema presente em todo o mundo”, pontua. 
Fotos: Folhapress
Violência doméstica têm relação com drogas
Pelo menos 70 % dos crimes envolvendo violência doméstica têm relação, direta ou indireta, com o consumo de álcool e outros tipos de drogas. A estimativa é da titular da Delegacia de Proteção dos Direitos da Mulher, delegada Vilma Alves, que afirma atender diariamente esse tipo de ocorrência. Para a delegada, referência no combate à violência contra a mulher, o avanço do consumo de entorpecentes influencia no número de casos de violência registrados no Estado.
“É como se fosse um motivador. O álcool e as drogas funcionam como motivação para a violência doméstica e agressão física. Além do machismo, pelo menos 70% desses casos são ligados ao consumo de algum tipo de droga”, pontua.
O crack, segundo a delegada Vilma Alves, é o que causa os efeitos mais devastadores. “Com a presença do crack, os índices tiveram um aumento muito maior. Ele é destruidor, não só para o usuário, mas para toda família. O consumo do crack faz com que a violência se torne maior”, afirma a delegada.
A união de forças é a solução apontada por Vilma Alves para reduzir os índices de crimes ligados ao consumo de entorpecentes. Para ela, todas as esferas da sociedade devem estar empenhadas nessa luta.
“A droga é devastadora. Tudo parte de uma questão de educação. As famílias devem se envolver mais, o Estado deve fazer mais políticas públicas, as igrejas, e demais instituições também devem estar empenhadas. Assim como estamos mobilizados contra a dengue, temos que estar empenhados no combate às drogas”, pondera. 
Consumo também agrava acidentes de trânsito
O consumo de álcool e entorpecentes também está diretamente ligado ao número de acidentes de trânsito na Capital. Segundo o diretor técnico do Hospital de Urgência de Teresina (HUT), Fábio Marcos de Sousa, pelo menos 80% das ocorrências envolvendo motocicletas têm alguma ligação com o consumo de bebidas alcoólicas.
“Infelizmente, a maior causa dos acidentes motociclísticos é o consumo de bebida alcoólica, atrelado ao não uso do capacete. Os acidentes de moto estão li gados ao consumo de álcool em mais de 90% dos casos”, afirma.
Além dos acidentes, diariamente o Hospital de Urgência de Teresina também atende casos de complicações relacionadas ao consumo de álcool. Entre os mais frequentes estão o coma alcoólico e as crises hepáticas. “Habitualmente, esses pacientes chegam ao HUT em coma alcoólico e, até mesmo, em crises de convulsão. Eles chegam aqui descompensados, com alterações exageradas na função do fígado, muitas vezes de forma ir reversível”, pontua.
Os atendimentos relacionados ao consumo de bebidas e outros entorpecentes acabam gerando uma maior demanda para o Hospital, o que dificulta o acesso dos demais pacientes ao serviço de saúde. “Realizamos mais de 45 cirurgias por dia, 90% dessas cirurgias são ortopédicas, a grande maioria, devido a acidentes de motos. A partir daí, dá para ter uma noção da imprudência e do risco que causa ao próprio indivíduo”, afirma.
Por: Natanael Souza - Jornal O Dia

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