Postagem em destaque

Entre gestos e interesses: a reconciliação que divide opiniões

Joãozinho Félix X Conceição Lima: Quando o perdão é mais político do que humano      Durante as eleições de 2020, a professora e vereadora C...

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Campo Maior Paga com Sangue o Preço do Trânsito Caótico

Quando a desorganização do trânsito vira tragédia:
cada acidente é uma vida em risco

    Viver em Campo Maior está nos custando caro — não só em vidas, mas em sofrimento, medo e no abalo social que cada acidente de trânsito provoca. As reportagens recentes são chocantes: motociclistas atropelados e mortos, colisões frontais, pessoas gravemente feridas — muitos em trechos onde há evidente negligência de sinalização, fiscalização ou planejamento adequado. 
    Há também os eventos de manobras perigosas — “grau”, motos circulando sem habilitação, condutores alcoolizados — que demonstram não só imprudência individual, mas uma falha sistemática de controle, fiscalização contínua e educação de trânsito. 
    Enquanto isso, orçamentos municipais e estaduais para trânsito, para multas, licenciamento, cobranças diversas — tudo isso circula em cifras elevadas. Mas onde está esse recurso sendo inteiramente aplicado? Na pavimentação de algumas vias há avanços, como nos casos das obras recentes de infraestrutura urbana. Governo do Piauí Mas a desordem no tráfego, a falta de monitoramento, a sinalização precária e a ausência de campanhas educativas apontam que boa parte dos recursos não está sendo investida com a prioridade que a gravidade do problema exige.
    Não adianta investir em asfaltos se motoristas continuam dirigindo alcoolizados, se muitos motociclistas não têm habilitação, se a fiscalização é esporádica e reativa em vez de preventiva. O dano já está sendo medido em corpos, em histórias interrompidas, em famílias destruídas.
    Também pesa a responsabilidade de órgãos públicos locais: o departamento de trânsito municipal, os gestores responsáveis pelo ordenamento das vias, pela sinalização — vertical, horizontal — e pela fiscalização. A julgar pelo número de acidentes, pelo volume de infrações detectadas tardiamente e pela falta de respostas estruturais, estamos muito aquém do que se esperava. A população paga impostos, multas, taxas de licenciamento, e espera que esse dinheiro seja revertido em segurança viária, mas o retorno está distante.
    É imperativo que haja um novo compromisso: planejamento urbano voltado ao trânsito; políticas de educação de condutores; fiscalização permanente — inclusive na zona rural e nos acessos principais; sinalização clara e manutenção constante; e transparência na aplicação dos recursos arrecadados. Só assim deixaremos de pagar esse preço tão alto — de vidas perdidas e sonhos interrompidos — por conta de negligência e desorganização.
    Campo Maior precisa urgentemente acordar para esse drama. Não podemos continuar normalizando que famílias sejam destruídas por acidentes evitáveis. A cidade não merece apenas obras parciais ou paliativas: merece um trânsito seguro, justo e bem administrado.


Nenhum comentário: