Relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE), divulgado ontem, mostra que o Brasil ainda ocupa as últimas
colocações no ranking de investimentos em educação. Mesmo tendo
aumentado significativamente as verbas para o ensino entre os anos de
2000 e 2009, o país está longe de aplicar o valor anual por aluno
indicado pela instituição e distante da média dos demais países-membros.
O levantamento, denominado Olhar sobre a Educação 2012, revela
situações constrangedoras: em ensino pré-primário, o Brasil é o terceiro
pior colocado entre 34 países; no primário, é o quarto pior entre 35
países; e, no secundário, é o terceiro pior entre 37 países. A educação
precisa de respostas – e também de recursos.
Um aspecto positivo revelado pelo levantamento é o de que, nos últimos
anos, o Brasil vem tomando algumas decisões com potencial para reverter
esse quadro de forma acelerada. O país, por exemplo, vem concentrando os
recursos para o setor no Ensino Básico, mantendo inalterados ou até
mesmo com uma tendência à redução os destinados ao Ensino Superior. A
situação inverte uma prática que, até agora, era de privilegiar o nível
universitário. Em consequência, as verbas destinadas aos níveis
Fundamental e Médio aumentaram 149% apenas no período entre 2005 e 2009.
Os ganhos só não foram mais expressivos a partir dessa elevação porque o
volume aplicado até então era bem inferior ao conjunto dos demais
países analisados de maneira geral, num número variável porque nem
sempre há todos os dados disponíveis para permitir comparações.
Mesmo tendo ampliado os investimentos e se aproximado um pouco mais
nessa área dos integrantes do G-20, o grupo das nações mais ricas do
mundo, o Brasil ainda investe pouco na comparação com o seu Produto
Interno Bruto (PIB) – 5,5% –, percentual inferior à meta de 6,23% dos
integrantes da OCDE. O país precisa investir cada vez mais e de forma
continuada na área do ensino para garantir qualidade ao aprendizado, mas
também zelar por mais rigor na aplicação das verbas e, assim, permitir
que os ganhos se multipliquem. O estudo, a propósito, garante que, mesmo
com as incertezas no mercado internacional desde 2008, pessoas com
diploma de curso superior continuam obtendo benefícios financeiros
vantajosos. Esse aspecto fica mais visível ainda no Brasil, o país com a
maior diferença salarial entre pessoas com diploma universitário e as
com grau de instrução inferior.
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