segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Sobrepeso é fator predominante em casos de bullying

Segundo a análise, na rede pública, 54% dos estudantes que se acham muito gordos são vítimas

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou uma pesquisa que aponta que o peso corporal é o fator predominante para a ocorrência de bullying frequente entre alunos das escolas brasileiras. Estes também são muito mais propensos a comportamentos de risco, como o consumo de drogas ilícitas, álcool, cigarros e laxantes, quando comparados com os demais alunos.
 
As informações são do Texto para Discussão 1928 - Discriminação contra os estudantes obesos e os muito magros nas Escolas Brasileiras, baseado na Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 2012, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com o Ministério da Saúde (MS).
 
Dados
 
De acordo com a análise, na rede pública, 54% dos estudantes que se acham muito gordos são vítimas de bullying. Já nas escolas particulares, o índice é ainda mais alto, 63%. Entre as garotas, 34% das muito magras se sentem sozinhas quase sempre. Já no caso dos meninos, 19% dos que se encaixam nesse perfil se sentem da mesma forma.
 
Segundo o autor, o técnico de Planejamento e Pesquisa do Instituto, Luis Claudio Kubota, os dados indicam, ainda, que os alunos que se auto classificam muito gordos ou muito magros, estão sujeitos a serem bullies ativos (39,4%, provavelmente como mecanismo de defesa), a sentirem solidão (32,5%), a sofrerem de insônia (15,5%), sofrerem violência familiar (24,3%), sofrerem agressões (38,1%) e lesões (23,3%). Os alunos ainda sentem que seus pais raramente, ou nunca, entendem seus problemas e preocupações.
 
Pesquisa
Desde 2009, a PeNSE questiona assuntos de ampla gama de temas, como informações demográficas, hábitos alimentares, imagem corporal, exercícios físicos, consumo de cigarros, álcool e outras drogas, saúde dental, comportamento sexual, rede de proteção, violência e acidentes.
 
A última versão, de 2012, analisou uma amostra de 132.123 estudantes do nono ano do ensino fundamental de escolas com quinze ou mais alunos, de 26 capitais de Estado e o Distrito Federal. Os questionários foram realizados em smartphones. 109.104 alunos responderam à pesquisa.
 
Crédito da Matéria: Redação Capital Teresina

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