quinta-feira, 19 de abril de 2012

Currículo maior nem sempre é melhor, apontam especialistas

Desde o começo de 2011 tramita no Congresso Nacional um projeto de lei que obriga a inclusão da Educação Ambiental e da Educação no Trânsito como disciplinas obrigatórias no ensino fundamental e médio de todas as escolas públicas e privadas do país. Outras 250 propostas de mudança curricular também aguardam a aprovação dos parlamentares.

A grande quantidade de projetos levanta a discussão sobre a qualidade da formação na educação básica diante de um currículo abarrotado de conteúdo. Se de um lado acredita-se que assuntos relevantes à sociedade precisam ser levados à sala de aula - já que a escola costuma ser apontada como solução para os problemas -, do outro, o inchaço curricular pode acarretar na redução da carga horária de disciplinas básicas como Português, Matemática e História, o que pode fazer falta na formação do estudante.


A supervisora pedagógica de programas do Instituto de Qualidade no Ensino (IQE), Maria Helena Braga, aponta que aprender sobre as formas de se preservar o ambiente natural ou social, assim como saber os comportamentos no trânsito que evitam riscos pessoais ou coletivos, são conhecimentos necessários ao "estar no mundo" é fundamental. Mas não significa, acredita ela, que isso tenha que ser transformado em disciplinas específicas, mesmo porque devem ser tratados na transversalidade do currículo. "Não são conteúdos pontuais, a serem abordados em determinados períodos da escolarização, ou seja, são assuntos recorrentes que permeiam o percurso de vida de todos nós: tanto dos alunos quanto daqueles que não estão na escola", pontua. Contudo, para a supervisora pedagógica do IQE, é preciso que sejam sistematicamente previstos em todos os anos, pois correm o risco de serem minimizados ou até ignorados nas diversas disciplinas.

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