Durante a solenidade de renovação do Programa Segundo Tempo, realizada no Palácio de Karnak no início da tarde desta sexta-feira (13/04), o governador Wilson Martins foi submetido a um constrangimento diante do ministro do Esporte, Aldo Rebelo (PCdoB), que veio ao Piauí exclusivamente para anunciar a expansão do projeto do governo federal no Estado.
Depois de conseguir escapar da vigilância dos seguranças e da equipe do cerimonial do Karnak, uma professora da rede estadual interrompeu o evento para requerer do chefe do Executivo o pagamento do piso nacional do magistério.
A mulher estava acompanhada por um rapaz que segurava um cartaz azul com a seguinte frase: "Sou aluno! Piso 22%. Pague o meu professor".
De pé, em frente às autoridades, a mulher falou por pouco mais de dois minutos, sem ser interrompida. Ela pediu que o ministro Aldo Rebelo se sensibilize com a causa dos professores e que repasse seu apelo à presidenta Dilma Rousseff.
Durante seu discurso, o governador Wilson Martins informou sobre o despacho judicial do desembargador Sebastião Ribeiro Martins, que determinou a ilegalidade da greve dos professores da rede estadual. Em seguida, ele tentou justificar à manifestante e aos demais presentes o porquê de não terem sido atendidas todas as reivindicações apresentadas pela classe, que estava em greve desde o dia 27 de fevereiro.
Segundo Wilson, no ano passado a arrecadação de recursos do Piauí para o Fundeb foi muito maior que os recursos enviados ao Estado pelo mesmo fundo, o que, segundo o governador, derruba o argumento apresentado pelos docentes, segundo o qual há recursos sobrando para serem gastos com o pagamento do piso nacional.
Wilson enfatizou que nenhum professor do Estado recebe abaixo do piso de R$ 1.451, embora tenha reconhecido a impossibilidade do governo de conceder o reajuste de 22,22% a todos os profissionais.
"Em 2011 o Piauí colocou R$ 700 milhões no Fundo de Educação Básica e recebeu pouco mais de R$ 400 milhões. Infelizmente, em função das dificuldades financeiras, nós não podemos dar esse reajuste a todos os professores, assim como muitos outros Estados. Estamos abertos ao diálogo, mas é preciso reconhecer os avanços na educação, desde o governo FHC, com a criação do Fundef, no governo Lula com a criação do Fundeb e o incentivo ao ensino técnico, que tanto contribuiu para a formação de profissionais", argumentou Wilson.
Os professores alegam que ao conceder reajustes superiores para os docentes que possuem apenas o nível médio, o governo está desvalorizando aqueles que possuem ensino superior e, portando, desestimulando a capacitação profissional.
Fotos Jailson Soares/O Dia
Fonte: http://www.portalodia.com/
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