Sabe aquela esculhambação que fizeram na abertura da COPA 2014? Pois é, a casa começa a cair e muita gente a se enrolar.
O Ministério Público Federal e a
Polícia Civil de São Paulo estão investigando o que está por trás da
confecção e distribuição de cartazes com mensagens de ataque ao PT,
distribuídos no jogo de abertura da Copa do Mundo.
Já se sabe que a empresa de informática Multilaser que pagou R$ 15
mil pelos cartazes. O dinheiro corresponde a uma verba mensal para
“ações sociais”. Dois sócios da empresa de informática são também os
donos do Ranking Políticos, portal que orienta eleitores na escolha de
candidatos ao Legislativo.
A reserva de lucros da empresa, publicada no Diário Oficial, aumentou de R$ 51 milhões, em 2012, para R$ 128 milhões, em 2013.
Olha aí o que o Estado de S. Paulo publicou:
Por Ricardo Galhardo e Pedro Venceslau
Multilaser, que tem contratos com o governo federal e paulista
custeou panfletos contra o partido no dia em que Dilma foi xingada
Os cartazes apócrifos com ataques ao PT e ao governo federal
distribuídos no jogo de abertura da Copa do Mundo, em São Paulo, no dia
12 de junho, foram pagos pela Multilaser, uma das maiores empresas
brasileiras da área de informática, que tem contratos com diversas áreas
da administração pública, entre elas os governos federal e de São
Paulo. Na cerimônia de abertura, a presidente Dilma Rousseff foi xingada
e vaiada pelos torcedores.
A confecção e distribuição dos cartazes estão sendo investigadas
pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Civil de São Paulo por
suposto crime de difamação de partido político, cuja pena vai de 6 meses
a 2 anos de detenção mais multa. As investigações foram motivadas por
representações da direção nacional do PT.
Ao todo foram distribuídos 20 mil cartazes de 60 X 70 cm com frases
como: “Na hora do Hino Nacional abra este cartaz e mostre para todos
que está na hora do Brasil (sic) vencer de verdade”.
No interior, os cartazes traziam uma bandeira do Brasil estilizada
com as frases “Fora incomPTtentes” ou “Fora corruPTos” e a
estrela-símbolo do PT.
Outro texto, localizado no verso, fazia acusações genéricas ao PT e
ao governo usando palavras como “roubo”, “ladrões” e “corruptos” para
se referir ao “grupo de incompetentes que se instalou em Brasília”. Os
textos não são assinados e a autoria é creditada a “um grupo de jovens
paulistanos”.
Em ofício ao MPF, a Intergraf, gráfica onde os cartazes foram
impressos, informou que a Multilaser fez a encomenda ao custo de R$ 15
mil.
Dois sócios da Multilaser, Renato Feder e Alexandre Ostrowiecki,
são responsáveis pelo Ranking Políticos, um site na internet cujo
objetivo declarado é ajudar os eleitores a escolherem candidatos a
cargos legislativos. Um dos critérios para pontuação é ter votado contra
projetos que aumentam impostos.
“É um site liberal. Somos contra o aumento de impostos e a
intervenção do Estado”, disse Feder, por telefone, na segunda-feira. A
dupla também escreveu um livro sobre o custo da carga tributária no
Brasil.
Na entrevista, o sócio da Multilaser disse desconhecer a autoria
dos cartazes. “Estamos investigando”, disse ele. No dia seguinte, por
e-mail, a assessoria da Multilaser informou que a encomenda dos cartazes
foi “uma iniciativa isolada”, mas não disse qual é o nome do
responsável pela encomenda.
Nesta quarta-feira, em resposta a questionamento do Ministério
Público Federal, a Multilaser afirmou contar com uma verba mensal para
“ações sociais”, mas também não revelou o nome do responsável pela
confecção dos cartazes. Segundo balanço de demonstrações financeiras da
Multilaser publicado no Diário Oficial de 27 de março, o item “reserva
de lucros” aumentou de R$ 51 milhões em 2012 para R$ 128 milhões em
2013.
Desde que o PT assumiu o governo federal, em 2003, a Multilaser
recebeu pelo menos R$ 15 milhões da União, segundo o Portal da
Transparência.
No ano passado a empresa firmou contratos de R$ 1,8 milhão com a
Fundação Padre Anchieta, do governo de São Paulo. Os sócios da
Multilaser disseram que não têm vinculações ou preferências partidárias e
nunca contribuíram com campanhas.
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