
Wellington Sena: práticas golpistas
Foto: Câmara Municipal de Campo Maior
A Câmara Municipal de Campo Maior insiste em trilhar um caminho que afronta a lógica democrática e ignora decisões cristalinas dos tribunais superiores. A tentativa de realizar duas eleições internas no mesmo ano não é um “procedimento regimental”; é uma manobra evidente para concentrar poder e manipular o calendário em benefício de poucos. E, diante do cenário estadual, o alerta fica ainda mais grave.
Há poucos dias, o ministro Kássio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal, anulou a eleição antecipada da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Jatobá do Piauí, que havia escolhido, de forma irregular, sua direção para 2027–2028. A decisão atendeu à representação do Ministério Público Eleitoral, ao apontar que a votação antecipada feriu entendimento já pacificado pelo próprio STF. Segundo o ministro, eleições “antecipadas demais” desequilibram o jogo democrático e buscam amarrar o futuro, impedindo que novos parlamentares exerçam livremente sua vontade.
Mesmo assim, em Campo Maior, parece que a lição ainda não foi aprendida. Wellington Sena, repetindo a prática do pai — também adepto de antecipar eleição — corre para garantir sua própria reeleição num clima de urgência que levanta sérias suspeitas. Pressão contra o prefeito? Ensaios para candidatura majoritária? Tentativa de fechar acordos antes que a maré vire? Qualquer hipótese revela mais sobre ambição do que sobre compromisso público.
A pergunta que ecoa é simples: até onde vai essa pressa? E mais: desde quando regimento interno está acima da legislação federal e das decisões do STF? A democracia não pode ser usada como escada de projeto pessoal, nem transformada em arranjo de compadrio. O povo de Campo Maior merece transparência — e não truques de bastidores feitos às pressas para garantir poder a qualquer custo.
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