A ideia surgiu por conta da ação que tenta retirar 16 vídeos considerados ofensivos contra religiões afro-brasileiras
por
Leiliane Roberta Lopes
Juristas criam grupo multirreligioso para combater a intolerância
Um grupo de juristas de diversas religiões foi criado para combater a
intolerância religiosa. Integrantes da Igreja Católica, Umbanda,
Candomblé, Budismo, Islamismo e Judaísmo se reuniram em um templo de
candomblé na Zona Norte do Rio de Janeiro na última segunda-feira (16)
para dar início aos trabalhos.
Apesar de ter voltado atrás de sua sentença a respeito do que é
religião, o magistrado levantou outra discussão por ter negado a
retirada de 16 vídeos do Youtube que são considerados ofensivos contra
religiões afro-brasileiras.
Com a criação desse grupo de juristas, casos como esse e outros
relacionados a intolerância religiosa estarão sendo analisados, assim
como as decisões junto ao Judiciário.A próxima etapa do grupo recém
criado é tentar encontrar representantes dos evangélicos, de acordo com o
jornal O Globo os procurados pelo juristas não responderam
positivamente em relação a esse encontro.
O interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa,
Ivanir dos Santos, tenta debater com lideranças evangélicas,
principalmente de igrejas neopentecostais, já que muitos dos vídeos que
estão no processo contra o Google são dessas denominações.
“Com o grupo, começaremos a monitorar outras agressões e casos de
preconceito que possam surgir. Finalmente, poderemos agir de forma
unida”, disse Ivanir.
Crédito da matéria (inclusive foto): http://noticias.gospelprime.com.br
O xingamento dirigido à
presidente Dilma Rousseff foi a tônica dos discursos dos políticos presentes no
ato de lançamento da candidatura do ex-ministro Alexandre Padilha ao governo
paulista e a fala do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não foi diferente.
Lula disse que existe uma campanha de ódio por parte dos adversários contra o
PT e que as hostilidades dirigidas a Dilma no jogo de abertura da Copa do Mundo
teve origem em parte da elite "que não sabe o que é um calo na mão".
"Duvido que alguma
pessoa com o mínimo de educação trataria a presidente com o desrespeito como
parte da elite tratou a Dilma", disse. "Aquelas pessoas não sabem o
que é um calo na mão", completou Lula.
O ex-presidente disse que o
suposto ódio da oposição contra o governo do PT resultará em uma campanha
eleitoral "atípica" e "perigosa" em 2014. "Se em 2002
tínhamos que fazer a esperança vencer o medo, agora a campanha consiste em
esperança vencer o ódio", disse. De acordo com ele, a campanha deste ano
deverá conter "uma boa dosagem de debate ideológico".
Lula afirmou que o
sentimento dos adversários do PT se deve à política de inclusão e de
participação social defendida pelo seu partido nos últimos 12 anos de governo.
"O PT mudou o padrão de governança deste País", afirmou.
Para ilustrar a sua tese,
Lula relembrou a história do partido e a campanha eleitoral de 1989, quando,
segundo ele, houve uma mobilização dos políticos nacionais e da mídia para
impedir que "um metalúrgico ocupasse a Presidência da República".
"O ódio dos adversários se deve ao fato de que, pela primeira vez neste
País, termos provado à elite que tem gente mais competente para governar."
O ex-presidente disse ainda, em seu discurso, que vai se empenhar na campanha
de Padilha e para a reeleição de Eduardo Suplicy ao Senado Federal. E pediu
tranquilidade e empenho dos militantes para rebater os ataques da oposição.
"Temos que levantar a cabeça", afirmou.
Lista de pré-selecionados pode ser conferida no site do programa
O Ministério da Educação divulgou neste domingo o resultado da primeira chamada dos pré-selecionados para o Programa Universidade para Todos (ProUni). O estudante pode conferir o resultado na página do ProUni, na Central de Atendimento pelo telefone 0800-616161 e nas instituições participantes do programa.
Os pré-selecionados têm até o dia 24 de junho para ir à instituição
em que foi pré-selecionado e apresentar os documentos que comprovem as
informações prestadas no ato da inscrição.
O resultado da segunda chamada deve ser liberado em 4 de julho. A
comprovação desses selecionados poderá ser feita até o dia 11 de julho. O
estudante que não for pré-selecionado em nenhuma das duas chamadas pode
aderir à lista de espera nos dias 21 e 22 de julho, com entrega dos
documentos nos dias 29 e 30 de julho.
Esta edição do programa ofertou 115.101 bolsas, 28% a mais que no
mesmo período do ano passado. As bolsas para engenharias quase dobraram,
serão 12.362 nesses cursos. Os demais favoritos estão entre as maiores
ofertas: administração (13.168), direito (7.887) e pedagogia (7.725). Os
cursos preferidos foram as engenharias, com 166.807 inscrições.
Administração recebeu 137.515, seguido por direito (119.447), ciências
contábeis (61.169) e pedagogia (56.250). As mulheres foram maioria,
384.063 candidatas (59% do total). A maior parte dos candidatos é negra,
62,6%, 409.527 inscritos. Os brancos representam 34,9%; amarelos, 2,4%.
Apenas 0,1%, 853 candidatos, declararam-se indígenas.
Começamos o domingo com uma belíssima peça do escritor campo-maiorense Jacob Fortes para adoçar nossos sentimentos.
Bom início de semana
AURORA MENINEIRA. (por Jacob
Fortes)
Sobre
o meu corpo e também nos meus modos já não existem sinais visíveis da minha
origem: uma cabana, (escassa em mesa, farta em comunhão,) encravada no sopé de
uma montanha situada na aba setentrional dos sertões de Euclides. O meu falar, genuinamente
matuto, inerudito, afastou-se de mim, furtivamente, assim que percebeu minhas
novas amizades: os livros. A minha roupa, empoeirada e fora do esquadro, também
partiu; possivelmente envergonhada por ocupar, no guarda-roupas, um lugar que
já não lhe pertencia. O meu gestual caipira, tímido, sem traquejo, cedeu lugar
a outras formas espontâneas de expressão. As minhas feições, tão tenras quanto às
de um botão em flor, com a consumação dos anos foram-se despetalando. Enfim,
depois de toda essa metamorfose, em várias dimensões, os meus traços, marcantemente
caipira, se desmancharam. Ainda que os distintivos exteriores que fiavam minha
condição de roceiro tenham-se diluido, um após outro, a saudade da aurora
menineira não desgrudou de mim. Ela, que tanto refresca quanto arde, tornou-se
o sacrário das recordações pueris que calibram a minha alma. Cito apenas o desapressado
ribeirão Longá, ladeando a montanha, onde eu tomava banho com os meus manos, e o
vadiar pelos campos em busca da fruta encarnada, do cardeiro.
Ao
meu sertão, não o de hoje, mas aquele, de carne e osso, – cujos habitantes pautavam
a cura das suas enfermidades pelo ocultismo — e que tinha o condão de modelar o
caráter e o decoro da sua gente, o meu agradecimento por haver-me ofertado uma
infância lúdica. Infância que não sabia de onde vinha o que comia. Ainda bem
que nessa quadra pubescente da vida fui poupado do aviso de que em certo
momento acabaria a gratuidade da infância e começaria o tempo dos compromissos
sérios dos adultos, sobretudo perante os padrões sociais ditados pelos
citadinos. Nesse período em que durou a validade da infância pude me lambuzar; comum
é o nordestino fazer-se homem sem ter sido criança.
Gostaria
de detalhar ao leitor os efeitos da saudade dessa quadra de enlevo, porém não
me ocorre o modo mais apropriado. Sendo assim, evoco ao céu o nome do gênio
analfabeto, Zé da Luz, a quem peço por empréstimo as suas palavras, pois elas
têm a medida certa para expressar o remastigar das recordações de uma aurora que
foi a sementeira particular de felicidade no alvorecer da minha primavera.
“Uma dô já rimuída,
Qui
já cançou e num dói
Taliquá
cumo as cumída
Qui
os boi come e arrimói”
Dileto
Sertão, se tu já não vês as tuas marcas em mim é porque elas estão do lado de
dentro do meu peito. Mas saiba: nos confins da minha essência habita um caboclo
que te devota, que se vê em ti, que faz de ti a sua canção preferida.
Decisão do TCE não gera impedimento à candidatura do deputado Assis Carvalho
Sobre a decisão do TCE acerca das Contas Secretaria Estadual de Saúde
2009, gestão de Assis Carvalho, a assessoria jurídica informa que é
relativa apenas à prestação de contas, da qual cabe recurso de
reconsideração, que tem efeito suspensivo, e não gera qualquer tipo de
inelegibilidade ou qualquer tipo de sanção ao deputado, ou seja, a sua
pré-candidatura continua firme e forte, sem nenhum impedimento
eleitoral, judiciário ou por parte do Tribunal de Contas.
A assessoria reafirma que as falhas que remanescem no processo são
formais, ou seja, não são de natureza grave e não geraram malversação ou
desvio de recurso público. Por isso, a assessoria jurídica vai recorrer
da decisão, consubstanciada em diversos precedentes do TCE que, em
casos similares, aprovou, por unanimidade, as contas. Então, o que vai
ser requerido no recurso é que o TCE, diante deste processo, dê o mesmo
entendimento que já foi dado a outros casos.
TERESINA, PI, E SÃO PAULO, SP - O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou ontem (13) as
vaias direcionadas à presidente Dilma Rousseff durante a abertura da
Copa do Mundo, na quinta (12), no Itaquerão, em São Paulo. Chamou de
moleques os autores dos gritos.
Lula disse que as vaias demonstram "falta
de respeito" com a presidente e que a "falta de educação" não tem
relação com classe social. "Não é dinheiro, nem escola nem título de doutor que dá educação para a pessoa. Educação se aprende em casa."
Após a cerimônia de abertura da Copa,
Dilma foi xingada por cerca de um minuto, depois que o locutor pediu
palmas para os operários que trabalharam nas obras dos 12 estádios do
Mundial. Os torcedores gritaram em coro: "ei,
Dilma, vai tomar no c..." A vaia começou na área VIP do estádio, mas se
espalhou rapidamente por outros setores. A presidente decidiu não fazer discurso de abertura justamente para evitar as vaias.
"Eu acho que a instituição Presidência da
República, liderada por uma mulher, tem que ser respeitada. Eu vi alguns
moleques gritarem no campo e não eram nenhum pobre que estava passando
fome, que não tinha escola. Pelo contrário, parecia que que comiam
demais e estudavam de menos porque perderam a vergonha e a falta de
respeito com nossa presidente", afirmou Lula.
Lula afirmou que enfrentou vários
presidentes desde a ditadura militar (1964-85), mas sempre com respeito.
"Nunca tive coragem de faltar com respeito", afirmou o petista.
O ex-presidente participou na tarde desta
sexta (13), em Teresina, de ato político ao lado do senador Wellington
Dias (PT), que disputará o governo do Piauí.
Dilma também respondeu às vaias ao
participar da inauguração de um trecho do BRT no Distrito Federal, na
manhã desta sexta. Ela lembrou repressão que sofreu durante a ditadura
militar e disse que não irá se perturbar pelas agressões desta quinta.
"Não vou deixar me perturbar por agressões
verbais. Não vou me deixar perturbar. Eu não vou me deixar atemorizar
por xingamentos que não podem ser sequer escutados pelas crianças e
pelas famílias. Aliás, na minha vida pessoal enfrentei situações do mais
alto grau de dificuldade. Situações que chegaram ao limite físico. Eu
suportei não foram agressões verbais, mas agressões físicas", disse
Dilma.
Salário médio é de R$ 1.874; enquanto outras
categorias com curso superior ganham, em média, R$ 29 por hora
trabalhada, o professor brasileiro da educação básica recebe apenas R$
18
A
remuneração média dos professores brasileiros é equivalente a 51% do
valor médio obtido, em 2012, pelos demais profissionais com nível
superior completo. Há sete anos, esse porcentual era de 44%. Atualmente,
o salário médio do docente da educação básica no País é de R$ 1.874,50.
Essa quantia é 3 vezes menor que o valor recebido por profissionais da
área de Exatas, como por exemplo, os engenheiros.
Uma das metas previstas no Plano Nacional de Educação (PNE), que aguarda sanção presidencial, é equiparar o rendimento médio dos profissionais do magistério das redes públicas com as outras categorias.
Os
dados comparativos de evolução salarial ente os professores e as demais
categorias estão presentes no Relatório de Observação sobre as
Desigualdades na Escolarização do Brasil produzido por um comitê técnico
do Conselho de Desenvolvimento de Econômico e Social (Cdes) da
Presidência da República. O documento foi apresentado a todos os membros
do Cdes, entre eles a presidente Dilma Rousseff, no último dia 5 de
junho em Brasília.
O
relatório traz dados de indicadores construídos a partir de informações
da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de dados do Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), além de outras
fontes oficiais referentes a data base de 2012. O documento tem o
objetivo de propor ao Conselhão – como é conhecido - ações que deveriam
ser priorizadas na política educacional do País.
"A remuneração
dos professores da educação básica tem melhorado, embora lentamente.
Aprofundar e acelerar as mudanças nos nossos indicadores educacionais
depende de esforços integrados de atores e instituições nas três esferas
de governo e em toda a sociedade", afirmam os técnicos do Comitê do
Observatório da Equidade, que elaborou o relatório em nome do Cdes.
Para
o diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação
(CNTE), Heleno Araújo Filho o quadro apresentado pelo Cdes é reflexo de
uma "situação histórica" do Brasil. "O argumento dos gestores para
manter esses baixos salários é que os profissionais de educação
estaduais e municipais são numerosos. Esse argumento de contingente é
sem sentido. Percebe-se que não dá para acreditar no que os políticos
dizem na televisão, quando defendem a melhoria das condições e salários
dos professores. É um discurso que não é verdadeiro", diz Araújo Filho.
Valor por hora
Se
os valores do rendimento médio de professores e de outros profissionais
já são díspares por si só, a desigualdade também é sentida no valor da
hora de trabalho. Enquanto outras categorias com curso superior recebem,
em média, R$ 29 por hora trabalhada, o professor recebe apenas R$ 18.
A
situação fica ainda mais complicada para os docentes quando é feita a
comparação por áreas. Profissionais da saúde, por exemplo, recebem em
torno de R$ 35 por hora de trabalho. Os dados, também de 2012, são do
Observatório do PNE, que sistematiza dados educacionais relacionados ao
Plano Nacional de Educação.
Diante desse quadro, os técnicos que
elaboraram o relatório dizem que é preciso "avançar na valorização e
reconhecimento dos trabalhadores em educação, com o estabelecimento de
programas e ações que estabeleçam maiores oportunidades de
desenvolvimento pessoal e profissional aos professores e demais
trabalhadores da educação".
Essa posição é compartilhada por José
Fernandes de Lima, presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE).
"Se queremos modificar essa situação, primeiro temos que ter consciência
desses fatos, em seguida fazer investimentos não só em formação como na
valorização", fala Lima.
Tal questão, a da valorização, é vista
como fundamental para que os estudantes recém saídos do colégio passem a
enxergar a carreira de professor como uma opção profissional viável.
Isso é o que afirma o Anuário Brasileiro da Educação Básica 2014,
lançado no final de maio deste ano. Atualmente, não são muitos os
jovens que têm como sonho trilhar a carreira docente no País.
"Só
teremos Educação de qualidade com bons professores e, para isso, é
preciso atrair para a carreira do magistério os melhores alunos egressos
do Ensino Médio. O magistério precisa ter atratividade suficiente, pois
´concorre´ com outras carreiras mais rentáveis ou de mais prestígio",
afirma texto do Anuário, produzido pela ONG Todos pela Educação e a
Editora Moderna.
Baixos salários geram grande insatisfação entre a categoria de professores da educação básica
Aquém do ideal
Se o valor
do rendimento médio do docente já é inferior ao ser comparado com outras
profissões, o presidente do CNE lembra que há alguns anos, a situação
era ainda mais complicada. "O salário do professor já ficou abaixo do
salário mínimo. Era irrisório mesmo. E, infelizmente, ele ainda continua
baixo. Os esforços para mudar essa situação ainda não foram
suficientes", diz Lima.
Um desses esforços citados pelo presidente
do CNE foi a criação do piso salarial do magistério. O valor atual
desse piso nacional é de R$ 1.697. O rendimento tem como referência o
professor com jornada de 40 horas semanais.
Mas, se a definição do
piso da carreira docente é visto como algo positivo, o seu valor ainda
está aquém do devido, afirma o diretor da CNTE. "O piso é importante
para o país, mas questionamos o valor que ele vem sendo reajustado desde
o seu começo. Hoje, ele deveria estar em torno de R$ 2.380".
Além
disso, Heleno Araújo Filho ainda fala que nem todos os professores
recebem o piso. "Ainda há Estados onde o professor em início de carreira
ganha R$ 480 como salário base. O resto é completado com gratificação.
Isso está em desacordo com a Lei do Piso", diz.
Araújo Filho ainda
aponta outro "risco" para o não cumprimento da meta do PNE. "Há um
projeto de lei, atualmente no Congresso, que prevê o reajuste do piso
pela inflação. Isso é outra ameaça para o devido cumprimento da meta",
explica o diretor do CNTE.
Cálculo
De acordo
com comunicado emitido no início do ano pelo Ministério da Educação
(MEC), "durante o período de 2009 a 2014 a correção do piso foi de
78,63%, valor superior à elevação do salário mínimo no período (55,69%) e
ao reajuste das principais categorias profissionais".
Atualmente,
segundo o informe da pasta, "a correção reflete a variação ocorrida no
valor anual mínimo por aluno definido". Ou seja, o índice é apurado com
base na variação do valor aluno-ano do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação (Fundeb).
“Para o cálculo desse valor aluno,
cabe ao MEC apurar o quantitativo de matriculas que serão a base para a
distribuição dos recursos, e ao Tesouro Nacional a estimativa das
receitas da União e dos Estados que compõem o fundo e a definição do
índice de reajuste”, afirma o comunicado.
Em busca de comodidade, cada vez mais deixamos de lado papel e
caneta e optamos por digitar. Para muitos pode ser mais prático
escrever um e-mail do que uma carta. No entanto, cientistas da
Universidade de Princeton alertam que nem sempre o método mais rápido é o
melhor. Quando se trata de tomar nota o mais indicado é escrever à mão:
nos ajuda a focar no essencial e reter conceitos com mais facilidade
O psicólogo Daniel Oppenheimer e sua equipe pediram a alguns estudantes
que assistissem a uma palestra e fizessem anotações a lápis ou no
notebook. Depois de 30 minutos, eles interrogaram os voluntários sobre
elementos fatuais e conceituais e descobriram que aqueles que escreveram
com papel e caneta se saíram significativamente melhor, sobretudo em
relação a ideias abstratas, ainda que o restante tivesse registrado mais
informações no computador.
Segundo os pesquisadores tomar nota implica em selecionar um dado
(codificar) e recordá-lo mais tarde (armazenamento), o que confere
benefícios de aprendizagem. Quando a primeira parte se torna muito
fácil, perdemos a oportunidade de absorver algo novo, principalmente
quando se trata de conceitos e não fatos. Escrever à mão, por outro
lado, nos obriga a focar no essencial já que não somos fisicamente
capazes de escrever cada palavra, o que facilita a assimilação.
Os resultados publicados online no Psychological Science ajudam a
esclarecer um fenômeno que os psicólogos chamam de dificuldade
desejável: a necessidade de esforço e investimento para assimilar novos
conteúdos. “Às vezes, os obstáculos que nos frustram nos ajudam a
aprender. Antes de mergulharmos nas novas tecnologias que prometem
tornar a vida mais fácil, pode valer a pena nos perguntarmos se
realmente trazem os benefícios que esperamos ou apenas subestimam nossa
capacidade”, diz Oppenheimer.