Se soubesse a importância que o curso de datilografia teria na sua
vida, talvez a trajetória de Aparecido Viana, empresário do ramo
imobiliário, não tivesse sido tão bem-sucedida.
Onde vivia, não
havia uma só máquina de escrever no começo da década de 1960, mas a mãe
de Viana queria porque queria que o menino aprendesse a datilografar.
Até hoje ele agradece. “Minha mãe era pobre, não tinha ensino, mas era
visionária”, lembra.
Para aprender datilografia, Viana ia todos os
dias para Mirassol (SP), fosse pendurado no trem ou com alguma carona
conquistada na beira da estrada. O destino era a cidade grande mais
próxima à pequena Bálsamo, que tinha oito mil habitantes e 150
quilômetros quadrados. Experimente perguntar a Viana onde fica seu
município de origem: “Bálsamo é a capital da grande Microrregião de São
José do Rio Preto”, brinca
Viana era o segundo de cinco irmãos – eles e seus pais
trabalhavam na roça. No interior de São Paulo, eram todos boias-frias. A
nomenclatura não incomoda nada o empresário. “Trabalhamos em tudo que é
lida que você possa imaginar, menos cana-de-açúcar. Subia no caminhão
de madrugada e ia para a roça antes de amanhecer”, conta. Aos quatro
anos já estava na labuta com a família. “Fazia as coisas que dava para
criança fazer na lida, como limpar o pé de café ou levar o caldeirão
para os pais e irmãos na lida na hora do almoço”, conta.
Aos
14 anos, a datilografia levou o empresário à São Caetano do Sul (Grande
São Paulo), onde iniciou sua jornada na cidade grande. Começou numa
metalúrgica e logo passou para o primeiro cartório de notas da cidade,
onde começou a ter contato com o ramo imobiliário. “Não tinha dinheiro
para almoçar todos os dias, então acabava ficando muitas horas lá no
cartório, trabalhando e sempre disponível”, conta.
Confira a matéria em:
Nenhum comentário:
Postar um comentário