Jornalista Ricardo Kotscho aponta "diferenças
estranhas" em simulações de segundo turno dos institutos Datafolha e
Ibope; enquanto o primeiro registra empate técnico entre a presidente
Dilma Rousseff e o tucano Aécio Neves, o segundo prevê vitória com larga
vantagem da petista; "É muita diferença para o mesmo momento da mesma
eleição", constata o blogueiro, que cobra explicações das "possíveis
razões de números tão divergentes"
247 - O jornalista Ricardo Kotscho avalia que há
"diferenças estranhas" nas simulações de segundo turno realizadas pelos
institutos Datafolha e Ibope, divulgadas com um intervalo de quatro
dias. Enquanto o primeiro registra empate técnico entre a presidente
Dilma Rousseff e o tucano Aécio Neves, o segundo prevê vitória com larga
vantagem da petista. Em seu blog,
Kotscho cobra que os responsáveis pelas pesquisas venham a público
"para explicar as possíveis razões de números tão divergentes".
Leia mais na matéria publicada ontem pelo 247 sobre o tema: O que explica a diferença entre Ibope e Datafolha?
Abaixo, o post de Ricardo Kotscho:
Ibope e Datafolha: alguém está errando feio no 2º turno
Ainda nem sabemos se vamos ter segundo turno nas eleições. Até aqui,
Dilma vem mantendo um empate técnico com a soma de todos os demais
candidatos no primeiro turno, qualquer que seja a pesquisa. Quando se
trata das projeções para o segundo turno, porém, as diferenças são
estranhas, fora das margens de erro, tanto do Datafolha como do Ibope.
No novo levantamento publicado pelo Ibope, na noite de terça-feira
(22), o primeiro após a Copa, mostrando mais uma vez que não houve
interferência do futebol da seleção na campanha eleitoral, o instituto
aponta vitória folgada de Dilma contra Aécio, caso tenhamos um segundo
turno: 41% a 33%, uma vantagem de oito pontos. Para o primeiro turno, os
números estão bem próximos, como mostra a matéria do R7.
Já no Datafolha, divulgado no fim da semana passada, a diferença
ficou em 4 pontos (44% a 40%), o que permitiu ao jornal do mesmo grupo
publicar manchete sobre um empate técnico no segundo turno, no limite da
margem de erro.
Como as duas pesquisas foram divulgadas com o intervalo de apenas
quatro dias, e nada de importante aconteceu neste período, alguém está
errando feio nas projeções para o segundo turno. É muita diferença para o
mesmo momento da mesma eleição.
Seria interessante para a lisura da campanha e a saúde da democracia
brasileira que os responsáveis pelas pesquisas dos dois institutos
viessem a público para explicar as possíveis razões de números tão
divergentes.
Os leitores sabem que não faço parte da turma do Fla-Flu que sempre
levanta suspeitas quando os números não são favoráveis ao seu candidato.
A princípio, confio em todas as pesquisas dos dois institutos, até
porque, não disponho de outras para confrontar, mas estas últimas
deixaram dúvidas que só os próprios especialistas podem esclarecer. Com a
palavra, Carlos Augusto Montenegro, do Ibope, e Marco Paulino, da
Folha.
Os valentes comentaristas do Balaio também podem me ajudar a entender
este estranhamento provocado pelos últimos números divulgados.
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