quarta-feira, 16 de julho de 2014

Quando a educação vence




Por Ana Luiza Basílio, do Blog do Centro de Referências em Educação Integral
Desde muito cedo, Humaira Bachal entendeu a falta que a educação faz para o desenvolvimento das pessoas. Na comunidade de Muwach Goth, situada na periferia de Karachi, cidade portuária do Paquistão, a garota ouviu várias histórias que ilustravam essa deficiência, como a de mulheres que morriam ao tentar dar a luz em casa porque suas famílias não sabiam como encaminhá-las ao hospital. Uma delas, inclusive, aconteceu em sua própria casa: um primo faleceu porque a mãe não soube ler a data de validade de um medicamento.

Mudar essa questão era uma ideia latente para Humaira, até porque era grande o número de meninas e meninos que não frequentavam a escola, muitas vezes, por escolha da família, condição que só perpetuaria as dificuldades na sua comunidade. E foi aos 13 anos que ela teve a ideia de compartilhar com suas amigas os aprendizados que adquiria na escola, vivência possível pelo apoio da mãe, que escondia os estudos da garota de seu pai, que acreditava que a menina tinha mais era que casar.


Humaira começou dando aulas improvisadas em sua casa, com apoio de sua irmã mais nova Tahira, para dez amigas. Ela também tornou-se uma porta voz da educação na sua comunidade, falando às famílias da importância das crianças frequentarem a escola, discurso nem sempre acolhido pelos moradores.
Mas ela persistiu e, em dois anos, o grupo inicial somou 150 alunos. Hoje, ela dirige a fundação Dream que ensina cerca de 1200 meninos e meninas da comunidade e é símbolo da luta por um aprendizado decente.

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