Crivella ataca uma religião genuinamente brasileira |
Não desejo fazer nenhum tipo de apologia a qualquer religião ou incitar uma "guerra santa". Desejo, sim, como cidadão, educador e comunicador, levar a quem acessa o nosso Blog informações que mostrem ao ponto em que chegamos.
Assim como a Igreja Católica faz suas procissões - e como gosto delas - e as Igrejas Evangélicas realizam suas "Marchas para Cristo" -muitas das quais acompanho - creio que os adeptos das Religiões de Matriz Africana também têm direitos em realizarem suas manifestações públicas.
Direitos. Isso que defendo como cidadão. Não é justo querer tornar uma cidade, um estado ou a nação evangélica. Dogmas são inerentes a grupos que compartilham as mesmas ideias. Vive-se em um país livre, plural, mestiço e, portanto, culturalmente esses múltiplos contingentes que formaram o que hoje chamamos Brasil não pode e não deve ser dirigido por dogmas desta ou daquela religião.
Não podemos, em um país em que sua Carta Magna, no artigo 5º, VI, "estipula ser inviolável a liberdade de consciência e de crença, assegurando o livre exercício dos cultos religiosos e garantindo, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias". Portanto, somos um país LAICO vislumbrando que cada cidadão/cidadã pode externar suas convicções religiosas - no caso das religiões de Matriz Africana, sua cultura.
No Rio de Janeiro, a tradicional festa da Procissão de Iemanjá foi, pelo segundo ano consecutivo, dificultada pelo prefeito direitista, Marcelo Crivella. Isso porque a prefeitura não emitiu o alvará liberando a realização do cortejo que, há anos, é feito a partir do Mercadão de Madureira, na Zona Norte, em direção à Copacabana, na Zona Sul da capital fluminense. Esse fato foi denunciado pelos organizadores do evento, que decidiram realizar somente um “circuito” no mercado, no dia 28 de dezembro.
Para um líder religioso, cheio de tesão pelo poder político, e submetido a várias denúncias de desvios de dinheiro público,demonstra a mesquinhez dos preceitos religiosos aos quais defende. E, pasmem!!!!! "este não foi o primeiro ataque do prefeito Crivella às manifestações culturais do povo negro. Desde o início de sua gestão, o prefeito, que é bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, vem procurando atacar monumentos da cultura afrodescendente na cidade do Rio de Janeiro, como no caso da interdição da Pedra do Sal, um dos maiores patrimônios da cultura africana na capital fluminense. A interdição, realizada em novembro de 2019, fez com que os eventos do Dia de Luta do Povo Negro e de Zumbi dos Palmares fossem cancelados", segundo o Jornal Causa Operária.
Lista o referido jornal que "a direita está fazendo de tudo para perseguir e destruir a cultura, especialmente as manifestações oriundas do povo negro. Bolsonaro e Crivella não apenas promovem ataques diretos à cultura, cortando verbas, como incentivam os ataques por parte de grupos fascistas. Para pôr fim a essa ofensiva, é preciso mobilizar a população para lutar pela derrubada destes governos que já sofrem com grande rejeição".
Assim, estarei sempre usando esse espaço para denunciar decomo se quer destruir parte significativa da nossa cultura, num verdadeiro atentado às nossas tradições,além de submeter o Candomblé, a Umbanda, à situações de humilhação e desprezo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário